CRIANÇAS NÃO MENTEM

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Mirko, atual heróina número 5 no ranking de heróis, era incrível! Tipo, muito incrível!

Ela era com certeza uma das mulheres mais forte que eu já conheci, tanto em poder quanto em questão de personalidade, que por sinal era bem intensa.

Seu porte atlético e as semelhanças com coelho devido a sua individualidade, como as longas orelhas, uma cauda redonda ambas brancas, assim como seu longo cabelo, além de sua pele negra, eram suas características físicas mais marcantes.

Não importava qual desafio aparecesse, ela sempre avançava pro combate com toda a confiança do mundo.

E era complicado manter o ritmo de luta com ela, já que era do tipo que gostava de batalhas independentes. Mas se tinha algo que eu podia ajudar era reduzir a bagunça que ela conseguia criar quando tava lutando. Não era como se colocasse os civis em perigo, mas ela era tão boa em destruir coisas quanto o Kacchan.

"Hawks seu maldito! Você me mete em cada uma! Vou fazer que nem ela e chutar seu traseiro da próxima vez que te ver"

Outro dos meus maiores desafios era conseguir acompanhá-la pela cidade, já que em questão de velocidade, ela estava em um nível muito maior que o meu. E ela constantemente estava gritando sobre movimentos que eu poderia melhorar meu desempenho e eu tentava ao máximo assimilar tudo o que ela dizia.

Estávamos em patrulha a noite, provavelmente um dos poucos momentos em que ela ficava mais quieta, quando ela resolveu puxar conversa comigo. Eu tenho que admitir, eu achava a presença dela bem intimidadora às vezes.

__ Ei Kira, qual a ordem de ações os heróis devem seguir quando se deparam com um confronto com vilões?

__ Priorizar o resgate de civis, combater o vilão e obter o mínimo possível de danos na área de combate. É isso que ensinaram no colégio, tem algo errado? - disse a ela confusa pela pergunta repentina.

__ É que tem uma coisa me incomodando - respondeu se virando pra mim e abaixando o rosto até a altura dos meus olhos - Por que você nunca controla os vilões diretamente? Sua individualidade é a maior vantagem que você possui, iria diminuir os danos e acabar com as lutas muito mais rápido!

É claro que uma profissional iria se incomodar com a minha atitude. Eu conseguia enrolar o pessoal do colégio pra não ter que fazer aquilo, mas fora dos portões, a realidade era outra.

__ É que... eu não consigo fazer isso direito - respondi a ela - Não consigo controlar as pessoas sem acabar machucando o corpo delas.

Foram meus superiores que me ensinaram isso depois que a Lady Nagant foi presa. Eu tinha plena consciência de que se eu precisasse machucar alguém pra eles, era assim que teria que fazer. Era meu trabalho seguir suas ordens afinal, mas no estágio eu teria que fazer o papel de heroína e ferir pessoas era o completo oposto do que eu deveria fazer.

__ Pode me explicar isso? Não quero perder tempo com uma estagiária que não luta pra valer! - Outra curiosidade dela, é que ela não controlava a língua e falava o que queria. Aquilo me lembrava um certo loiro explosivo.

__ Um ser humano tem força própria e pra controlar alguém, eu teria que aplicar uma força maior do que a do alvo, é física básica - falei a ela que me deu um aceno afirmativo.

__ Mas ninguém gosta de ser controlado por outra pessoa, então acabam tentando resistir. Só que, eu sempre acabo exagerando na força que eu aplico e isso machuca o corpo delas. Ossos quebrados, rompimento dos músculos e vários outros ferimentos, tudo porque eu nunca aprendi a fazer isso direito.

"Eu já causei tudo isso" pensei comigo mesma. Ela ouviu em silêncio toda a minha explicação, prestando atenção em cada palavra que eu dizia enquanto caminhávamos.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐌𝐄 - 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐈. 𝓚𝓪𝓽𝓼𝓾𝓴𝓲 𝓑𝓪𝓴𝓾𝓰𝓸𝓾 Onde histórias criam vida. Descubra agora