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— Glenda, como está ficando?

A camareira deu dois passos para trás, tendo uma visão mais completa:

— Se tivesse ido ao cabeleireiro e à manicure, estaria bem melhor. Nossas opções são limitadas, pois você é muito alta e de grandes cabelos.

— Entendo. É que nunca fui a uma festa.

— Nunca? Está brincando.

— Não, não estou.

— Sua religião não permite? — e Glenda sorriu, mas breve, diante da seriedade de Guynive. — Não fique assim, pra tudo há uma primeira vez.

A mente da garota estava em turbilhão. Ela nunca se sentira tão despreparada, tanto que chegou ao ponto de pedir ajuda, e nesse momento ela seria mais que bem vinda.

— Me fala como está ficando?

— Olha, as roupas que suas colegas deixaram por aqui não lhe cabem, as sandálias menos ainda. O cabelo não quer assentar, e estou quase o prendendo com um grampeador. Sem contar que a essa hora a festa já começou.

As análises não a tranqüilizavam, mas Glenda não desistia:

— Olha, acho que uma boa ideia é você usar o uniforme solene. Tenho certeza que algumas pessoas também usarão.

Talvez fosse verdade, mas só os homens o fariam.

— Tem certeza?

— Não, mas você estará lá e poderá ver e ser vista — a camareira foi sincera.

Guynive estava prestes a aceitar a ideia da vestimenta, quando teve a curiosidade:

— Como eu deveria me vestir?

— Vou te mostrar — e correu até o carrinho.

Rápida a camareira pegou a revista, que estava um pouco amarrotada, e voltou. Internamente as imagens estavam perfeitas, mostrando moças bem vestidas em poses que valorizavam a silhueta, dando elegância e visibilidade.

— Minha ideia era que você saísse daqui assim, mas não temos os recursos disponíveis: roupas, sapatos, bolsas, colares, pulseiras, preparação para o cabelo e os cosméticos.

Após folhear umas páginas encontraram a garbosa imagem e Guynive não se conteve:

— Como está linda. Quem é essa?

— Essa é Phillys Davis e neste caso é ela que valoriza a roupa — disse satisfeita a camareira. — Veja como está bela. Até imagino a fragrância de seus perfumes.

Nas fotos, Phillys usava um vestido que descia rente ao tronco marcando bem a cintura. Dali em diante folgava e terminava pouco abaixo do joelho. O cabelo estava preso e com alguns leves adereços. Os sapatos e luvas combinavam no mesmo tom da roupa, um verde bem avivado, segundo a legenda sob a foto preta e branca. E por fim os brincos e um cordão com um pingente, ambos no formato de golfinhos.

— Ela é linda.

— Mais que linda, é maravilhosa, mas voltemos à realidade: precisamos trabalhar com o que temos — intentava Glenda.

— Não comprometa o seu serviço por minha causa, você me ajudou demais.

— Meu Deus! Tem razão, passamos quase 1 hora tentando te arrumar — ela olhou para o relógio em seu pulso. — Preciso ir, mas não queria te deixar assim.

— Sou grata por tudo — Guynive a abraçou.

— Se mudar de idéia sobre o uniforme solene, o seu está no armário.

— Obrigada!

— Boa sorte!

Rápida, Glenda colocou as últimas roupas em seus devidos armários, saindo em seguida. Guynive com a imagem da revista na cabeça se levantou, pegou sua toalha e sabonete e foi para o chuveiro:

— Deixe ver o que eu consigofazer.


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Guynive - O Começo do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora