30

21.6K 1.5K 145
                                    

Babi on

Em menos de uma semana eu vou estar em uma sala vendo o Aranha detonar o Victor por seja lá o que ele fez. Tenho que ser neutra, não posso fazer merda. Botar um cara qualquer na frente do meu trabalho não é uma opção.

Mas eu tô aqui na cama com o Victor, deixando ele abraçar meu corpo.

É burrice deixar ele se aproximar tanto, eu não posso me acostumar com isso. Ainda mais quando provavelmente ele vai levar um tiro na testa nessa merda de reunião.

Coringa: você já acorda no modo chefona do crime ?  Você mal acordou e já tá aí cheia das paranóias.

Me viro ficando de frente pra ele.

Babi: é isso que eu sou ... não tem outra coisa que eu pense.

Coringa: sua vida pessoal ? Seus amigos ?

Babi: acho que a única amiga que eu tenho é a Carol e eu conheço ela a pouco tempo .... E minha vida pessoal é uma merda.

Coringa: tem o Lucca...

Babi: vai começar Victor?

Coringa: ei calma, não é uma crítica. Só tô dizendo que ele é seu amigo também, você tem dois amigos, acho que o Bak também te considera amiga dele ...

Babi: tá dizendo que a primeira coisa que eu devo fazer ao acordar é pensar no Lucca e no Bak?

Victor me encara me silêncio por uns bons segundos.

Coringa: vamos ignorar essa conversa. Nunca aconteceu - reviro os olhos - Bom dia.

Babi: bom dia coração.

Coringa: pra quantos outros traficantes você deu apelido ?

Babi: o privilégio é só seu coração. Gosto de irritá-lo - me sento na cama - preciso de um banho.

Coringa: um bem quente né ?

Babi: Victor...

Coringa: quer saber? Também preciso de um banho, que coincidência- ele senta na cama - vamos economizar água. Sempre curti esse lance de ajudar a natureza.

Babi: ridículo - ele me segue até o banheiro

Me livro do roupão e entro embaixo do chuveiro, Victor logo se livra das roupas e entra também.

Tô de costas pra ele quando sinto o dedo dele tocar alguns lugares específicos.

Coringa: Bárbara ...

Babi: só tá vermelho, não chegou a queimar por causa do frio. Não fiquei tempo o suficiente pra isso- viro de frente pra ele- sou acostumada com isso, desde os meus 6 anos, pelo menos a cada dois meses.

Coringa: seu pai não tá mais aqui, você não precisa mais fazer essa merda- ele toca uma marquinha vermelha na minha barriga causada pelo gelo .

Babi: não consigo parar.Ninguém pode me castigar hoje em dia, o banho de gelo é um jeito de eu mesmo me fazer ficar ativa. É uma uma mania minha, não consigo só chegar e parar

O dedo dele desliza pela minha barriga

Babi: é besteira .

Coringa: você tá se machucando - ele diz indignado.

Babi: quem liga ? A dor é o que faz você se lembrar que está viva.

Coringa: eu ligo. E você não precisa de dor pra ser lembrada de que está viva.

Bom, pro meu pai a dor era essencial. A dor não deixa você virar um acomodado.

Victor continua passando a mão pelo meu corpo. Eu estou nua, no banho, com um cara gostoso tocando meu corpo. E eu não estou nem um pouquinho excitada, os toques estão me causando sensações estranhas, não nego. Mas isso é novo pra mim, geralmente o toque de um homem pode causar apenas duas coisas em mim, excitação ou nojo.

O toque do Victor tá me causando sensações novas, sensações que eu tô tentando entender.

Encosto minha cabeça no peito dele e sinto a mão dele subir e descer lentamente pela minha coluna.

                                      ✨

Odeio quando meu trabalho é com o Arthur. Ele não se decide se quer que eu seja inimiga dele ou psicóloga.

Babi: eu sei que chamou ela pra sair. Eu realmente acredito que você gosta dela, mas é egoísta  demais pra se dedicar a um relacionamento.

Crusher: você  é bem hipócrita- ele ri - você gosta de alguém mas deixa o orgulho te dominar.

Babi: você e eu não somos a mesma pessoa. Você foi criado em uma boa família , você teve amor. Eu fui  criada com um lema " amor é fraqueza"  se você amar alguém sempre vai ter um ponto fraco. E eu não gosto de ninguém

Crusher: então trazer a  Carolina pra minha vida é um risco.

Babi: você já trouxe ela pra sua vida. Já pôs ela em risco, agora você só tá sendo idiota e deixando alguém de quem você gosta de verdade se sentir mal por não ter seu afeto.

Crusher: você também está sendo burra - paro de mexer nas armas e viro pra ele- Victor é um traficante, a polícia quer ele, os inimigos querem ele. Admitir que está afim dele não vai por ele em uma situação pior do que já está.

Babi: você enfiou na sua cabeça que eu gosto do Victor. Eu nunca disse algo desse tipo.

Crusher: acredito que nem você saiba disso ainda. Você mesma disse que não foi criada para ter relações afetivas .

Ignoro e fecho a caixa. Mas o Arthur continua me encarando.

Crusher: o Tenente ? -ele me encara- ele tem poder sobre você ? Acha que ele veria uma relação afetiva como algo ruim?

Babi: você tá me perguntando se quem comanda uma das maiores facções do país gosta dos funcionários focados ? Parece meio óbvio a resposta.

Crusher: Bárbara, você não parece do tipo de mulher que deixa um homens definir o que você pode ou não fazer. Você parece do tipo que se quer, vai lá e pega.

Babi: isso é uma crítica ou elogio ?

Crusher: é um fato. As vezes é bom, as vezes é ruim. Mas é quem você é. Vai fazer três meses que te conheço, e você já mostrou diversas vezes que não nasceu pra abaixar a cabeça.

Babi: você para. Daqui a pouco começa a parecer que você não me odeia tanto quanto diz.

Crusher: sabemos que eu nunca odeie você. Fiquei com raiva, mas eu sou muito legal pra odiar alguém. Até um folgada que nem você.

Libertina Onde histórias criam vida. Descubra agora