16| Consolos e perguntas . . .

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Só quando deixei escapar um soluço alto é que James parou de andar e olhou para mim. Rapidamente correu para junto de mim para me consular. Aceitei de bom gosto os braços dele, pois apesar de ele gritar comigo, ele era dos poucos em que eu confiava, e tinha perfeita consciência que ele não tinha gritado comigo por mal, mas sim por se preocupar comigo. Ele sentia raiva por me ver ao pé de Harry. James ia soltando palavras doces e meigas enquanto me embalava nos seus braços. Limpando ao mesmo tempo as lágrimas que rolavam sem cessar nas minhas bochechas. E não parava de dizer desculpa enquanto eu no meio de soluços tentava-lhe dizer que estava tudo bem. O vermelho que anteriormente estava presente na sua bela face graças à raiva desaparecera por completo.

Passado algum tempo ouviu-se o som da campainha. James voluntariou-se para lá ir e eu aceitei este seu gesto. Eu tinha perfeita consciência que seria Harry quem tocara à campainha, afinal ele avisara que viria aqui. Assim que ouvi a porta de casa a abrir ouvi gritos e encolhi-me ainda mais no meu canto. Os gritos tornaram-se ainda mais altos e de repente a porta do meu quarto abriu e senti uns braços mais fortes que os de James a puxarem-me de encontro a um peito. Pelo cheiro e pela voz doce que me dizia para me acalmar, reconheci como sendo Harry e aninhei-me o mais que consegui no seu peito.

- Eu estou aqui bebé. Está tudo bem. – enquanto Harry continuava a segredar-me estas palavras eu agarrava com força a sua T-shirt cinzenta e encharcava-a com as minhas lágrimas.

- Larga-a Styles. – consegui ouvir a voz de James proferir enquanto Harry me rodeava e puxava ainda mais para si.

- Cala-te Fletcher. Assim que eu descobrir o que lhe fizeste és um homem morto. – consegui notar desprezo e muita raiva na sua voz.

- A culpa disto tudo é tua Harry. – continuavam a discutir entre si. Acabei por arranjar forças para falar.

-Parem os dois! – ambos calaram-se e viu-se um pequeno corpo a soluçar baixinho surgiu na porta.

Levantei-me do colo de Harry e dirigi-me a Sophia. Com certeza que ouvira os gritos e ficara com medo. Quando cheguei ao pé dela esta ergueu os braços fazendo sinal que queria colo, e assim lho cedi. Peguei nela e voltei para dentro do quarto e sentei-me na cama enquanto lhe dizia que estava tudo bem. Harry e James lançavam um ao outro olhares de morte.

- Quero o Nhónhó... - disse já mais calma. Quando me ia a preparar para levantar James falou.

- Eu vou lá, deixa estar. – e assim que disse isto saiu do quarto.

- Quem é Ká? – perguntou Soph enquanto lhe limpava as lágrimas e lhe sorria aliviada por ver que já não chorava mais.

- É o Harry. – e dito isto Harry sentou-se ao meu lado na cama, colocando os seu braço em volta da minha cintura e me puxando para o seu peito. Acabando assim por deitar a minha cabeça no seu ombro.

- Olá. – proferiu Harry. Soph como era muito tímida escondeu-se na curva do meu pescoço. Ambos rimos. Harry para se meter com ela começou a fazer-lhe cócegas. Esta começou a contorcer-se no meu colo. Harry acabou por cessar o ataque de cócegas e perguntou.

- E tu como te chamas pequenina? – em vez de responder voltou a esconder-se no meu pescoço.

- Sohia! – tentava dizer no meio dos risos provenientes das cócegas, que Harry lhe provocava outra vez. Harry lá acabou por parar e James entrou no quarto com o coelho de peluche de Soph e entregou-lhe recebendo um « obrigada » que soou mais como obigada da rapariga sentada no meu colo.

A minha bebé agarrou-se ao seu peluche e encostou-se a mim fechando os olhinhos.

- Vamos dormir bebé? – perguntei recebendo como resposta um abanão da sua pequena cabecinha. Peguei nela ao colo e desloquei-me para o seu quarto, deitando-a na cama. Assim que esta adormeceu dirigi-me de volta para o meu quarto, encontrando ambos os rapazes num silêncio ensurdecedor.

 Assim que entrei James abraçou-me e pediu mil e uma desculpas pela sua atitude para comigo e eu tentava-lhe dizer que não fazia mal, mas este parecia não ouvir.

- Preciso de falar contigo. A sós. – disse dando enfeze ao sós. Harry percebeu e deslocou-se para fora do quarto, não sem antes me dar um beijo demorado na cabeça. Assim que saiu e fechou a porta James começou a falar.

- Porquê que o Harry te perguntou o porquê de estares a chorar? Quando é que estiveste a chorar?

- Não te preocupes James não foi por nada demais. – disse tentando o convencer com o meu melhor sorriso.

- Não me mintas Catherine. – disse num tom autoritário. Suspirei.

- Os meus pais voltaram a discutir. Eu não estava cá quando a discussão começou estava a trabalhar no bar. Mas quando cheguei a casa encontrei o Derek e a Sophia a chorar e muito assustados. – parei por um momento pois as lágrimas já deslizavam pelas minhas bochechas – Eles só gritavam e não davam a mínima para como nós estávamos. Eles não percebem que também nos afectam?! – e por esta altura já chorava como à momentos atrás. Odiava relembrar as memórias más.

- Porque é que não me ligaste Kate?! Eu teria vindo ter contigo. Eu odeio saber o que se passa com os meus melhores amigos através de outras pessoas. Não voltes a fazer-me isso Ká. – disse como se implorasse. Assenti com a cabeça.

- Desculpa... - murmurei – Nem a Kim sabe... -  do nada o telefone começou a tocar e James atendeu. Assim que desligou voltou a falar.

- Eu tenho de ir. Ficas bem? – perguntou cheio de preocupação.

- Sim. – respondi fraca.

Ambos dirigimo-nos ao andar de baixo. Acompanhei-o à porta e despedi-me. James deu-me um demorado beijo na testa e saiu. Voltei para dentro de casa e dirigi-me à sala onde vi Harry de costas para mim a mexer no telemóvel. Sentei-me ao seu lado no sofá e rapidamente este me colocou no seu colo, com uma perna de cada lado. 

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Still thinking,

Moon

Cigarettes | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora