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Dez dias haviam se passado após a ida ao parque de diversões e, quando tudo estava tranqüilo, um telefonema às 2 horas da manhã:

— Ivan, Medanha falando.

— Sim senhor!

— Amanhã, por volta de 6h, esteja no Comando Central em caráter urgentíssimo.

— Entendido! Até mais.

— Até.

Ele retornou ao quarto e não achou Guynive na cama. Seguindo para a cozinha se deparou com a porta do banheiro trancada.

— Guynive? — bateu na porta. — Você está bem?

Não teve resposta imediata. Ouviu o barulho da descarga e da escovação de dentes. Em minutos ela destrancou a porta saindo do banheiro:

— Sim. Agora estou melhor.

Ele a abraçou carinhoso:

— O que aconteceu? — afagou-lhe os cabelos, olhando em seu rosto.

— Um mal-estar.

— Você tem misturado muitas comidas diferentes nesses dias — Ivan se preocupava.

— Isso é verdade — ela sorriu ao se lembrar das guloseimas.

— Quer ir ao médico amanhã?

— Não acho que seja necessário — Guynive não cogitava mesmo essa idéia.

— Certeza?

Ela segurou os cabelos de Ivan e os cheirou, depois fitou-o nos olhos e se aninhou em seus braços:

— Não precisa se preocupar comigo, posso suportar mais do que você imagina — ela pensava em sua roupagem de combate.

— Disso não tenho dúvidas — falou com leve sorriso nos lábios. — Mesmo assim me preocupo.

— Porque?

— Por que é isso que pessoas que se relacionam fazem.

— Ivan, você nunca vai me abandonar, não é? — a frase ficou pesarosa no ar.

— Não! Por nada.

Ela fitava-o, cheirando lhe o rosto e dando leves beijos.

— Sabe que não vivo mais sem você, não sabe? — lhe confidenciou a garota.

— Já não é uma característica só sua — e a beijou de volta. — Agora vamos nos deitar, pois você acorda mais cedo, não quero que se desgaste.

De mãos dadas foram para o quarto e após Guynive deitar, Ivan a cobriu, e deitando atrás dela, se aprumou.

— Me desculpe qualquer coisa.

— Ei. Estamos juntos nessa — ele a reconfortou.

Ela se virou e ficaram frente à frente, desceu um pouco para apoiar a cabeça em seu peito:

— Obrigada! — um pouco acanhada ela perguntou: — Ivan?!

— Sim...

— O ratinho... ele ainda está com você?

Ele segurou o riso ao responder:

— Não fala senão ele aparece.

Então ela cochichou:

— Mesmo se eu falar assim?

Ele entrou na brincadeira:

— O ratinho é muito esperto. Ele ouve tudo ao seu redor.

Guynive - O Começo do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora