LIGAÇÕES RECUSADAS

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Eu amo o Bakugou, nunca tive dúvidas.

Nunca deixaria ele se machucar por uma situação que era responsabilidade minha, mesmo sabendo que afetaria ele de alguma forma porque ele sentiria que havia falhado no trabalho de herói.

Só não imaginava que acordaria no hospital, já que eu desafiei a morte tantas e tantas vezes. 

Shinkai não parava de chorar quando me viu sentada na cama tentando arrancar o acesso do meu braço, eu nem me lembrava que ele era capaz daquilo, mas depois ele gritou comigo enquanto me abraçava e o Aoyama se derramava em mais lágrimas de alívio.

Quando consegui me sentir firme, voltei pra casa contra as ordens médicas, mas a Shiori mandou alguns conhecidos dela pra me ajudar. Um pouco de poder de cura e receitas médicas e eu já conseguia ficar de pé por um bom tempo sem desmaiar de dor. Shin e Aoyama iam e viam da minha casa sempre que tinham tempo, mas era pouco, pois a Divisão estava acumulada de serviços e ainda tinha o lance dos arquivos recuperados que precisávamos arrumar um meio para usá-los e tirar alguns executivos do poder.

Eu passava meus dias olhando para o céu das longas janelas da minha casa, pensando e relembrando de cada momento daquela noite chuvosa, do Yamazaki e principalmente do Bakugou. Lutar com ele depois de tantos anos pareceu nostálgico, mas não naquela situação. 

Mas quando ele me prendeu no chão e disse que eu não poderia machucá-lo porque ainda o amava…

Eu acreditei naquele momento.

Porém, quanto mais eu pensava, percebia que ele havia mentido usando aquelas palavras porque ele nunca acreditou nos meus sentimentos.

Então ele bateu na minha porta, brigamos outra vez e tudo terminou com ele limpando minhas lágrimas.

Eu senti tanta falta do toque dele, mas aquele olhar…

Dois dias depois, quando resolvi levantar da cama no fim da tarde pra comer, algo no ar fez eu me colocar em guarda, sabia que tinha alguém em casa.

Me esgueirando pelo corredor, rapidamente avancei e segurei o pulso de quem havia aberto a porta da minha geladeira, enquanto uma faca parava a centímetros de sua nuca.

__ Nossa, e eu achando que você estaria de cama… - Hawks disse revirando os olhos enquanto me afastava surpresa.

__ O que veio fazer aqui?

__ Só porque te deixei morar sozinha e comandar o país não significa que não vou querer te ver, maninha.

Hawks morava em Tóquio com a esposa e a filha dele, foi bem difícil me separar dele, mas nós crescemos juntos e sabíamos que queríamos coisas diferentes para as nossas vidas. Porém, ele ainda era o mesmo insuportável de sempre, as asas queimadas pelo Dabi cresceram lentamente depois da guerra, mas ele se recuperou. Hawks ainda usava aquela barba rala no rosto, mas preferiu manter o corte de cabelo mais curto, roupas casuais já que estava fora do trabalho de herói, algo que ele conseguiu recuperar depois de muitas dificuldades.

__ Keigo, bateu a cabeça em uma janela outra vez?

__ Foi só uma vez, ok? - respondeu esfregando a nuca - E não me olhe como se eu fosse o louco nesta casa, é você quem precisa de -

__ Vaza da minha casa e vai cuidar das garotas! - falei tentando empurrá-lo para fora da cozinha.

__ Nem pensar! Agora, vá se deitar, vou fazer o jantar bem rápido!

__ Vai embora Keigo! Eu não sou mais criança pra ficar me vigiando!

__ Sua versão criança não seria tão estúpida a ponto de levar uma facada de um assassino… - disse cruzando os braços enquanto deixava as asas caírem sobre mim para me afastar dele.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐌𝐄 - 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐈. 𝓚𝓪𝓽𝓼𝓾𝓴𝓲 𝓑𝓪𝓴𝓾𝓰𝓸𝓾 Onde histórias criam vida. Descubra agora