23| Starbucks e equações . . .

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Quando cheguei ao Starbucks, Carol já me esperava. Dirigi-me para a sua mesa e sentei-me à sua frente e esta lançou-me um sorriso.

- Bom dia dorminhoca. - todo aquele seu bom humor matinal estava a pôr-me doente.

- Bom dia. - disse curta.

- Já vi que não queres falar. Vou buscar o nosso pequeno-almoço. - e dito isto levantou-se.

Peguei no meu telemóvel e fui ver se tinha alguma mensagem não lida ou algum telefonema não atendido, mas nada. Apesar de apenas não falar com ele à simplesmente algumas horas estava a ficar nervosa e eu não sabia o porquê. Os meus pensamentos foram interrompidos quando dois chocolates quentes foram pousados na mesa e automaticamente olhei para a rapariga que se voltara a sentar. Carol, tal como, levou o chocolate quente aos lábios enquanto olhava para a mesa com um ar pensativo, já sabia que alguma coisa a incomodava.

- Chuta. - fez uma cara de confusão, e rapidamente me expliquei - Em que é que pensas tanto?

- Não é nada... - e passado alguns minutos acrescentou - Se calhar é no facto de eu não saber o que fazer em relação ao Mike. - acabou por admitir.

- Devias tentar dar o primeiro passo tal como eu já te disse.

- É só que..., não é fácil. Eu gosto dos teus conselhos porque tu não me desmotivas nem me pões com esperanças a mais. Mas eu não sei o que fazer, ele anda sempre com aquelas miúdas que se atiram a todos os rapazes e eu não sei o que fazer, porque eu não sou como elas nem quero ser assim.

- Se ele não gostar de ti como és ele é que perde, já te disse isto mais que uma vez. Não devias ficar assim por um rapaz, eles são todos iguais.

- Tu falas deles com tanta frieza. Mas no entanto tens o Harry e trata-lo como se fosse um príncipe, mas ao mesmo tempo é como se não baixasses a guarda. - disse extremamente confusa e bebendo um pouco do seu chocolate quente assim como eu. - Como é que tu sabes que são todos iguais?

- Se visses o mundo de fora percebias.

- O mundo de fora?

- Sim, eu sei que soa um pouco estranho. Mas é como se tu não tivesses mesmo dentro dos problemas. Em vez de estares neles observa-os. E vais chegar à conclusão que nem tudo é sem querer ou um não volta a acontecer.

E assim foi passada a minha manhã. Estava com sono, mas ainda tinha de ir estudar um pouco quando chegasse a casa, visto que teria exame de história no dia a seguir. Depois de acabar o meu chocolate quente, despedi-me e comecei o meu caminho rumo a casa. Quando cheguei já os meus pais e irmãos estavam acordados. Passei pela cozinha e murmurei um breve « Bom dia », subindo de seguida para o quarto. Quando lá cheguei olhei à minha volta. Estava tudo uma grande confusão. A roupa usada toda amontoada num canto, coisas da escola espalhadas por tudo o que era sítio... Tirei os livros de história e deitei-me na minha cama, pronta a começar a estudar. Ao fim de uma hora o meu telemóvel deu sinal de vida mostrando-me uma mensagem não lida de Harry. « Logo encontramo-nos? H » , respondi-lhe que não que os meus pais não me deixariam. Mas parece que não estava satisfeito com a minha resposta e perguntou-me se podíamo-nos encontrar agora. Mais uma vez respondi-lhe que não devido a estar a estudar e ter teste amanhã. Nem dez minutos depois a campainha soou e visto que todos estavam muito ocupados nos seus afazeres acabei por ser eu a ir abrir a porta. O meu espanto foi muito quando vi Harry do outro lado vestindo as suas típicas calças pretas e uma T-shirt branca que deixava ver as suas tatuagens. Por de baixo do seu braço estavam livros e cadernos. Deixei-o entrar em minha casa, rapidamente dirigimo-nos para o meu quarto e Harry percebeu o porquê. Assim que fechei a porta, os seus lábios colaram-se aos meus e ambos partilhámos um beijo doce e sereno.

- Desculpa, mas não me consegui controlar. - na verdade não fazia mal nenhum eu não me importava que ele me beijasse.

- Não faz mal. Mas passando à frente... - disse na esperança de dissipar o ambiente constrangedor que se formara - Para que são os livros? - perguntei apontando para o seu braço.

- Vim estudar matemática contigo, apesar de estares a estudar história. Ouvi dizer que és boa a matemática.

- Nesse caso deixa-me reavivar-te a memória que na minha área a matemática não é difícil e que em economia a matemática é bem diferente.

- Equações? - um sorriso automaticamente se formou na minha cara e Harry sorriu de lado.

- O que é que têm?

- Sabes fazer certo? Pelo teu sorriso atrevo-me a dizer que és daquelas nerds que fazem equações como passatempo. Estarei certo?

- Ei! Não sou nenhuma nerd! Sim sei fazer e não, não as faço como passatempo, simplesmente as acho divertidas e são bastantes simples.

- Isso é bom porque estou com dúvidas nisto. - disse apontando para os livros e deitando-se na minha cama como se aquilo lhe pertencesse.

O resto da nossa tarde foi passada comigo a fazer equações com Harry, o que foi bastante divertido pois sempre que eu estava a fazer algo ele tentava-me beijar os lábios e quando eu estava concentrada a olhar para os livros, apanhava-o com o seu olhar angelical a encarar-me. Ao longo da tarde trocámos beijos, mas não foi assim que acabou a tarde. Acabou connosco abraçados. Dava tudo para poder sentir este conforto para o resto da minha vida. Ainda não podia dizer a Harry que o queria tal como ele me queria. Não que ele já não o soubesse, mas tenho medo do que irá acontecer depois disso. Continuaremos a falar como sempre ou será que ele me irá tratar como tratou as outras raparigas com quem foi para a cama?

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Vou demorar um pouco a voltar a postar,

Moon

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