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Babi on

Eu sei que a minha postura já não é lá aquelas coisas. Mas a do Victor nem existe mais.

Tá dormindo de bundinha pra mim.

Eu sou o "homem da relação", e eu amo isso.

Não falamos mais sobre aquele assunto, depois do banho fomos pra cama sem falar mais nada.

Bom, Victor soltou um " falei merda. Tava bêbado". Só que eu ignorei.

Mas eu sou do tipo que acredita que os bêbados não contam mentiras, só verdade enterradas.

Babi: tá acordado ?- Victor não me responde.

Me levanto da cama indo pro banheiro. Tomo um banho longo e tenho que respirar fundo várias vezes pra  não botar na água fria.

Se eu botar na água fria não vou achar gelada o suficiente e isso vai me fazer querer mais e eu prometi que não vou mais fazer aquilo.

Quando eu saio do banho Victor já tá sentado na cama mexendo no celular.

Coringa: bom dia, amor.

Babi: bom dia.

Coringa: pô, cara. Eu já pedi desculpa.  Não acho que você é um robô sem sentimentos. Se fosse não estaria comigo.

Babi: eu não disse nada.

Coringa: quando tem algo te incomodando você não me chama de coração.

Ignoro ele e começo a por meu tênis.

Coringa: isso te incomodou ?

Babi: claro, né. Meu namorado disse uma  merda dessas.

Coringa: se você não tivesse sentimentos isso não teria te incomodado.

Hmm...

Coringa: eu tava bêbado, me expressei mal. As vezes você parece um robô, você não costuma se abrir e isso me incomoda. Eu quero que você divida o que pensa comigo.

Victor levanta e vem ficar do meu lado, a mão dele desliza pelo meu braço.

Coringa: sei que é complicado, talvez você possa se esforçar um pouquinho.

Babi: acho que já me esforço muito por você. Eu sai completamente da minha zona de conforto por você. Moro na sua casa agora. Pelo menos uma fez no dia eu digo que te amo só porque isso faz você se sentir bem, deixo você me beijar e tocar em público. Acho que você que não tá se esforçando pra me entender.

Eu não tô gostando dessas "discussões" que estamos tendo.

Babi: vai tomar seu banho. Vou te esperar lá no restaurante.

Coringa: não vai me esperar aqui ?

Babi: tô morta de fome- minha barriga tá até roncando.

Coringa: tá.- me afasto dele pegando minhas coisas e saindo do chalé.

Vou direto pro restaurante, pego meu café e sento em uma mesa do cantinho .

Tiro um tempinho pra responder a Carolina. Ela mandou várias fotos e áudios dizendo o quão divertido tá sendo a lua de mel.

Fato curioso. Carol não tem bem dizer nenhuma amiga na Rocinha, então ela fez de mim a confidente dela.

É estranho, mas acho que feliz por ela ....

Victor aparece depois de uns 20 minutos, pega o café e senta na minha frente.

Coringa: que merda, do nada a gente começou a brigar sem parar.

Babi: é...- silêncio constrangedor- será que o "brilho" acabou ?

Coringa: a gente taca  mais, foda-se.  Estamos tendo alguns problemas mas não vamos ficar mal por causa disso.  Vou tentar me por no seu lugar,  você tem razão. Eu não posso querer que você mude do dia pra noite.

Babi: nunca tive um relacionamento, mas pelo que ouvi brigas desgastam.

Coringa: vamos resolver isso- ele sorri pra mim- tá. Nada de casamento, e nem filhos... posso lidar com isso.

Babi: me dá mais um tempo. Não no lance de filhos e sim na história de ter algo mais sério. Eu preciso tentar me acostumar com a possibilidade.

Coringa: tá.

Babi: Victor, ter um filho ... isso requer muito cuidado e amor ... não acho que um bebê mereça ter uma mãe que nem eu.

Coringa: também não fala assim. Você não seria uma mãe ruim.

Babi: você não tem certeza disso.

Coringa: tenho certeza que você faria de tudo pela criança, o tipo de mãe que daria a vida se fosse preciso. Mas se não quiser ter um filho tudo bem. Só que seja por escolha sua e não por medo de ser uma péssima mãe. Sei que você não seria.

Babi: hmm...

Coringa: você invadiu a federal por mim. O que você não faria por um filho ....

                                        ✨

Passamos o resto do domingo jogados na cama, aproveitei pra ficar com ele já que essa semana vai ser puxado. Tenho um monte de problema pra resolver.

Coringa: você vai ficar lá no asfalto manhã ?

Babi: no hotel.

Coringa: hmm...

Babi: você sabe que pode ir lá de boa né? O lugar é meu.

Coringa: nem dá, sem o Arthur aqui o trabalho dobra.

Babi: acho que na terça eu já tô de volta.

É estranho dormir sozinha agora, fico rolando na cama por horas até pegar no sono. Me acostumei a ter o Victor grudado em mim.

Tipo agora, ele tá deitado no meio das minhas pernas jogando videogame. Meu dedos estão fazendo carinho no cabelo dele.

Pra quem me odiava ele gosta até demais do meu toque.

Não julgo também amo o toque dele. Eu amo ele em geral, mesmo que ele seja um pouco idiota.

Babi: amo você, coração- ele ergue um pouco o rosto me encarando.

Coringa: também te amo- ele pisca pra mim.

Casamento.....

                                          ✨

Até amanhã 💜

Libertina Onde histórias criam vida. Descubra agora