Cigarettes | h.s

46| Mota e crepes . . .

Eu estava completamente longe da realidade enquanto o Harry me fazia caricias no cabelo. Algum tempo depois tivemos de voltar para a escola para continuar com as aulas. Tudo parecia estar a passar incrivelmente devagar e eu não via hora de o maldito sino de saída tocar.

Quando já estava fora da escola uma mão agarra no meu pulso e puxa-me, e assim que eu olhei para o dono da mão logo vi os caracóis castanhos.

- Queres ir dar uma volta?

- Eu tenho de ir estudar. - torci o nariz.

- Eu quero-te mostrar uma coisa. - e naquele momento deixei a minha curiosidade vencer e o Harry acabou por me guiar até uma mota.

- Vieste de mota? - depois de um aceno da sua parte continuei com a conversa - Não sabia que tinhas uma.

- Então espera até veres a colecção de carros antigos. - gabou-se enquanto me entregava um capacete.

- Tens carros antigos? - eu não conhecia a faceta do Harry de gostar de carros antigos e andar de mota.

- Yep. Pode ser que um dia tos mostre e tenhamos um momento escaldante num deles. - disse enquanto me ajudava a apertar o capacete e a me sentar na mota.

Depois de o Harry se sentar também e dar inicio à viagem sabe lá Deus para onde, comecei a apertar cada vez mais o Harry contra mim sempre que ele acelerava. No final da nossa pequena viagem o Harry parou em frente a uma gelataria e queixou-se por eu o ter apertado muito enquanto que eu me desculpei afirmando que a culpa era toda dele por começar a tentar ultrapassar o número máximo de carros em cinco minutos.

A gelataria tinha um ar bastante clássico sendo pintada de um creme por fora e até ter um boneco vestido de cozinheiro à entrada. O interior já não era em tons de creme, mas sim em tons de vermelho e branco. Havia várias mesas dispersas e metade delas já estavam ocupadas por pessoas que estavam provavelmente a lanchar. O Harry encaminhou-me para uma mesa junto à janela que tinha um sofá de cada lado, e apesar de haver dois sofás o Harry obrigou-me a ficar no mesmo que ele e acho que devo acrescentar que eles não eram propriamente grandes. Pouco depois de nos sentarmos fomos atendidos por um rapaz que devia ter a nossa idade.

- O que vão desejar? - perguntou e sorriu-nos.

- Dois crepes. Um com molho de chocolate de leite e outro com chocolate preto. - disse um Harry num tom tão frio que me provocou arrepios; a mão do Harry que estava pousada na minha perna e começou a apertá-la.

O empregado assentiu e assim que desapareceu da nossa vista comecei a falar.

- O que se passa?

- Nada. - disse num tom cortante.

- Harry. - avisei-o.

- Não me venhas com isso. Porque é que não vais para um sítio qualquer sorrir com o paspalho. - e a faceta do Harry que eu menos gostava tinha acabado de acordar.

- Nós não estávamos aos sorrisos. - censurei- o.

- Claro que não. - disse revirando os olhos, e eu aproveitei e beijei-lhe o queixo, eu sabia que isso era um dos seus pontos fracos - Isso não vai mudar nada. - avisou-me com a voz tremida; ele estava claramente irritado.

- Eu sei. - os meus beijos foram interrompidos pela chegada dos nossos pedidos que foram trazidos por uma rapariga e não pelo empregado que nos atendeu à bocado.

O tempo decorreu e eu e o Harry ambos comíamos em silêncio, por outras palavras o ambiente do lanche tinha ficado completamente estragado. Eu ainda tentara, mas o Harry é mais duro que uma pedra. No final depois de uma luta para ver quem pagava, o Harry apesar de continuar irritado ganhou e acabou por pagar a refeição. Quando voltámos para a mota dele voltei a tentar falar, mas fui completamente ignorada, e comecei eu a ficar irritada.