25| Medo e festinhas . . .

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Os passos continuavam e passado pouco tempo o homem que me tinha mantido prisioneira entre o seu corpo e a fria parede de pedra estava no chão enquanto outra pessoa estava por cima dele a esmurrá-lo. Eu encontrava-me chocada. Não me conseguia mexer, as lágrimas não paravam de escorrer pela minha cara e o meu corpo deslizou e acabou sentando no chão. Conseguia ouvir os gemidos de dor do meu quase violador, que eram provocados pelos murros que levava. Quando olhei melhor para o homem por cima dele, consegui distinguir uns caxos castanhos na sua cabeça e não quis acreditar que o meu salvador tinha sido Harry. Ao fim de um tempo Harry parou de esmurrar o homem e saiu de cima dele dirigindo-se a mim que continuava sentada no chão. Esta faceta violenta do Harry tinha-me assustado, e quando este foi para me tocar na bochecha afastei-me. Consegui ver dor a passar pelo seu olhar, mas não queria saber por muito surpreendente que seja, estava demasiado chocado com os últimos acontecimentos que tinham acontecido.

- Kate... - e assim que ele pronunciou o meu nome o seu choro intensivo voltou. Harry automaticamente pôs os seus braços à volta do meu frágil corpo e embalou-me — Shh... Está tudo bem, eu estou aqui. Já passou... - agarrei com força a sua T-shirt e chorei. Tinha tanto medo. O meu corpo tremia por todo o lado.

Senti ele pegar-me ao colo e começar a andar em alguma direcção que eu não via devido a ter a minha cara escondida na sua camisola. Passado algum tempo a andar, Harry parou e percebi que tínhamos chegado ao seu carro, devido a ele estar a tentar tirar as chaves do bolso comigo ao colo. Quando percebeu que não o conseguia fazer pousou-me no chão, ideia que não me agradou.

- Harry não... - murmurei assustada. Não queria sair dos seus braços, eram como se fossem o único sítio seguro em todo o mundo. Harry apercebeu-se do meu medo e rapidamente me abraçou.

- Eu só vou abrir o carro Kate, está tudo bem. Ninguém te vai fazer mal. — e no final deu-me um beijo no topo da cabeça — Ok? — concordei limitando-me a acenar com a cabeça.

Assim que Harry largou o meu corpo eu abracei-me a mim própria. O meu corpo continuava a tremer e não parecia querer parar. Uma vez que o carro estava destrancado Harry abriu a porta do lugar de passageiro e meteu-me lá dentro, seguindo para o seu lugar de condutor. Arrancou com o carro e eu continuava sem me mexer. Já não tremia tanto e o choro tinha parado. No carro reinava o silêncio. Pela janela do carro conseguia-se ver as ruas de Miami iluminadas pelos candeeiros. Harry tinha uma mão assente no volante e a outra segurava a minha mão, largando-a apenas para mudar as mudanças.

- Podes pôr música? — perguntei a medo, tinha a esperança que a música me acalmasse um pouco pois continuava bastante nervosa.

E dito isto Harry ligou o rádio, e como eu tinha previsto a música acalmara-me um pouco, mas não tanto como eu queria. Ao fim de algum tempo o carro para e Harry sai vindo abrir a minha porta e voltando a pegar em mim ao colo. Sentia-me tão frágil, como se com um simples toque me fosse desfazer em pó. A porta de casa estava aberta e notei que me encontrava em casa de Harry. Fechei os olhos, estava tão esgotada.

- Quem é ela? — ouvi uma voz feminina desconhecida por mim a perguntar com alguma preocupação na voz.

- Gemma agora não. A mãe?

- Saiu. -  e dito isto Harry começou a subir as escadas.

Entrámos num quarto, que suspeitei ser o seu. Fui deitada numa superfície fofa e confortável, que devia de ser uma cama, a sua cama. Senti a sua mão pegar nas minhas madeixas de cabelo soltas e colocá-las atrás da minha orelha, para de seguida acariciar a minha bochecha com os seus dedos. Senti aquela sensação no final da barriga, mas também senti o meu corpo contrair um bocado. Tinha demasiadas sensações à flor da pele. Ainda tinha algum receio em relação a Harry devido aos acontecimentos daquela noite. Harry estava deitado à minha frente, o que fazia pensar que a sua cama era de casal, visto que ambos tínhamos bastante espaço na cama disponível para nos mexermos. Pela milésima vez recordei a minha noite e o meu choro intensivo voltou. Harry começou a limpar-me as lágrimas.

- Não chores bebé... Já passou... - Harry tentava pôr fim ao meu choro, mas sem resultado — Está tudo bem OK? Eu estou aqui e não vou deixar que ninguém te faça mal. Custa-me tanto ver-te assim. — o meu choro passado algum tempo acabou por acalmar.

- Tenho de ir para casa... - murmurei fraca.

- Nem pensar. Não vais a lado nenhum nesse estado. — negou rapidamente.

- Se eu não for vou ficar em problemas.

- Eu falo com os teus pais. — disse passando a mão pelo meus cabelos. Mas isso não me acalmou nem me aliviou.

- Nem pensar! Os meus pais não podem saber o que é que aconteceu. — falei muito rápido.

- Kate eles vão perceber. — eu só abanava a cabeça negativamente — Então fazemos assim, mandamos-lhes uma mensagem a dizer que foste dormir a casa de uma amiga e que não te estás a sentir muito bem, portanto amanhã ficas em casa da tua amiga e não vais à escola, e assim eles não sabem de nada.

- Eles não vão acreditar, isso é a pior desculpa de sempre. — avisei-o.

- Não custa nada tentar. — entreguei o meu telemóvel a Harry e este começou a digitar algo. Ao fim de algum tempo voltou a falar — Bem parece que resultou. — disse com um sorriso orgulhoso e meigo na cara -  Queres ir tomar um banho? Posso-te emprestar roupa se quiseres. — acenei com a cabeça e ambos levantámo-nos da cama.

Entrei na casa de banho, que estava ligada ao quarto e Harry entregou-me uma toalha, saindo de seguida para me ir buscar roupa. Depois do banho tomado enrolei-me na toalha e espreitei pela porta vendo se Harry se encontrava no quarto, visto que não, sai da casa de banho. Uma rapariga bastante parecida com Harry entrou no quarto assustando-me.

- Olá sou a Gemma a irmã do Harry. — acenei com a cabeça.

- Sou a Kate... - murmurei.

- O Harry pediu-me para vir ver como estavas. — Gemma parecia bastante simpática — Toma. É alguma roupa do Harry. Eu disse que se calhar era melhor vestires roupa minha que não te devia ficar tão grande, mas o meu irmão não me deu ouvidos. — disse rindo no final fazendo-me sorrir fracamente. E automaticamente comecei a gostar da rapariga que era tão parecida como rapaz que eu amava.

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Estou a ficar sem ideias!! Alguém tem ideias?? Não sei quando volto a postar. Comentem,

Moon

Cigarettes | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora