𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐌𝐄 - 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐈. 𝓚𝓪𝓽𝓼𝓾𝓴𝓲 𝓑𝓪𝓴𝓾𝓰𝓸𝓾

LINHAGEM DE SANGUE

BAKUGOU

Eu não quero falar sobre isso.

Não agora.

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MINA ASHIDO

Eu achei ela incrível desde quando coloquei meus olhos nela.

E gostei ainda mais quando ela defendeu a mim e Jirou sem nem nos conhecer.

Ela era uma boa ouvinte e nunca reclamava dos meus longos monólogos. 

Ela nunca hesitou em me proteger, mesmo se precisasse se colocar na minha frente pra isso. 

Ela era uma das melhores lutadoras que eu já vi. Ela tinha um brilho próprio sem precisar fazer o mínimo esforço para ser uma estrela.

Mas ela guardava tudo o que sentia para não incomodar ninguém, mesmo que isso a machucasse ainda mais. 

Ela me apoiou, secou minhas lágrimas e me abraçou sempre que eu precisei. Porém, eu não consegui fazer o mesmo por ela.

Ela sempre foi uma amiga admirável.

Então por que eu deveria acreditar que tudo o que vivemos foi uma mentira?

☆

SHINKAI

Todos os departamentos da Comissão tinham uma ala especial dentro do prédio central da instituição, mas também tinham sedes separadas espalhadas tanto pela cidade quanto pelo país. A base da Divisão de Inteligência era localizada na zona leste da área de prédios executivos, mas a construção era só uma fachada. Todo o lugar ficava localizado no subsolo, dezenas de túneis e corredores, salas de treinamentos e pesquisas, escritórios particulares e várias outras instalações, e é claro, dormitórios para os agentes.

Eu morava com a minha chefe, por causa do lance dela ser minha tutora, mas às vezes passamos muito tempo na base, então eu já tinha um quarto reservado só pra mim. Já a Aki quis ficar sozinha no quarto ao lado e eu sei que ela não pregou os olhos durante a noite, os soluços do outro lado da parede a entregaram.

Durante o dia, eu a acompanhava pelos corredores, onde ela passava o tempo dela refletindo sobre o que havia acontecido na UA e eu tinha que insistir pra que ela descesse até o refeitório principal pra comer. Sem os uniformes da Divisão, parecíamos dois adolescentes com moletons perdidos ali e ninguém ligava muito para a nossa presença.

A Capitã sabia que havíamos voltado, mas não deu às caras ou nos chamou de imediato. A situação do nosso departamento estava cada vez mais instável, ela devia mesmo estar ocupada.

Mas depois de um tempo, ela mandou um dos agentes nos mandar pra sala dela. Ou estávamos muito encrencados ou ela sentiu nossa falta.

Eu acredito que era a primeira opção.

Aki simplesmente me seguiu sem reclamar, ela havia passado a falar bem menos e aquilo me preocupava, mas não havia nada que eu fizesse que trouxesse a alegria dela de volta. Era como uma casca vazia vagando por corredores mal iluminados.

A sala da chefe era simples e com móveis modernos e escuros contrastando com as paredes claras. Ela também havia deixado os uniformes de lado e passou a usar os ternos pretos e o cabelo ruivo preso num coque frouxo.

Pode não parecer nada de mais, mas como alguém que viveu por anos com ela, eu sei que ela só ficava isso quando sua mente se encontrava perdida.

Mas quando o olhar dela encontraram os meus, por um instantez eu pude jurar que os olhos dela brilharam por um instante.