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Babi on

Lucca: não é que eu te consegui te fazer pra Rocinha.- ele me para assim que eu chego no camarote

Babi: na verdade eu tô aqui pelo cabelinho.

Lucca: deixa eu me iludir. Você tá gata pra caralho hoje - ele segura a  minha mão e me faz dar uma voltinha- não que você não seja sempre, mas hoje...

Babi: valeu- viro o rosto pro Victor que tá olhando de cara feia pra gente

Me afasto do Lucca e me ponho ao lado dele.

Babi: sorrir não mata coração.

Coringa: hmm. Você pegou gosto pelos vestidos né ?

Babi: o que ? - olho minha roupa - não ficou bom ?

Coringa:  tá bom até demais Bárbara.

Babi: ih, agora vou andar feia só porque você quer ?- sigo pro bar e ele vem atrás de mim- se liga garoto, o que é bonito tem que ser mostrado.

Coringa: hmm...

Peço minha bebida e ele a dele.

Não costumo me vestir assim, mas as vezes gosto de me sentir mais gostosa do já sou.

Me acho gostosa mesmo, amor próprio é tudo.

E é o único tipo de amor que eu conheço....

Cabelinho sobe no palco e começa a cantar. Que divindade, glória a Deus.

Babi: gata não dá pra te ver que hoje eu tô ocupado...

Paro da admirar o cabelinho no palco e viro pra trás quando sinto alguém mexer no meu vestido. Olho pro Victor que tá fingindo que não fez nada, ele tá fingido extra concentrado no show .

Babi: você acabou de abaixar meu vestido?

Coringa: não ?

Babi:  abaixou sim, seu cara de pau- viro pra frente.

Não discuti porque tem uma parte pequenina de mim que gostou disso . Eu sei é bizarro, mas eu não sei explicar.

Encosto meu corpo no dele e continuo olhando pro palco. Uma mão dele fica na minha cintura e a outra segurando o copo de whisky.

Ele beija a lateral do meu pescoço e isso me deixa meio nervosa. Aí meu Deus, eu tô endoidando, acho que as pancadas na cabeça que eu tomei ao logo dos anos tá fazendo efeito agora.

Babi: coração- repreendo quando a mão dele desce até a barra do meu vestido- vamo ter o senso ?

Coringa: o trágico caso da garota que é tão mão de vaca que paga só por metade do vestido.- ridículo, porém engraçado.

Babi: você é o único incomodado com o tamanho dele, então sofra calado.

Volto a mexer meu corpo no ritmo da música, Victor mantém o corpo  colocado no meu e me acompanha.

Toda essa intimidade em público. Não sou acostumada com isso, faz com  eu me sinta meio vulnerável.

Vão pensar menos de mim, a vadia que sobe de cargo sentando em homem poderoso...

Que se foda...

Viro de frente pro Victor, minha mão segura a nunca dele e o puxa na minha  direção. Ele fica meio surpreso mas corresponde o beijo, a mão livre envolvendo o meu corpo. A gente se beija até a falta de ar chegar.

Coringa: tá agora eu tô realmente com medo de morrer- reviro os olhos - o que ? Você tá demostrando algo além de ódio em público.

Babi: sinta-se especial.- puxo o lábio inferior dele entre os dentes - nem todos possuem essa sorte.

Coringa: eu sei coração- ele pisca pra mim

Babi: vai brincando - semi cerro os olhos- te jogo daqui- ele ri e me beija.

Coringa: sempre tão carinhosa ...

Babi: tá. Agora  deu que eu tenho que admirar o gostoso do cabelinho.- ele  belisca minha bunda- coração, só disse verdades. Mas não fica com ciúmes, você é bem gostoso também.

Coringa: vou nem falar nada.

Babi: ótimo

                                           ✨

Coringa: ele não trabalha pro Lucca ?

Babi: o GB não se importa em dirigir até o complexo. Né GB ?

GB: não senhora - ele liga o carro.

Victor e eu bebemos demais pra dirigir. Victor em especial tá em um estado crítico. Assim que o carro começa a andar ele deita a cabeça nas minhas coxas.

Minha mão vai automaticamente até o cabelo e fica mexendo nos pequenos fios

Coringa: Bárbara ?

Babi: oi coração ?

Coringa: você vai embora na segunda né ?- murmuro um "sim"- mas vai vir às vezes pra ver como o Complexo tá, né? Tipo pra ver se eu não fiz merda de novo.

Babi: não sei, vai depender da minha força de vontade.

Coringa: você mora no asfalto?

Babi: sim.

Coringa: hmm.... A casa vai ficar tão silenciosa, você não sabe lavar um prato sem por música - isso me tira uma risada- você tenta mandar até no nosso banho, e você se irrita com tudo e ainda faz questão de deixar os outros irritados.

Babi: ué coração, você não tava doidinho pra se livrar de mim ? Tô achando que você tá entrando em abstinência com antecedência.

Coringa: não enche - ele arruma a cabeça no meu colo- fecha a boquinha e continua mexendo no meu cabelo.

Babi: abusado.

Espero de verdade que ele não tenha feito merda, acho que não quero que ele morra.

Ok, definitivamente eu não quero ela morra.

Assim que chegamos em casa fomos tomar banho. Victor agiu como uma criança mimada que não queria se lavar, eu praticamente obriguei ele a tomar banho.

Agora estamos os dois deitados na cama.

Arthur insiste na teoria de que eu gosto do Victor. Mas eu não acho que eu gosto .... Bom, acho que não odiei ele como no começo ...

Eu tenho só 22 anos, para a maioria das pessoas eu sou muito nova. Mas quando se fala de amor é tipo " como assim 22 anos e nunca teve uma paixonite" ?

Na verdade eu tenho 22 anos e nunca tive contato com o sentimento abstrato que chamam de amor. Nenhum tipo de contato mesmo, nem dos pais, ou de amigos, ou até mesmo de um cachorro.

Victor se remexe na cama e deita nos meus seios.

Não ter laços emocionais foi o que me tornou tão não no meu trabalho.

Você não tem medo de agir quando não tem nada a perder.

Eu nunca senti medo perder alguém, não até agora...

Isso claramente é um problema.

🌪

Até amanhã ❣️

Libertina Onde histórias criam vida. Descubra agora