14| Sim e chuva . . .

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Assim que acabámos ambos a nossa refeição, decidimos ir dar um passeio. Não havia muito por onde andar ou explorar à volta da escola. Pouco tempo depois de começarmos a andar, cruzámo-nos com Holly, Louis e Jace. Louis assumiu uma postura tensa enquanto olhava para o rapaz ao meu lado. Eu apostava que ele sabia do nosso encontro, mas não era suposto mais ninguém saber. E isso entristeceu-me um bocado.

- Olha se não é o Styles... - Holly lançou para o ar com um sorriso cínico. Eu conseguia notar o nervosismo de Harry ao meu lado.

- Deixa-me Holly.

- Quem diria tu e a Kate... Diz-me querida ele é bom na cama não é? Eu sei exactamente naquilo que estás a pensar. Eu também me senti assim quando ele me levou ao céu. – e naquele momento a minha boca já estava completamente aberta.

- Cala-te! – rugiu Harry ao meu lado.

- Ou o quê?

- Agora namoram? – entreviu Jace só para também gozar um pouco da situação.

- Sim. – e com aquela palavra toda a cor do meu rosto drenou. Eu percebera o plano de Harry, mas daí... Eu consegui ver a cor do rosto de Holly drenar também e a boca de Jace fazer um « O » perfeito, enquanto Louis continuava de braços cruzados junto ao peito.

- Essa é boa Harry. – disse Holly com a esperança de fazer cair por terra a mentira de Harry.

Para minha felicidade e infelicidade da outra rapariga ali presente, Harry teve a ideia de me puxar pela cintura, juntando os nossos corpos, pousando as suas mãos no meu rabo e me beijar como se nunca mais me fosse ver. De seguida entrelaçou os nossos dedos, lançou um sorriso orgulhoso à rapariga e ao rapaz diante de nós e puxou-me consigo pelo passeio. Eu continuava incrédula com o que tinha acontecido. Ao fim de algum tempo Harry parou de andar e eu segui o seu exemplo.

- Desculpa por aqu... - tentou dizer coçando a nuca, mas eu impedi-o.

- Não faz mal. – eu tinha um sorriso de orelha a orelha. Quando Harry disse o « sim », aquela impressão no fundo da barriga apareceu. E o meu maior desejo era que aquele sim fosse verdadeiro e não um sim falso.

Durante cerca de 10 minutos ninguém falou, e um silêncio constrangedor pairava no ar.

- Continuamos amigos certo? – perguntou meio a medo. Surpresa passou por mim. Harry parecia indefeso e com medo. Esta era uma faceta que eu nunca tinha visto da parte dele.

 - Claro porque perguntas?

- Depois disto e... - murmurou enquanto se sentava num banco, mas não acabou a frase.

- E... - incentivei.

- Nada.

- Diz-me. -exigi.

- Aquela tua amiga de cabelos ondulados castanhos veio falar comigo...

- A Carol? – era a única que me ocorria na mente naquele momento.

- Acho que sim. Ela disse para eu não te magoar... - e assim que as palavras saíram da sua boca eu não quis acreditar. Como é que ela se tinha atrevido a se meter nos meus assuntos. Como é que ela tinha tido coragem de dizer algo assim a Harry. Eu odiava quando as minhas amigas faziam coisas deste género, pois muitas vezes davam cabo do pouco relacionamento que eu tinha com as outras pessoas.

Harry parecia verdadeiramente magoado. Eu questionava-me em que raio pensaria o rapaz para ter uma expressão tão abatida. Harry fez sinal para me sentar ao seu lado e assim o fiz. Pegou na minha mão direita e começou a brincar com os meus dedos.

 - Harry... Eu sei que tu nunca me vais magoar, ... pelo menos não de propósito...

 - Beija-me... - murmurou. Apesar de estar reticente quanto a beijá-lo ou não, decidi fazê-lo.

E ao fazer aquilo, tinha perfeita consciência que ia contra tudo o que eu tinha dito previamente, mas eu começava a duvidar se eu não seria bipolar ou se não seria simplesmente o amor que eu sentia por Harry que provocava estas mudanças de ideias e humor repentinas em mim, ou se calhar seriam apenas as minhas hormonas. Quem sabe. Separei os nossos lábios lentamente, pondo assim fim ao nosso beijo doce. Sempre que nos beijávamos era como se o sabor dos lábios de Harry ficasse nos meus. E tenho de admitir que não era um sabor nada mau.

- Sê minha. – e com esta afirmação os meus olhos esbugalharam-se. Eu só podia estar a alucinar.

- Harry...

- Eu acho que gosto de ti, não sei ao certo...Isto está tudo tão confuso. - disse frustrado - Eu sei que tu és especial. - e com aquelas palavras os meus batimentos cardíacos dispararam.

- Eu acho que também gosto de ti... - murmurei lançando milhões de foguetes no meu interior.

- És minha?

- Estás a pedir-me em namoro?

- Não. – respondeu sem mais demoras e foi como se o meu coração de desfizesse - Primeiro quero ver onde isto vai dar. Não quero avançar assim. Eu nunca estive numa relação antes... Não sei como isso funciona. Eu não te vou dar um rótulo, mas também tenho a certeza que não somos amigos coloridos... - o meu sorriso voltou com as suas palavras meigas. Ele estava tão atrapalhado. Este não parecia de todo o Harry Styles que eu conhecia.

- Agora parecias tão romântico. – ri, mas o rapaz rapidamente perdeu o sorriso – Mas sim eu sou tua, com a condição que tu és meu. És meu? – rapidamente voltou a ganhar um sorriso bobo e sussurrou um « sim ».

Começámos-nos a beijar lentamente, mas de depressa o beijo ganhou intensidade e acabei sentada em cima do colo de Harry. As suas mãos dirigiram-se para as minhas coxas e ancas segurando-me fortemente, enquanto que por outro lado, as minhas mãos agarravam os seus cachos. Com a intensidade do beijo eu acabei por me mexer sobre o colo de Harry, até que este me agarrou com mais força e não me deixou mover. Sussurrou um fodasse. Acabei por me sentar por completo no seu colo, e foi aí que senti algo por baixo de mim e apercebi-me o porquê desta sua paragem. Corei de imediato. As nossas testas continuavam encostadas, e Harry, passado pouco tempo decidiu recomeçar o beijo. Mas desta vez não me mexi tanto. De um momento para o outro começámos a sentir algo a bater nas nossas cabeças.

Tinha começado a chover e nós tivemos de correr para o abrigo mais próximo que encontrámos. Chovia a cântaros, e só da nossa corrida até ao abrigo em que nos encontrávamos tínhamos ficado bastante molhados. Quando olhámos para o relógio demos conta que tínhamos dez minutos para estar na escola e que com esta chuva e a nossa distância à mesma, iria ser quase impossível lá chegar a horas. Quando achámos que tinha diminuído, começámos a correr sempre com as nossas mãos entrelaçadas. Num dos abrigos em que parámos encontrámos Louis que também já se encontrava bastante molhado, mas não tão molhado quanto nós. O cabelo de Harry estava encharcado e pingava assim como a sua roupa, e a minha saia pesava devido à água toda que tinha absorvido. Louis não se encontrava muito melhor que nós, mas não estava tão molhado. Este tinha o cabelo completamente colado à cara para não falar das suas calças. O melhor amigo do meu suposto não-namorado-nem-amigo-colorido notara nas nossas mãos entrelaçadas, e Harry notou no seu olhar caído nas nossas mãos, mas nem por isso as separou. E isso magicamente aqueceu o meu coração. Que belo almoço que eu estava a ter.

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Cigarettes | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora