31| Impulsivo e danças . . .

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- Então Harry que forma é esta de tratares o teu pai. Já não nos víamos à algum tempo. - disse mostrando um sorriso presunçoso - E tu és?

- Apresento-te a Catherine, uma amiga. - disse curto. O pai de Harry sorriu e examinou-me dos pés à cabeça; o que fez com que todo o meu corpo se arrepiasse.

- Não vos incomodo mais; espero que tenham uma boa noite. - e assim que disse isto desapareceu pelo amontoado de corpos que nos rodeavam.

O peito de Harry subia e descia mostrando a sua irritação. De um momento para o outro o Harry virou costas e desapareceu por uma das muitas portas que haviam no grande salão. Todo o meu corpo entrou em aflição e tentou segui-lo, mas uma vez que eu estava de saltos era mais difícil para mim acompanhar o seu passo. Quando abri a porta pesada que ia dar às traseiras do edifício, a mesma porta por onde tínhamos entrando no princípio da noite, deparei-me com o Harry a fumar um cigarro enquanto passava uma mão pelos caracóis. Odiava ver o Harry fumar, se fosse outra pessoa não me importava, mas o Harry era diferente. Ele estava à minha frente a destruir-se pouco a pouco e eu não fazia nada em relação a isso.

- Harry... - falei baixinho.

- Volta para dentro Kate. - disse ríspido continuando de costas sem se virar uma única vez para mim.

Neguei com a cabeça, apesar de ele não me conseguir ver, e aproximei-me de dele para mais tarde o abraçar pelas costas. O Harry cheirava tão bem, mas como tudo o que é tóxico contamina, o tabaco acabou por contaminar o cheiro do perfume do Harry também. Apertei-o mais. Ela não reagia ao meu toque e isso estava a ter um impacto negativo para mim. Ele não parava a sua sequência de levar o cilindro branco à boca para depois o afastar e expelir o fumo. A certo ponto Harry virou-se e expeliu o fumo na minha cara provocando-me tosse.

- Eu disse para ires para dentro! - gritou. Encolhi-me mas continuei a tossir, eu tinha levado com uma grande nuvem de cigarro. Harry apercebeu-se das duas acções que tinha produzido e rapidamente afastou o cigarro da sua boca - Desculpa... Eu não queria gritar contigo... Nem queria mandar o fumo para ti, tu sabes que eu tento ao máximo não o fazer... - apesar do seu discurso eu continuava encolhida e isso fez com que ele soltasse um gemido de frustração.

Acabou por me puxar para um abraço bastante apertado e enterrou a sua cabeça na curva do meu pescoço para depois me deixar beijos no mesmo. Ao fim de algum tempo ganhei coragem e falei.

- Podemos ir para dentro? Está frio cá fora.

- Claro - e lançou-se um sorriso meigo para depois me apertar mais contra si e me dar um beijo na testa.

O Harry às vezes pode ser bastante espontâneo sem sequer se aperceber, não é uma das características que eu mais aprecie nele, mas tenho esperança que com o tempo me habitue. Posso estar loucamente apaixonada por ele, mas aí é que está uma das coisas mais bonitas do amor. Este faz-nos querer mudar para melhor, faz-nos querer fazer de tudo para estarmos perto dessa pessoa para todo o sempre. E enquanto eu puder vou fazer de tudo para não perder o Harry.

Harry acabou de fumar o seu cigarro, para de seguida o mandar para o chão e o calcar. Quando dei por mim já estávamos novamente dentro do salão, mas notei que estava toda a gente a dirigir-se para as mesas perto do palco. O Harry encaminhou-me para aquela que eu suspeitei ser a nossa. A mesa tinha pessoas que eu já tinha conhecido ao longo da noite.

Harry ajudou-me a sentar para depois se sentar ao meu lado e entrelaçar os nossos dedos, provocando logo um sorriso no meu rosto. A conversa fluía facilmente entre todos os membros da mesa, mas teve de ser interrompida pois um homem dirigiu-se ao palco e chamou o pai do Harry ao mesmo.

- Boa noite a todos - começou - Espero que estejam a gostar da noite até agora. Tenho a dizer que só chegámos aqui graças a um determinado grupo de pessoas. Quero também agradecer ao meu filho Tom por ter lá estado quando precisei apesar de ter negado o legado da minha empresa e a trocar por o mundo do cinema; ao meu filho Harry por se estar a empenhar tanto para um dia assumir aquilo que o irmão não quis; - consegui naquele momento ver um sorriso torto no rosto do pai do Harry - e à minha filha mais nova que não pôde estar aqui presente hoje, por ter sido a minha menina pequenina e por me ter apoiado. - no final do discurso todos bateram palmas.

O jantar começou a ser servido e para minha felicidade havia uma vasta escolha de pratos que constituíam o mesmo. No final da sobremesa uma música calma começou a tocar e vários casais levantaram-se para ir dançar. Quando notei Harry também estava levantado e de mão estendida na minha direcção.

- Anda dançar. - nem tive tempo de responder pois já estava a ser puxada para a pista de dança.

- Eu não sei dançar.

- Claro que não sabes, por isso é que quando vais a bares dançar todos os homens olham para ti. - disse e revirou os olhos.

- Isso é mentira. - disse indignada.

- Para meu desagrado, uma vez que és minha, é a pura verdade.

- Harry eu não sei dançar. - insisti mais uma vez.

- É fácil imita-me.

Fui seguindo os passos do Harry. De vez em quando enganava-me, mas estava a correr melhor do que estava à espera. Baixei a cabeça e olhei para os nossos pés, mas no momento a seguir senti o meu queixo a ser levantado delicadamente.

- Olha para mim. - sussurrou Harry e depois deixou um casto beijo nos meus lábios.

A noite continuou até que o Harry achou que estava a ficar tarde e era melhor levar-me a casa. Quando chegámos não havia uma única luz proveniente da mesma. Antes de abrir a porta o Harry beijou-me. Um beijo que transmitia desejo e paixão, um beijo que mostrava o quanto necessitávamos um do outro para viver, se calhar eu precisava mais dele do que ele de mim No final do beijo as minhas bochechas pareciam dois tomates. O Harry acabou por voltar para o seu carro, depois de eu muito insistir para ele entrar.

Assim que fechei a porta e encostei-me e relembrei da noite que tinha tido, pormenor por pormenor. Automaticamente um sorriso bobo surgiu e acabei a morder o lábio. Eu era a rapariga mais feliz de sempre.

B��ƹ8 �D

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Não sei quando volto a atualizar! já tenho mais alguns caps escritos mas pronto. Acho que os caps estão a ficar um pouco lamechas e se calhar as coisas estão a ir depressa demais. O que acham? Estou cheia de ideias!!

Moon

Cigarettes | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora