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Logo após sinalizar, ele guardou o lenço vermelho no bolso e voltou para dentro da casa. Retirou o casaco ensangüentado e o colocou em um canto:

"Tomara nunca mais o tocar." — Eddie sentiu nojo até no pensamento.

Com a pistola em punho, se evadiu passando pela lateral da casa até ver Guynive, que lhe acenou um "ok" para que retornasse. Cuidadoso, se esgueirou pelas paredes das residências abandonadas, atravessou a rua e chegou ao pequeno edifício. Subiu as escadas acessando o lugar da campana.

— E então, como me saí?

— Muito bem, Eddie.

Ele se posicionou na outra janela empunhando seu rifle.

— Obrigado!

— Prepare-se para a próxima vez.

— O quê?

— Sim. Esse contato entre os vigias é realizado de tempos em tempos e, como somos só nós por aqui, teremos que manter o teatro.

Se conformar era ruim, discutir com ela talvez fosse pior. Afinal, aquela ao seu lado era nada menos que Guynive, a mesma que surrou vários marmanjos, segundo o que ouvira.

— Ok! — se resignou, Eddie. — Será que eles entraram?

— Pelo tempo transcorrido, acredito que sim — respondeu, Guynive, atenta a qualquer movimento.

Mas, vez ou outra, essas e outras dúvidas a assolavam:

"Meu pai o aceitaria? E os meus irmãos?" — Focada ela tentava se acalmar: — "Tudo ao seu tempo, primeiro temos que mantê-lo vivo."

E para afastar incômodas verdades de sua mente, ela revivia os momentos românticos que tivera com seu amado e conversava com o fruto de seu amor:

"Ele voltará para nós!" — afirmava.— "Nem que tenhamos que abrir caminho entre as linhas inimigas e arrancá-lo delá!"


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Guynive - O Começo do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora