Nunca tive medo da morte.
Encarava isso como algo natural porque sempre entendi que tudo que tem início deve ter um fim.
O medo dentro de mim era da ideia de perder mais alguém para a morte.
Kaina Tsutsumi, conhecida popularmente com Lady Nagant, fazia parte dos heróis treinados pela Comissão de Segurança Pública.
Todas as suas lutas eram realizadas de forma implacável e seus atos sem nenhuma hesitação. Ela tinha uma visão centrada e séria quanto aos seus deveres, que a Comissão justificava como uma forma de manter a ordem e buscar a paz.
Mas o custo disso eram vidas.
Assim como minha mãe, minha mestra também carregava sangue em suas mãos. Tanto de vilões, quanto de heróis considerados corruptos.
Crescer dentro desse ambiente não a deixava enxergar a verdade. Se acostumar com tudo aquilo e se esquivar do mundo exterior não deixava brechas pra entender o quão errado tudo aquilo era.
E essa falsa justificativa só a levou a um caminho ainda pior.
Porque quando começou a questionar os absurdos daquele mundo e decidiu se afastar daquilo, a resposta do outro lado foi negar sua liberdade. O clímax da sua dor trouxe a morte do antigo presidente da Comissão de Segurança Pública e com isso, seu antigo título de heróina caiu por terra. Mas as pessoas não sabiam da verdade porque a Comissão havia jogado tudo pra debaixo do tapete como sempre fizeram.
Eu só descobri sobre isso depois de sua prisão, mas como uma criança não entendia o peso de tudo aquilo. A única coisa que passava na minha cabeça era porquê a minha mestra havia sido tirada de mim.
Eu perdi a mulher que me salvou uma vez e parecia que eu estava prestes a perdê-la uma segunda vez.
Conhecia bem as brechas da UA, cada rua e beco espalhados pela cidade, então chegar ao Hospital Central não foi tão difícil. Corri como se minha vida dependesse daquilo, até que meus pulmões ardessem com a falta de ar e meu corpo implorasse por descanso. Mas não dava, não quando minha mente continuava gritando que eu deveria encontrá-la.
Perguntar educadamente na recepção seria perda de tempo. E onde uma fugitiva da prisão de segurança máxima poderia estar dentro de um enorme hospital?
No lugar em que agentes do governo estariam fazendo guarda.
Não demorei muito para encontrar um deles guardando uma das portas de entrada da área com pacientes de risco, o terno preto os entregava facilmente.
__ Dê meia volta, somente médicos podem entrar - ele disse dando um passo a frente.
__ Saía da minha frente - respondi - Ou não terei misericórdia.
Sua mão começou a deslizar pelo paletó indo ao encontro da arma que sempre levavam consigo. Lutar sem usar meu poder não era minha atividade favorita, mas não posso negar que acabei descontando certos sentimentos conflituosos nos socos e chutes que distribui nele antes que sacasse a arma, as aulas com o professor Aizawa haviam ajudado bastante. Quando consegui bater com sua cabeça na parede, o levando a ficar inconsciente, avancei pela porta entrando em um corredor com ainda mais agentes armados.
Uma intrusa deveria ser eliminada, era assim que pensavam. Eu sabia que não faziam parte dos mais fortes da Comissão, conhecia seus treinamentos, cada movimento era do mesmo tipo, fracos e deploráveis. E no corpo a corpo, eu vencia qualquer um deles.
Não passavam de obstáculos medíocres.
As armas não eram um problema muito grande, não quando o alvo os dava uma surra. Indo direto ao resultado, um corredor de agentes desacordados e feridos jogados ao chão, além de uma enfermeira correndo apavorada.
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𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐌𝐄 - 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐈. 𝓚𝓪𝓽𝓼𝓾𝓴𝓲 𝓑𝓪𝓴𝓾𝓰𝓸𝓾
Fanfiction"A últimα coisα que eu vou fαzer neste mundo é me tornαr umα heroínα como vocês" A sociedαde em que vivemos é divididα entre heróis, vilões e civis. Entretαnto, existem αqueles que se misturαm entre essαs pessoαs nα buscα de informαções privilegiα...