Harry P.O.V. OnEu sou um caralho!
Esta era a única coisa na minha mente durante estes últimos dias. Eu sentia-me tão mal por causa do olhar de desilusão que Kate me mandara na corrida e sentia terríveis saudades suas. Eu sabia que a tinha desiludido e muito. Eu queria tanto ter-lhe contado, mas faltou-me a coragem, não queria que ela viesse a saber pela boca do idiota que é o melhor amigo dela, que só por acaso é também uma ameaça para a minha relação com ela. Eu sabia que ela pensava que eu usufruía das gajas no final das corridas, mas isso é uma completa mentira. Eu desde que comecei a sentir-me diferente em relação a Kate que não tinha tocado numa única gaja. Não sei como é que ainda não fui para a cama com uma gaja à um mês. Isto é surreal, nunca me acontecera antes. Mas agora que tinha Kate a soluçar fortemente nos meus braços tudo fazia sentido. Se eu fosse para a cama com outra sem ser ela iria provavelmente sentir-me culpado. Eu lembro-me de ela dizer que era minha, mas aí é que está. Ela não o é! E agora que a abraço e olho para o seu pulso maltratado é que o percebo. Se ela fosse minha eu não a tinha magoado desta maneira, ter-lhe-ia contado a verdade. Agora que a vejo com umas grandes olheiras, provavelmente devido percebo o quão magoada ficou por eu lhe ter prometido algo e no final ter feito diferente. Agora que a vejo toda vestida de preto e com a sua bela face abatida é que percebo o quão lixado eu sou.
Nunca me passara pela cabeça, que Kate algum dia se fosse magoar de propósito. Mas eu mal a conhecia. O mais interessante é que ela não tinha o pulso com cortes, mas sim com nódoas negras e o pulso vermelho como se estivesse inflamado. Tinha de lhe perguntar como o teria feito porque nada me vinha à cabeça, e tinha de me certificar que ela nunca o voltaria a fazer outra vez.
- Vamos para tua casa? - perguntei, e como resposta recebi um aceno de cabeça.
Rapidamente começámos a andar em direcção a sua casa. O caminho foi todo passado com o meu braço por cima dos seus ombros e o seu rosto escondido no meu peito. Ela parecia tão frágil, e esta inocência que ela possuía fazia-me cada vez mais querê-la proteger do mundo e de todos. Eu não sabia de onde vinha este sentimento de a querer proteger, mas lembro-me de Gemma ter dito uma vez que era isso que nós sentíamos quando gostávamos de alguém. Mas eu não queria possuir esse amor, pois por muito boa que fosse a sensação, quem se acabaria por magoar iria ser ela. Assim que eu acabasse a faculdade iria tomar conta da empresa do meu pai e não teria tempo para ela e o meu pai nunca me iria querer a casar com uma rapariga tão simples como ela. Iria-me querer casado com uma rapariga que possuísse algo que tivesse interesse para a sua empresa. Eu não queria de todo que ela desperdiça-se estes anos em que podia encontrar o amor da sua vida comigo, pois quando o que nós tivéssemos acabasse ela iria perder tempo a reconstruir-se, tempo que não iria desperdiçar caso deixasse o meu coração em paz.
Acabamos por chegar a casa dela e entramos. Pressionei os nossos corpos um contra o outro e fiz-lhe sinal para que pulasse, ainda com a grande diferença de alturas ela fê-lo com êxito. Segurei-a pelas coxas e subi as escadas em direcção ao seu quarto. A muito custo abri a porta do quarto e entrei, fechando a mesma com o pé. Deitei Kate na cama e fiz o mesmo. Conseguia notar que estava bastante cansada e vi-a a tentar travar uma luta para consigo mesma para não fechar os olhos. Comecei a cantar com esperança que adormecesse e descansasse, e assim foi. Depois de adormecida comecei a mexer no seu longo cabelo preto. Eu não me podia esquecer de lhe perguntar o porquê de ela se ter magoado de tal forma. Acredito que não foi só a desilusão que lhe provoquei que a levou a fazer isto. Mas também custava-me pensar o que teria magoado a bela rapariga que dormia serenamente enroscada no meu peito. Ela parecia tão alegre e ela está sempre tão disposta a fazer tudo. Uma vez ouvi que os que têm o mais belo sorriso são os que sofrem mais. Mas será isso verdade? Será que a rapariga que conquistou o meu coração sofre assim tanto?
Outro problema que tinha de tratar chamava-se James. Ele ia fazer de tudo para a fazer ver o quão fudido eu sou e quando ela me odiar ele irá a tentar conquistar. Mas mais uma vez aí está, eu quero-a, mas não a posso ter, enquanto que James com certeza lhe irá dar o amor todo que ela precisa e merece.
- Bebé, eu gosto tanto de ti... Eu vou lutar para te dar tudo o que mereces no futuro, mas não te posso prometer nada, mas eu não vou desistir de ti. Não te vou perder. - segredei-lhe ao ouvido e beijei a sua testa. Kate começou a falar enquanto dormia. Apesar de não perceber nada achei adorável e sai do quarto.
Quando estava preste a sair de sua casa ouvi um barulho e virei me para trás e deparei-me com uma rapariga morena de olhos claros.
- E tu és... ? - perguntou.
- Harry. E tu? - um sorriso automaticamente se formou na sua cara.
- Kim. Sou a melhor amiga da Kate. Somos como irmãs. - respondeu com um sorriso.
- E o que fazes aqui? - perguntei desconfiado.
- Estou a ajudar a Kate a cuidar da Soph e do Derek, visto que ela não está muito bem emocionalmente. - assenti - Só para que fique claro, eu sei de tudo. A Kate gosta muito de ti e para que fique claro, caso alguma vez a magoes a sério ou brinques com ela irei ser eu que tratarei de ti. - acabou por sorrir com um sorriso inocente e meigo. Engoli em seco e percebi automaticamente que Kate e Kim tinham muita coisa em comum, como por exemplo proteger aqueles de quem elas gostavam, mas Kim era muito menos tímida do que Kate.
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Moon
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Cigarettes | h.s
Fanfiction{ Isto é a história de quando uma rapariga boa entra num mundo mau... }