Cigarettes | h.s

40| Flores e teatro . . .

Tal como eu previra a semana foi bastante atarefada para o meu lado. Só tinha mais as aulas da tarde e estava oficialmente de férias. Tinha meia hora para acabar de almoçar para depois ter mais um ensaio que provavelmente seria o último antes de logo à noite. Todos gargalhavam alto na minha mesa enquanto eu me abstraia de tudo e olhava pela janela do refeitório, por onde vi um casal do outro lado da rua. O rapaz puxou um ramo de flores, que devido à distância não consegui identificar que tipo de flores; e entregou à rapariga, que segundos depois levou as mãos à boca

- Estás a olhar para a onde? - perguntou o Harry que estava sentado ao meu lado.

- Para aquele casal do outro lado da rua.

- O que têm? - consegui ver uma ruga formar-se na sua testa.

- Ele ofereceu flores à rapariga.

- Estás com ciúmes?

- Claro que não, apenas acho que oferecer flores e chocolate está ultrapassado. Toda a gente oferece flores ou chocolate, é por assim dizer a prenda de emergência, se te esqueceres de arranjar uma prenda, flores ou chocolate é a primeira coisa que vem à mente das pessoas.- e quando acabei de falar é que apercebi-me que já tinha dito mais do que devia.

- Estás nervosa para hoje à noite? - disse o Harry mudando de assunto.

- Um pouco. Tenho medo de me enganar a meio, e ainda por cima vai lá estar tanta gente. - o Harry aproximou a sua cara da minha.

- Não te preocupes, vai correr tudo bem. - e sem eu estar à espera juntou os nossos lábios num beijo rápido, tentando fazer com que nenhum docente reparasse na nossa demonstração de afecto, coisa que é proibida pelo regulamento interno da escola.

Voltei a olhar pela janela, mas o casal de namorados já lá não estava e portanto decidi voltar a minha atenção para a mesa e começar a participar na conversa enquanto não chegava a hora de ir ensaiar.

***

Faltava cerca de meia hora para a peça começar e eu estava juntamente com a Carol, o Niall, o Liam e o James nos camarins, eles sabiam o quanto este teatro era importante para mim. Grande parte dos meus amigos tinham vindo, só que se encontravam do lado dos espectadores; para minha grande infelicidade Kim não pôde vir mas mandara-me minutos antes uma mensagem a desejar boa sorte. Os nervos já praticamente não existiam e achei isso surpreendente uma vez que eu muitas vezes entro em completo stress antes de "acontecimentos importantes". Alguém bateu à porta e depois de eu pronunciar um entre a tufa de caracóis do Harry espreitou para dentro da pequena sala. A minha companhia anterior percebeu que o Harry queria falar comigo em privado e começou a evacuar a sala, mas não sem antes me desejar boa sorte. Consegui ver a Carol e o Nial apontarem os seus polegares para cima antes de saírem o que me obrigou a controlar-me para não me rir das suas figuras.

- Nervosa?

- Nem por isso.

- Vi a tua mãe. Acho que as nossas mães neste momento devem estar a preparar-nos o casamento. - mas as nossas mães nem se conheciam - A minha mãe também veio ver pois a Gemma também vai participar na peça e digamos que eu acabei por as apresentar uma à outra e digamos que estão a dar-se muito bem. O teu pai não veio?

- Não. - respondi curta.

- Toma. - e dito isto tirou uma caixinha quadrada do bolso das calças, e tenho de admitir que por momentos pensei que ele me ia pedir em casamento, depois daquela conversa toda sobre as nossas mães, mas logo voltei à realidade e apercebi-me o quão absurdo era esse pensamento - Tem calma não te vou pedir em casamento. É um presente.

- Não precisavas Harry. - disse pegando na caixa.

- Mas quando eu vi isso lembrei-me logo de ti e tive de o comprar, ainda pensei em te oferecer flores mas depois da nossa conversa ao almoço percebi que era uma muito má ideia. - ri-me e abri a caixinha para me deparar com um pequeno anel em tons de prata sujo com uma pedra também num tom de branco sujo no meio. Ele pegou no anel e pô-lo no meu dedo indicador, eu estava sem palavras - Não me perguntes o porquê de me lembrar de ti quando olhei para o anel, mas como eu já tinha um amuleto da sorte, que és tu, pensei em arranjar-te um também.

O anel reluziu a luz do cadeeiro que se encontrava por cima de nós. Eu não parava de olhar para o anel, ele era tão lindo.

- Gostas?

- Oh Harry! - abracei-o - Obrigada, é tão lindo. - aproximei a minha cara da sua e beijei-o.

- Ainda bem que gostaste. - alguém passou no corredor e avisou que todas as personagens do teatro se deviam dirigir para o palco e percebi que era a minha deixa - Encontro-te aqui no final do espectáculo? - acenei afirmativamente com a cabeça - Boa sorte. - e beijou-me mais uma vez.

Ambos saímos da sala e cada um foi para seu lado uma vez que o palco era para um lado e as cadeiras onde se encontravam os espectadores eram para o outro. O espectáculo passou a correr e para minha surpresa correu melhor do que eu estava à espera, quando dei conta o mesmo já tinha acabado e agora eu estava onde combinara com o Harry que chegou poucos minutos depois.

- Estou tão orgulhoso da minha namorada. - disse enquanto me pegava e rodopiava no ar para depois me apertar as bochechas.

- Obrigada. - ele pegou na minha mão e encaminhou-nos para o lado de fora do edifício.

- Kate... Eu vou depois de amanhã para Inglaterra. - o meu corpo parou no meio do passeio.

-O quê? - perguntei tão baixo que não tinha a certeza sequer se ele tinha ouvido.

- Eu queria-te ter contado antes, mas estavas nervosa com o teatro, e não te quis preocupar. - engoli em seco eu sabia que isto ia acabar por acontecer, que nós um dia teríamos de ficar afastados durante algum tempo. O Harry voltou a pegar na minha mão e a conduzir-me pelo passeio.

Ao fim de algum tempo acabámos por ver as nossas mães ao longe, o que fez o Harry parar e beijar-me. No final do beijo ele murmurou um « Amo-te », por momentos pensei que tivesse ouvido mal mas acabei por perceber que não tinha ouvido mal e beijei-o e também, no fim do beijo murmurei-lhe um « Amo-te » de volta. A minha expressão anterior de tristeza fora substituída por uma de felicidade e acabei inconscientemente a agarrar o braço e a mão do Harry com mais força, gesto que foi momentos depois devolvido. Depois de chegarmos ao pé dos nossos familiares e nos cumprimentarmos para momentos depois nos despedirmos, eu e a minha família começámos a andar em direcção ao nosso carro. Eu sabia que o Harry não me tinha beijado agora por estarmos em frente às nossas mães e ele não ser grande fã de afectos em público, daí me ter beijado antes de nos aproximarmos delas. A minha mãe tomou o lugar de condutor depois de ter a certeza que a Soph e o Derek estavam bem instalados nos bancos de trás.

- Estou tão orgulhosa de ti. - disse a minha mãe rompendo o silêncio.

- Obrigada.

- A Anne é bastante simpática; tens a minha autorização para te casares com o Harry. - e aquela conversa ia começar.

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Alô voltei!! Eu era para postar ontem mas já era muito tarde quando vim ao wattpad e estava muito cansada!!

Espero que gostem!! Votem e comentem!!

Moon