CONTROLE E EXPLOSÃO

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__ Tem certeza de que entrar quase na metade do ano letivo de um colégio é uma boa ideia? Ainda dá tempo de dizer à eles que sou só um delírio seu Hawks.

__ Vai reclamar com a sua supervisora, garota. Já está tarde pra dar no pé.

Eu tinha duas opções: entrar naquele colégio idiota ou matar o Hawks por me colocar naquela situação sem a minha permissão. A segunda opção era a minha favorita, mas não iria ser fácil depenar o Pro Hero Número Dois do Japão, então acabei tendo que seguir com o planejamento. Completamente contra a minha vontade. Obviamente contra minha vontade.

Trabalhar para a Comissão de Segurança Pública me rendia um bom dinheiro e como não era conhecida publicamente, eles me deixavam meio "livre" pra fazer meu serviço. Só precisava entregar dentro do prazo que me davam. O problema é que aquele tipo de infiltração requeria muito mais atenção e muito mais tempo.

Claro que antes de ir, repassei o básico de informações sobre o lugar, já que meu tempo era curto. O colégio UA era o maior em questão de estruturas e considerado o melhor do Japão, dirigido pelo diretor Nezu, de nome renomado entre a classe educacional de heróis. Contando com professores Pro Heros, além do treinamento para heróis, havia também os mais eficientes departamentos de educação geral e suporte. O colégio não era o maior fã da imprensa e seus ataques em busca de manchetes escandalosas, por isso barravam a entrada constantemente de repórteres e jornalistas, mas em compensação já tinha sido alvo da Liga dos vilões diversas vezes. Péssimo para a reputação impecável.

A primeira impressão tem seu valor, mas a ideia de me submeter a conviver com outras pessoas não me agradava nem um pouco. Meu cabelo era branco, o que eu acreditava ser por causa da telecinese, além dos meus olhos acinzentados e quase sem brilho. Eu nunca gostei dos olhares em mim, então não saia muito, o que também era mais um dos pedidos estranho dos meus superiores, mas que não me importava em cumprir.

A prova de admissão havia sido moleza, apesar de não ter frequentado escolas como outras crianças, os professores particulares da Comissão sempre fizeram um bom trabalho quanto à educação de seus agentes. No fim, estava meio óbvio que queriam cobrir a vaga da classe de heróis rapidamente com alguém com um pouco mais de conhecimento em batalhas já que os outros alunos estavam em um estágio mais avançado. Nada melhor que uma telecinética e pupila do Número Dois.

Se precisava me apresentar para a avaliação final, então teria que me movimentar pra valer, o que já não fazia a algum tempo. Optei por uma blusa larga, calça de moletom, pois sempre era mais confortável, todas as peças pretas é claro, minha cor favorita. All Star vermelho nos pés e o boné preto que eu havia ganhado do Hawks na cabeça. No pulso, levava uma pulseira com uma pena vermelha do keigo, que ele havia me dado pra caso acontecesse alguma coisa comigo e ele conseguisse me localizar o mais rápido possível.

"Sempre leve ela com você pra onde for", ele disse bem sério, então resolvi não contrariar. Às vezes eu ficava girando ela entre os dedos pra ver se ele sentia alguma coisa, mas nunca soube se só me ignorava ou se aquilo só não funcionava de verdade.

Depois de tudo, Hawks me acompanhou até a entrada da UA, sem tirar os olhos do telefone durante todo o trajeto. Devia estar matando serviço isso sim.

__ Olha, não vai dar mais pra eu te esperar, mas vê se passa lá na Comissão depois para avisar dos resultados e pegar algumas os relatórios. Sei que você vai passar tranquila, então, por enquanto, tá tudo tranquilo.

"Eu poderia falhar se quisesse, aí não ia precisar fazer isso"

__ Vão me dar uma família falsa junto com os documentos pra usar? - perguntei.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐌𝐄 - 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐈. 𝓚𝓪𝓽𝓼𝓾𝓴𝓲 𝓑𝓪𝓴𝓾𝓰𝓸𝓾 Onde histórias criam vida. Descubra agora