PRINCESINHA DA NAGANT

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Eu nunca considerei meu aniversário como algo especial.

Pra mim, sempre foi só mais um dia.

Vou abrir meus olhos e seguir com a minha rotina, porque é um dia como qualquer outro. A única diferença na minha vida é que consegui sobreviver a mais um ano completo.

Considerando minha falta de memória sobre alguns anos da minha vida, Lady Nagant achou que o dia do meu resgate seria bom pra ser minha a data de nascimento. Ela não podia me mimar com presentes, mas nada nos impedia de comemorar em seu apartamento. Mas depois que ela foi presa, aquilo não era mais a mesma coisa.

Eu não me importei em nenhum momento em dizer que era meu aniversário para meus colegas da UA, porém a Midnight não era o tipo de pessoa que ficava de bico calado.

Por isso a noite, como não me deixaram discutir sobre aquilo, eu teria que colocar um sorriso no rosto e lidar com uma festa de aniversário.

Durante os treinos da 1A, o qual eu ainda não havia sido liberada pra participar, professor Aizawa me pediu pra cuidar da Eri e como não era nenhum problema pra mim, fui direto ao prédio onde ela ficava.

Não dava pra negar que a garota era uma graça. Com a curiosidade e agitação que qualquer criança possuia, ela fazia perguntas toda animada enquanto fazia desenhos aleatórios com o giz de cera. E eu dava toda atenção possível, mesmo tendo que distrair seu gato preto com um novelo de lá.

O professor havia dito que ela havia sido resgatada de vilões e era horrível pensar sobre como haviam pessoas com a coragem de machucar inocentes como ela. E então me lembrei que a mesma coisa tinha acontecido comigo. Como na maioria das vezes, apenas guardei isso no fundo da minha mente.

Por fim, comecei a pensar sobre o que fazer quanto ao Bakugou. Ele não era a melhor pessoa com palavras, mas me beijar tinha que significar alguma coisa, não é?

Foi bom usar minha individualidade em combate novamente, aquilo era a zona de conforto ao qual eu estava acostumada e não ficar quieta o dia todo. Também tinha sido ótimo colocar algumas coisas pra fora, mas depois do treino o clima entre a gente ficou meio estranho com a distância que ele estabeleceu novamente entre nós.

Não importava o quanto eu me esforçasse pra decifrá-lo, parte dele ainda permanecia como um enigma pra mim.

Então, só acabei mais confusa sobre como agir e em dúvida se aquilo era recíproco ou não.

Fui tirada dos meus pensamentos quando meu telefone começou a tocar na mesa e não pude deixar de revirar os olhos com o nome na tela.

"Shin"

Encarei meu celular um pouco surpresa por uma ligação dele, mas logo apertei o botão vermelho com um sorriso.

Porém, como meu veterano era um dos seres mais insuportáveis da minha vida, ele logo ligou novamente me fazendo suspirar de frustração. O Shin com certeza era a última pessoa com quem eu queria falar naquele momento e se o encontrasse pessoalmente teria que fazer o máximo possível pra manter as informações que eu tinha longe da individualidade dele.

E no fundo, eu já sabia exatamente o que ele queria, afinal, foram inúmeras vezes que havíamos feito aquilo.

__ Não vai atender? - Eri me perguntou chamando minha atenção.

__ Estou pensando se vale a pena - respondi a ela com um pequeno sorriso.  Se não o atendesse, ele iria continuar me importunando pelo resto do dia, então não tinha muita escolha.

__ Fala.

"QUAL É AKI?! TAVA ENCARANDO O CELULAR EM VEZ DE ATENDER?!"

__ Sim - respondi tranquilamente apesar dos gritos do outro lado - E pra que todo esse escândalo?

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐌𝐄 - 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐈. 𝓚𝓪𝓽𝓼𝓾𝓴𝓲 𝓑𝓪𝓴𝓾𝓰𝓸𝓾 Onde histórias criam vida. Descubra agora