Batalha Sobre o Mar de Barents

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Sim, Petter tinha completa razão, mesmo sem saber do que se tratava. Foi há pouco mais de 20 metros de sua cabine que a grande rocha de gelo, inexplicavelmente, explodiu e o vôo seguiu seu destino. No local onde Memphis seria atingido, pequenos raios emanavam de um núcleo e, com um clarão, surgiu um ser alado sacudindo suas grandes asas. Ele era Falaz, um vistoso e grande principado.

— Essa passou perto — disse, Glind surgindo ao lado do companheiro.

Como arcanjo, Glind, sempre que possível se dispunha à frente de batalha. Era algo tão inerente a ele quanto a facilidade que tinha em tecer estratégias para combater, ou a sua facilidade em liderar. Com todo esse jeito para o combate, ascendeu como capitão, coisa com a qual concordou desde que pudesse se manter nas linhas de guerra.

— Nada além de um teste.

Respondeu ao reposicionar o seu mangual. Uma arma com um cabo de metal, ligado a uma corrente, e na outra extremidade uma maça revestida de espinhos. A pressão do seu impacto era brutal.

— Lir! Tillis! Espionem as camadas de nuvens — comandou o capitão.

E, próximo a ele, surgiram duas potestades que avançaram furtivas, se dirigindo para o local de onde o maior fragmento gelado fora originado. Ambos colocaram as cabeças para fora da nuvem, onde se escondiam e, dali, puderam contemplar a figura bestial do demônio Grosmo-Dã, que ainda coçava a cabeça sem saber direito o que acontecera pois, sua gigante pedra, não atingira o alvo. Sem perceber a aproximação dos dois, a grotesca entidade seguiu por cima da névoa se reposicionando sobre o avião. Ele estendeu a mão direita para o céu e concentrou a energia, gerando outro grande bloco de gelo. Com a mão esquerda sacou a espada, talhando as pontas na pedra mas, quando a lançaria, sentiu as estocadas: Lir lançára-lhe uma sequência de machadadas que atingiram e deceparam-lhe o braço. Quando Grosmo-Dã ergueu a cabeça para urrar, Tillis o degolou com a espada, que encontrou brecha entre o elmo e o peitoral.

A dupla retornou com informações:

— Glind, derrubamos o maior deles, mas existem outros, entre as camadas das nuvens.

— Vocês foram vistos?

— Não!

— Ótimo! Atacaremos agora, pois não tardarão em sentir falta daquele demônio.

O capitão emitiu um silvo e um pequeno grupo apareceu ao seu redor. Eram ao todo 32 seres alados, representantes de quase todas as casas celestiais. Eles manobraram subindo rápido, passando da camada nebulosa e ganhando o azul escuro da noite, onde a redonda lua cheia brilhava radiante. Sob sua luz intensa, armaduras e armas reluziram esplendorosas. Então Glind os distribuiu em pequenos grupos e eles desceram furtivos pela retaguarda inimiga. A primeira onda de ataques silenciosos, em segundos, dizimou pouco mais de 134 demônios. A percepção de que havia algo errado só veio a eles quando os granizos pararam de cair, e então o pelotão de Glind fora descoberto. Foi o instante em que chegava o reforço das hostes enviado e liderado por Cartoniadûn, que vinha por último, bem atrás. Era intesse dele observar as ações do grupo que ascendia. Ele trazia consigo uma irritação com tudo aquilo, que só piorava com seus pensamentos:

"Lugar maldito! Clima maldito! Missão maldita! Não há lucro neste lugar..."

Ainda refletia odiosamente, quando um pequeno punhado de seus combatentes descia em fuga, tão rápido quanto podiam. Batiam em retirada, sem sequerem sacar suas armas.

O demônio-líder agarrou um pelo pescoço e outros pela asa, enquanto a voz sarcástica questionou pausada e grotesca:

— Aonde meus inúteis lacaios pensam que vão? — o bafo gélido e intimidante do líder resultou numa resposta:

Guynive - O Começo do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora