Sentia-me cansada, e não tinha vontade de abrir os olhos, mas o sono tinha fugido e assim que eu abri os mesmos vim um corpo vestido de preto na poltrona cinzenta clarinha e rapidamente dei um pulo na cama que me provocou dores nas zonas das minhas hemorragias e na cabeça, mas mesmo assim ignorei o desconforto.
- Harry... - e sem que desse conta já estava a chorar.
O rapaz de olhos verdes dirigiu-se até mim, sentou-se na beira da minha cama e embrulhou-me nos seus braços.
- Está tubo bem bebé. Eu estou aqui, não chores. Não vou deixar que ninguém te magoe. - disse embalando-me e beijando a minha testa enquanto eu me agarrava com tudo o que tinha à sua T-shirt preta e chorava acabando por manchar a mesma com as minhas lágrimas salgadas cheias de angustia e medo.
Não sei quanto tempo passou, só sei que me deixei ficar nos braços do Harry a chorar. Eu tinha sentido saudades dele durante as horas que estivemos separados. Ele era o meu porto seguro. Ao fim de algum tempo ele acabou por se afastar e limpar delicadamente as lágrimas da minha cara.
- Pregaste-me um susto tão grande. Quando te encontrei, estendida no chão a sangrar, desejei que fosse tudo um pesadelo. - confidenciou-me.
- O que é que aconteceu entre ti e o meu pai? - perguntei temendo a sua reacção.
- Eu voltei para trás para te devolver o telemóvel, e quando ele abriu a porta e não me deixou entrar eu acabei por forçar a porta e entrei. Quando ia começar para subir as escadas vi o teu cabelo estendido no chão da sala e quando me aproximei... - fez uma pausa engolindo em seco - Foi como se todo o ar dos meus pulmões tivesse fugido. Eu não sei porque o fiz, mas senti que ele o merecia. - fiquei em silêncio despois da confição do Harry; ele estava mais calmo do que eu esperava.
- Harry, amo-te. - não sei porquê mas senti que tinha de o dizer.
- Também te amo. - disse com um largo sorriso.
Inclinou-se para me beijar, mas assim que os nossos lábios entraram em contacto o meu lábio inferior ardeu e lembrem-me que o mesmo estava rebentado. O Harry começou a pedir desculpa, mas eu continuava a dizer-lhe que não era culpa dele. Ao fim de algum tempo o médico entrou e fez as perguntas habituais de como é que eu me sentia e se eu tinha dores. Depois de todas as respostas dadas ele avisou-me que eu provavelmente teria alta depois de amanhã, e que ficaria o dia todo de amanhã no hospital em observação, para ver como era a minha evolução. Voltou-me a avisar que eu ficaria pelo menos um mês em casa de repouso para ter a certeza que não me esforçava e que as hemorragias internas não voltassem. Assim que o médico saiu um Louis animado entrou.
- Como é que estás? - perguntou-me meigamente.
- Bem. Grande parte das dores já passaram. - disse pondo o meu melhor sorriso.
- Devias ter visto aqui o Harold ontem. - assobiou - Parecia um daqueles tipos de wrestling, achei que ele ia destruir o parque de estacionamento ou arrancar a cabeça de um dos seguranças do hospital com as próprias mãos. - ri-me, eu conseguia imaginar aquela cena perfeitamente.
Estava-me a fazer bem ter o Louis e o Harry aqui, eles estavam a fazer-me esquecer todos os momentos que eu tinha vivido à menos de 24 horas atrás. Por volta da uma da tarde uma enfermeira entrou com uma bandeja de comida e percebi que aquilo devia ser o meu almoço. Assim que a mesa da cama de hospital foi aberta e o tabuleiro pousado torci o nariz para a salada acompanhada de não sei se de carne se de peixe.
- Sabes, se tu fosses minimamente um bom namorado ias ao McDonald's buscar-lhe comida ou ias buscar uma pizza. - lançou para o ar o Louis torcendo o nariz e olhando para a minha refeição como se aquilo fosse um bicho de sete cabeças.
Tentei pegar nos talheres para comer, mas assim que o fiz deixei-os cair das mãos e soltei um grito de agonia. As minhas mãos estavam envolvidas em ligaduras uma vez que que os pedacinhos de vidro se entranharam na minha pele deixaram grandes danos. O Harry pegou nos talheres e cortou-me a comida tentando facilitar-me a ingerir (ato que me fez sentir como uma bebé), mas assim que ele pousou a faca naquilo que devia ser a carne ou o peixe aquilo pareceu mexer-se e o Louis começou com teorias de que aquilo não era comida, mas sim uma coisa qualquer alienígena. Levei um pedaço à boca com todo o cuidado e obriguei-me a engolir o que quer que aquilo fosse. Aquilo era pior que comida de avião e o Harry começou a rir-se da minha cara enquanto que o Louis arriscou provar e acabou na casa de banho do quarto a cuspir tudo aquilo que tinha acabado de pôr na boca.
- Está feito! - exclamou - Mesmo que o Harry não te vá buscar comida decente eu vou. Isso é veneno. Que raio de namorado és tu?! - e depois de sair do quarto fiz sinal ao Harry para que viesse para o meu lado na cama.
Este estava reticente afirmando que não me queria magoar, mas todo o meu corpo gritava por voltar a ter os seus braços à minha volta. Quase como se tivesse pézinhos de fada o Harry sentou-se na minha cama e abraçou-me. Não ia mentir e dizer que não tinha dores, mas aquilo valia qualquer coisa. O meu almoço foi esquecido e quando a enfermeira entrou no quarto censurou-me por não ter tocado praticamente na comida apesar de eu lhe dizer que não tinha muita fome. A mesma senhora que aparentava já ter os seus 40 anos de idade indicou que o Harry teria de sair pois já tinha passado da hora estipulada. O mesmo argumentou que era meu namorado portanto podia ficar, mas a enfermeira ameaçou chamar a segurança e o rapaz de cabelos cacheados disse que não podia voltar a ser obrigado a ficar um par de horas sem me ver. Depois de um beijo que não passou de um raspar dos nossos lábios saiu do quarto prometendo que iria encontrar o Louis e metê-lo num manicómio.
Eram por volta das três da tarde quando a minha mãe entrou e acompanhada dos meus irmãos. A pequena Soph parecia estar completamente fora de tudo o que se passava acabando por sorrir muito e gritar assim que me viu. O Derek por outro lado manteve-se calado sem abrir uma única vez a boca enquanto que a minha mãe falava comigo explicando que por causa dos calmantes que tinha tomado ontem a fizeram dormir até tarde, daí ela só aparecer agora.
- Como vai ser daqui para a frente? - eu não queria voltar a estar sobre o mesmo tecto que o meu pai e muito menos voltar a falar com ele. A minha mãe pediu ao Derek que levasse o membro mas novo da família para o corredor de espera e assim foi.
- Já falei com o advogado e vamos entrar com a queixa. Estou à procura de apartamentos para nós podermos ficar. - disse calmamente sempre sem me olhar; eu sabia que ela queria evitar este assunto ao máximo durante uns tempos mas eu não podia esperar - Nós não podemos ficar naquela casa. - assenti - Desculpa Catherine por não ter notado nada antes. - disse rompendo-se em soluços.
Depois de se acalmar ela começou a falar de como o Harry não parecia querer largar-me e que estava a ser uma grande ajuda. Prometeu voltar cá amanhã afirmando que eu precisava de descansar. Assim que ela saiu senti os meus olhos pesarem e apesar de não ter feito nada durante o dia todo sentia-me exausta.
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Desculpem acabei por não publicar a tal nota porque afinal as coisas correram bem. Desculpem também demorar tanto tempo a publicar mas o secundário está a ser dificil para mim entre muitas outras coisas mas acho que daqui a duas semanas em vez de publicar um cap por semana consigo publicar dois, mas não prometo nada!!!
Peço imensa desculpa por esta demora toda, mas é que espero que percebam o meu lado porque eu não tenho andado muito bem emocionalmente e hoje estou principalmente a ter um mau dia.
Votem e cometem!!
Moon
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Cigarettes | h.s
Fanfic{ Isto é a história de quando uma rapariga boa entra num mundo mau... }