O Elo Entre Irmãos

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Todos estavam preparados para a guerra, era o momento definitivo para tomar as decisões que deveriam ser tomadas, e nada podia diferente do que se esperava. Sondas entravam na lua e traziam imagens e dados sobre o campo de batalha, e os números assustavam os não acostumados com volume. Eram muitas pessoas, ainda que a grande maioria fossem clones. O maquinário de guerra também impressionava.

— Desceremos aqui – Saul apontou para uma área plana sobre as colinas que dava ao vale e ao laboratório. – Manteremos nossas forças aqui até que seja seguro descer. A localização vai nos ajudar a cercar os inimigos e impedir que escapem por qualquer lado. Nossas ferramentas e demais armas de guerra podemos espalhar aos pés das montanhas, e isso vai servir como uma barreira a mais. Nos céus, Bartan vai comandar os aviões e impedir qualquer fuga com naves. Vorax também estará no céu e no espaço, se qualquer módulo do Vestígio entrar na lua, não poderá mais sair. O exército de robôs descerá aos poucos cercando os arredores do vale, focados na frente da pirâmide, fora do tumulto até que a batalha comece de fato. Cada um de vocês ficará responsável pelas tropas de pessoas que levarem, mas prefiro que deixem as máquinas fazerem o trabalho pesado. Lembrem-se, a ideia é não ter baixas do nosso lado para retomarmos a confiança dos povos – olhou para os guardiões com uma expressão gélida. – Outro ponto importante, as criaturas antigas só serão usadas em último caso, e para não perdermos o controle da ordem eu vou entrar sozinho. Montblanc tem um exército numeroso e alguns de seus cavaleiros ainda estão com ele. Será lenda contra lenda.

— Posso falar com franqueza, Capitão? – Indagou Patritch.

Saul segurou a sua permissão por um segundo, então a concedeu:

— Claro, general – sua voz era sem vida.

— Você quer entrar sozinho em uma instalação desconhecida que vai estar cheia de inimigos?! – Expressou o general. – Acho melhor que se entregue, então. Está indo para a armadilha dele. Temos que chegar com força total, até porque não acredito que ele não vai usar os deuses da antiguidade. Já estive em muitas guerras, e apesar de nunca ter lutado em nenhuma como essa, sei como Montblanc vai agir porque eu vi isso acontecer sete vezes. Estamos parados aqui há três dias, e ele sabe que vamos usar a tática dele contra ele – os outros concordaram só com um aceno de cabeça. – Ele desestabilizava toda a sociedade para dar um golpe certeiro, mas aqui não tem sociedade...

— Eu entendi, Patritch – forçou o Capitão.

— O general tem razão, Saul – rebateu Zancer. – O seu plano não vai funcionar como está pensando. Você vai pegar Montblanc, esse será o nosso resultado, não nosso método – girou o mapa na mesa. – Os meus dragões podem liberar caminho pelas estradas do sul. Isso vai dar ajudar com uma abertura direto para a entrada do laboratório, concordam?

Todos confirmaram, mesmo sem alarde.

— Então, façam isso – disse Saul, carrancudo. – Mas não contem comigo porque tenho um último plano. Este é para ser certeiro.

Dontu veio à frente.

— Não gosto quando você vem com esses planos – exclamou com a desconfiança estampada no rosto. – A última vez que ouvi sobre planos secretos da sua boca, Mardor desapareceu.

Saul consentiu, mantendo sua feição inexpressiva.

— A reunião está acabada – Victor acionou um botão no canto da mesa que a desligou. – Só peço uma coisa, mantenham o início do plano ativo e esperem que eu chegue para avançarmos juntos.

— Chegar de onde? – Questionou Bartan.

— Piloto, prepare seus aviões – disse Saul, ignorando a pergunta e saindo para a porta do corredor. – Preparem suas tropas e desçam para o ponto de encontro. Eu preciso falar com Vorax.

Sete Vidas em Nove Mundos - O Segundo FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora