A Dança dos Hereges

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O campo de batalha estava posto sobre a paz perturbada da lua e sob o céu calmo que aguardava a agitação. Em toda a extensão do complexo construído por Montblanc havia apreensão e um sentimento de perda. Cercados por todos os lados, estavam os Escolhidos e clones com suas armas postas. Os magos deixavam claro seus poderes e demais habilidades com os animais adestrados. Montblanc se colocou nas barreiras principais, sendo a primeira linha de defesa para os deuses antigos e seus seguidores. Ninguém atacava ninguém. O silêncio fazia o som natural ser ensurdecedor. Nenhuma ameaça era ouvida.

Do outro lado, o mesmo efeito acontecia, ainda que de forma um pouco diferente. Apenas o exército de Gregos IV estavam à frente e com o cerco fechado ao redor do complexo. Um acampamento no alto de uma colina era usava pelos guardiões de Saul e Vigur. Eles observavam toda a localização e revisavam seus planos enquanto esperavam o Capitão.

Horas se passaram, e nada acontecia. Vez ou outra, um dos clones se aproximava dos robôs, com cuidado, e os observava, mas não havia qualquer reação deles. Os sacerdotes já estavam inquietos com a demora quando Montblanc ordenou para que se preparassem. A nave de Saul já estava na órbita da lua, e a mesma foi usava para chegar à colina.

Houve comemoração no acampamento quando o Capitão surgiu.

— Achei que depois de tudo isso, você havia desistido mesmo e ido embora – disse Vigur ao ir de encontro com o amigo.

— Não – rebateu Saul. – Mas não vou negar que não passou pela minha cabeça – confessou, triste. – Estamos à beira da morte lutando por uma população que nos odeia, o que vai acontecer se ganharmos?

— Muda de assunto – pediu Vigur ao notar que os outros estavam se aproximando. – E seja direto.

— Saul! – Disse Zancer, se colocando em reverência.

O Capitão retribuiu o gesto, fez o mesmo aos outros.

— Os olhos apreensivos estão sobre nós – comentou Caiva.

— Sabem onde ele está? – Perguntou Saul, observando o vale.

— Onde você acha? – Rebateu Zancer, sugerindo a pirâmide.

— E como chego lá? – Victor insistiu.

— Saul, você não vai chegar lá sozinho! – Esbravejou Patritch.

— É assim que faremos, pelo céu ou pela terra! Nem que eu tiver que passar matando tudo o que estiver na minha frente!

— Não, você não vai! – Uma voz veio de todos os lugares, e então um clarão forte se fez, trazendo Fogo Branco para o local.

— Pela Luz! – Disse Dontu, se colocando se joelhos.

Todos os outros tiveram reações parecidas, com exceção de Saul e Vorax, que permaneceram em pé.

— Fogo Branco – disse Victor, com uma reverência rápida.

Vigur se levantou, agradecendo aos céus por ver seu herói divino diante de seus olhos naquele momento. Mas a atenção foi atraída para o campo de batalha, onde os clones começavam a atacar os robôs.

— Está na hora! – Gritou Patritch, se armando.

As naves de Montblanc subiram aos céus junto de alguns aviões de combate, e foram direto para o acampamento. Lançaram mísseis que surfaram no ar até bater na redoma criada por Fogo Branco.

— Não percam tempo! – Esbravejou Zancer.

Bartan estava mais ao fundo, seus olhos foram para Saul, como se precisasse de permissão. O Capitão acenou com a cabeça, e o Piloto foi à sua nave, poucos metros à direita.

Sete Vidas em Nove Mundos - O Segundo FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora