Epílogo . . .

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Harry P.O.V. On

Como é que ela tem a lata de não acreditar em mim depois de tudo por que passámos?! Estou tão furioso! Como é que ela não confia em mim e do nada me manda à cara que eu a tenho andado a trair? Eu amo-a caralho! Como é que ela não vê isso.

O bastardo do James aproveitou-se disto tudo para se fazer a ela e tal como sempre ela foi na conversa fiada! Estou tão irritado; o Louis e o Liam ainda tiveram a lata de me mandar à cara que eu sou um pedaço de merda que não a merece quando eu não fiz nada de mal. Eu também tenho direito a ter os meus segredos e as minhas coisas e não vai ser uma mulher que me vai dizer o que fazer! Se eu lhe disse aquelas pequenas mentiras foi pelo bem dela; pelo nosso bem!

Estou tão envolto nos meus problemas que nem me apercebo e acabo por bater numa pedra do passei! Merda, que dor, mas será que nada me corre bem?! A minha mão procura por um cigarro dentro do maço, mas deparo-me com o pacote vazio. Caralho da puta da minha vida!

Pego nas chaves do carro e depois de destrancar o mesmo entro e conduzo até à papelaria mais próxima para comprar outro maço, eu preciso da merda de um cigarro. Não quero saber que desde que sai do hospital se já fumei um maço inteiro.

Não me preocupo em parar nos sinais vermelhos ou passadeiras. Não quero saber de nada, tudo o que vejo à minha frente é vermelho, estou tão enervado por a merda da minha namorada não acreditar em mim e pensar que eu não tenho vergonha na cara!

Ex-namorada.

Vai para a puta que te pariu! Ela não viu o quanto eu mudei por ela?! É isso mesmo, ela é uma cabra egoísta.

Finalmente chego à papelaria e nem me preocupo em cumprimentar quem lá se encontra, o homem já de alguma idade entrega-me os tão desejados cigarros e assim que me vejo livre do envolvo de plástico acendo um cigarro e levo-o à boca. Doce vida. Volto de novo para o meu carro e ligo o rádio. Vejo as pessoas a passar à minha frente enquanto me olham de lado por estar a fumar e parecer uma merda, mas não quero saber da opinião delas para nada. Os minutos vão passando e transformam-se em horas, quando dou conta já passaram duas horas e metade do maço que acabei de comprar já foi à vida. Merda, os cigarros são caros.

Ligo a ignição e conduzo de volta para o apartamento. Pode ser que ela ainda lá esteja. Eu não a posso perder, ela é o meu tudo, não devia lhe ter chamado de cabra egoísta, só faço merda. Vejo uma ambulância a ir pela mesma estrada que eu e relembro-me que à pouco mais que uma hora também vira um carro dos bombeiros. Parece que o dia não está só a correr mal a mim.

Assim que começo a aproximar-me cada vez mais do prédio vejo uma multidão e a polícia não me deixa passar. Meus caros amigos, eu moro ali agora tirem esse rabo da estrada e deixem-me passar. Assim que olho em frente vejo a tal ambulância e os carros dos bombeiros parados e de um momento para o outro algo dentro de mim parece explodir. Apercebo-me que ouve um incêndio no prédio do meu apartamento e rezo para que a Kate já tenha saído. Estaciono o carro no primeiro sítio que vejo e nem me preocupo em trancá-lo assim que saiu a correr tentando passar a fita da polícia.

- Senhor não pode passar. - avisa-me o agente.

- A minha namorada está no prédio. - digo aflito.

- Lamento, mas não pode passar.

- O in-ncêndio foi em que zona do prédio exatamente? - gaguejo.

- Acho que foi no terceiro andar, mas não sei o apartamento. - e com uma simples frase o meu mundo pára.

Vejo ao longe um grupo de bombeiro a sair com um corpo e quero fechar os olhos, não pode ser ela. Mas é impossível não reconhecer o seu cabelo escuro e o seu corpo pequeno. Começo aos gritos a tentar passar.

- Conhece-a? - assinto com a cabeça e o polícia faz sinal àquilo que presumo ser o chefe dos bombeiros.

- O que é que aconteceu? - pergunto.

- Achamos do pouco que estivemos a examinar o apartamento de onde começou o fogo que um cigarro foi mal apagado e caiu numa planta que incendiou e acabou por pegar fogo às cortinas da sala fazendo assim com que o fogo se propaga-se. - eu mandei o cigarro para o chão e nem vi onde é que ele foi parar exatamente. Estou a chorar e nem me dou conta, só me apercebo quando solto um soluço.

- Era o meu apartamento. - tento dizer - Havia alguma rapariga lá dentro? - vejo os dois homens a engolir em seco.

- Havia. Ela estava no quarto principal. O fogo não chegou lá, mas ela deve ter respirado o fumo e como estava a dormir não se apercebeu. A minha equipa não consegui fazer nada. - Kate não - Conhece-la?

Não consigo responder. Caiu de joelhos na relva e encolho-me numa bola, acabei de perder a pessoa mais importante da minha vida. Tudo por causa de um vício com que ela tentou acabar. Ela sempre disse que eu ia morrer se continuasse fumar, e mesmo assi... Não consigo acabar a frase.

Sinto um vazio no peito e simplesmente choro. O que é que eu fui fazer?!

Tudo acabou como começou.

Cigarettes | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora