A semana passou lentamente e eu não via hora de quinta-feira chegar.
Estava agora na aula de Filosofia com o "Divino Mestre", ou lá como o professor gostava de ser chamado. Harry não me saia da cabeça. Gostava de saber o que estaria a fazer, ou no que estaria a pensar. Obviamente estaria em aulas tal como eu, mas será que estaria a pensar em mim tal como eu estava a pensar nele?
Eu tinha quase a certeza, isto é, se não tivesse absoluta, que o meu sentimento por ele nunca seria correspondido e isso entristecia-me. Às vezes alguns gestos do rapaz de olhos verdes confundiam-me. Quando estávamos sozinhos ele tratava-me tão bem, mas quando nos cruzávamos nos corredores da escola ou trocávamos uns simples olhares em público, parecíamos meros conhecidos.
A aula continuava e eu continuava mergulhada nos meus pensamentos. Esperava ansiosamente pela hora de almoço. Será que os seus amigos sabiam do nosso almoço? Só Carol sabia que eu ia almoçar fora da escola, pois tive de a avisar que não poderia almoçar consigo. Quando avisei a rapariga de cabelos castanhos, esta começou com um interrogatório que parecia não ter fim. Kim também o sabia, e só parou de me enviar mensagens sobre o assunto quando desliguei o telemóvel, mas duvido que isso a tenha impedido de ir avante com a sua missão de descobrir alguma coisa sobre o almoço que estaria para ocorrer.
Por fim as aulas acabaram e eu tinha combinado com Harry junto à paragem de autocarros. Estava um dia nublado, mas não me preocupei muito com isso. Perguntava-me onde Harry me levaria a almoçar. Eu não costumava aceitar convites para refeições, mas não poderia negar este. Nunca me perdoaria caso não o aceitasse.
Estava agora sentada na paragem de autocarros e perguntava-me onde estaria Harry. Ele estava 10 minutos atrasados. Logo um oceano de dúvidas inundou a minha mente. Será que decidiu não vir? Terá acontecido alguma coisa? Será que isto foi apenas um plano para gozar comigo? Enquanto pensava nisto, puxava para baixo os pequenos montes de água que se tinham começado a aglomerar nos meus olhos. De repente consegui ouvir o som de sapatos a bater no chão de cimento e quando virei a cara consegui ver Harry a correr. Um sorriso instantaneamente apoderou-se da minha cara. Todas as minhas dúvidas não passaram de pensamentos parvos.
- Vamos? – perguntou ofegante.
Como não conseguia falar devido à felicidade do rapaz ter vindo e à ânsia do almoço assenti freneticamente com a cabeça. Íamos andando pelo passeio sem trocar uma única palavra. Harry ia chutando uma pedrinha que tinha ido parar ao seu caminho.
- Gostas de bifanas? – perguntou coçando a parte detrás da nuca, demonstrando nervosismo.
- Claro. – e naquele momento alívio passou pela sua face.
Quando estávamos a passar por uma viela sinto a minha mão ser puxada e dou por mim encostada a uma parede. Em ambos os lados da minha cabeça encontram-se as mãos de Harry que repousavam na parede atrás de mim. Os nossos lábios a milímetros de distância.
- Não imaginas a vontade que tenho de te beijar... - murmurou com a voz extremamente rouca e sexy. Pouco depois juntou os nossos lábios, ao início arregalei os olhos ao princípio, mas depois acabo por me deixar levar. Harry morde-me levemente o lábio inferior e suga-o de seguida, fazendo-me gemer na sua boca.
Ele agarra nas minhas coxas fazendo-me dar um salto e enrolar as pernas em volta da sua cintura fazendo com que a saia do uniforme subisse. Harry agarra fortemente o meu rabo e encosta-me ainda mais à parede. Quando dou conta do que se passa, paro o beijo e tento-me afastar. Pela cara de Harry passa confusão.
- Não posso... - murmuro.
- O que... - não o deixo acabar.
- Eu não sou como as tuas amiguinhas. Ou temos alguma coisa ou não temos nada. Não consigo ter estes momentos contigo e depois cruzarmo-nos nos corredores e agirmos como se nos fossemos indiferentes... Não quero ser tua amiga colorida nem tua amiga com benefícios. - a minha voz estava rouca por causa do momento íntimo que tivéramos à pouco, e também falhava devido a eu estar a dizer palavras que eram o contrário daquilo que eu queria.
Era verdade que eu gostava destes nossos momentos, mas ao estes ocorrerem e eu e Harry sermos indiferentes um ao outro fazia-me confusão. Ou tínhamos uma relação e tínhamos os nossos momentos ou não tínhamos nem momentos nem relação. Um olhar de compreensão foi-me lançado da parte de Harry e este rapidamente me pousou no chão virando costas de seguida. Esta sua atitude tinha-me magoado, mas fora eu que a provocara. Eu queria que depois das minhas palavras ele dissesse que queria algo mais que uma amizade, mas eu estava certa em relação a ele não querer mais que isso. Harry não era rapaz para relações nem para apenas uma rapariga, e eu tinha perfeita consciência disso. Harry fez sinal com a cabeça para eu o seguir e assim o fiz. Retomámos o nosso caminho no passeio de cimento, e assim que o fazemos um beijo é depositado na minha bochecha.
Provavelmente acabei de estragar tudo.
- Eu compreendo... – sussurrou junto ao meu ouvido com a voz extremamente rouca, mais rouca que à pouco. – Não te vou forçar a nada. Mas gostava ainda de poder almoçar contigo.
- Fico feliz por ainda quereres isso. – disse com um sorriso envergonhado. O rapaz ao meu lado respondeu-me com um sorriso com direito a covinhas.
Depressa chegámos ao restaurante e pedimos o que queríamos, bifanas para ambos. Para minha surpresa Harry pediu uma cerveja. A conversa entre ambos era nula e eu não sabia do que falar. Harry tinha um sorriso meigo na cara e eu correspondia-lhe com um sorriso meigo também. Os nossos pedidos rapidamente chegaram e começámos a comer. Aquilo não era um almoço romântico, mas não nos podíamos esquecer que também não era um encontro, mas sabia bem-estar assim sem preocupações com Harry, num ambiente tão sereno. Mas a culpa de ter negado Harry moía-me por dentro, de ter desperdiçado aquilo que eu mais cria, a sua atenção. Mas eu não era aquele tipo de rapariga, mas se eu nutria sentimentos pelo rapaz de olhos verdes à minha frente, iria acabar a magoar-me a mim mesma, certo? Não havia maneira de o negar.
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Está lamechas -.-",
Moon
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Cigarettes | h.s
Fiksi Penggemar{ Isto é a história de quando uma rapariga boa entra num mundo mau... }