Desculpa

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Olá!
Estava aqui no tédio dando uma descansada antes de voltar a estudar e decidi vir atualizar o capítulo.

Boa leitura!

***

Jihyo Park

Estava um pouco estressada, eu realmente não sabia o que fazer.

Desde meu último cio, onde tinha feito uma burrada enorme, certa pessoa nem olhava na minha cara direito.

E o que eu estava fazendo naquele maldito momento? Exatamente, esperava que ela autorizasse o porteiro para que me deixasse subir, isso me deixou ainda mais agoniada, nunca tive que pedir permissão para subir ao andar dela, tinha até a senha o elevador para subir até o andar dela, mas ali estava eu, olhando para o senhor de meia idade que tinha um sorriso gentil para mim.

- Desculpa por te fazer esperar, menina Jihyo. Você pode subir, ela pediu para avisar sobre literalmente qualquer visita, você sabe como é, não é?

- Eu entendo, tio. Bom dia e bom trabalho!

O cubículo do elevador me deixava ainda mais ansiosa, não sabia se eu queria que fosse mais rápido para eu acabar com aquilo logo ou se queria que ele fosse mais devagar para pensar no que eu poderia falar.

Eu desejava que a segunda opção tivesse acontecido, porque antes de eu pensar em qualquer coisa, as portas se abriram e revelaram Tzuyu parada ali me esperando, reconheço que queria me jogar no buraco do elevador quando a vi parecendo de mau-humor.

Será que vim no momento errado?

- O que você veio fazer aqui, Jihyo?

- Desculpa, eu precisava conversar com você. E... pedir desculpas. - Cocei o braço tentando me acalmar, ainda me olhando de forma séria, Chou suspirou profundamente e virou as costas para me deixar entrar.

- Pelo o quê você quer pedir desculpas? Por ter me ligado durante o seu cio? Por ter agido como se nada tivesse acontecido depois? Ou por ter praticamente me mandado calar a boca quando eu te liguei para falar sobre porque não queria te deixar constrangida em uma conversa em público? - Sem nem me olhar, Tzuyu se sentou no sofá e puxou a xícara de chá que ela tomava antes de eu chegar. - E antes de me perguntar e querer me xingar de novo, sim, estamos sozinhas, ninguém vai escutar sobre isso.

- Tzu... me desculpe. Eu ainda não estava me sentindo bem quando você quis ter esse assunto. Eu... ainda estava estressada, me desculpe.

- É só isso que você tem para falar? Se for, tenho toneladas de mensagens que você me mandou dizendo a mesma coisa. - Aquele era um grande problema, Tzuyu - provavelmente por ter sido "criada" pelos Yoo, principalmente a mais nova - age exatamente igual Jeongyeon quando está com raiva, isso ou seja, não se importa em dizer na cara da pessoa o que ela pensa. - E se for só isso, você, por favor, pode ir embora?

- Não! Não, desculpe. - Porra, eu pareço uma merda de um papagaio repetindo isso toda hora. - Eu... olha. Eu realmente não sei porque eu te liguei, mas eu não deveria ter feito isso, ferrou toda a nossa amizade, eu sei. É só que... que eu senti necessidade de pelo menos ouvir sua voz naquele momento... me desculpe.

- Foi por isso que me ligou e quando eu perguntei se você queria que eu fosse na sua casa, você desligou sem me dizer nada e depois não respondeu mais nada que eu te mandei?

- Eu... eu fiquei com vergonha. - Admiti querendo me encolher, eu não sabia dizer se ela estava brava ou apenas cansada, mas uma coisa que sabia era que os olhos escuros focados em mim estavam me intimidando. - Foi... - Caralho! Como eu falava daquilo com a garota que sou apaixonada sem parecer uma babaca? - Foi a primeira vez que eu não tive ajuda, então... quando eu vi sua mensagem perguntando se eu estava bem, eu precisei te ligar.

De braços cruzados, Chou me olhou por alguns segundos, e parecendo nem se importar com minha presença na sala de sua casa, pegou sua xícara e seguiu para a cozinha.

Me senti um nada.

Pela meia parede que dividia a sala e a cozinha, vi Tzuyu lavando o que ela usou para seu chá sem se importar com minha presença, mesmo quando ela terminou, continuou ali, ainda de costas para mim mexendo em algo.

Suspirei, ela realmente não queria saber de mim, a merda que eu tinha feito, com certeza tinha deixado ela puta.

- Aonde você vai? Agora que eu estou passando a merda do café que você gosta, você vai sentar nesse sofá e vai conversar comigo.

- Eu achei que... que você não queria olhar na minha cara mais.

- E não quero. Mas eu quero saber porque caralhos você simplesmente achou que tinha o direito de me ligar, falar tudo o que você falou e quando eu estava me arrumando para ir para a sua casa, você desliga e não me responde mais.

- Eu fiquei com vergonha... - Admiti encarando apenas a cafeteira automática, assim como ela fazia, ainda assim, uma parte de mim ficou feliz que ela não jogou fora as capsulas de café preto, já que do nosso grupo, apenas eu tomo desse.

- E sua vergonha é tão grande que você nem prestou atenção na parte que eu disse que estava indo te ajudar? Você ficou com tanto medo que simplesmente me fez sentir completamente usada pela merda da garota que eu estou apaixonada? Caralho, Jihyo! - Por um segundo, achei que ela ia jogar a caneta quente em meu rosto, mas se isso acontecesse, eu não ia me importar, tudo pela pequena revelação.

- Como...?

- Não me vem com essa cara de idiota! Você sabe bem que eu sou apaixonada por você desde que eu cheguei na Inglaterra! Só se você for imbecil o suficiente para não saber!

- Eu... eu não sabia, Zuy... - Abaixei a cabeça me sentindo idiota, agora tudo fazia sentido... as flores nos dias dos namorados, a preocupação enorme comigo, a forma que Tzuyu sempre veio mais para mim atrás de carinhos.

- Claro que não. Você não presta atenção, Jihyo, você nunca prestou.

Não consegui dizer mais nada, fiquei apenas ali quieta tomando do café que ela tinha me dado.

Consegui sentir quando o olhar de Tzuyu saiu de mim e ouvi ela bufar estressada, queria dizer alguma coisa, queria conseguir falar para ela que não, eu prestava atenção, só não queria aceitar, mas a verdade é que desde que eu descobri esse sentimento pela taiwanesa, eu tentava fazer eles ficarem só para mim, tudo porque estava com medo de magoar ela.

No final, magoei Chou Tzuyu de qualquer jeito.

- Você não tem mais o que falar, não é? - Apertei os lábios e neguei, ela me olhou, apertou os olhos e suspirou. - Então pode, por favor, pode terminar essa droga que você está bebendo e sair da minha casa? Essa discussão está me dando dor de cabeça.

- Posso fazer uma coisa antes de sair? - Após alguns segundos pensando, Tzuyu assentiu. 

Fiquei um momento sentada esperando minha coragem aparecer, então me levantei para me aproximar, conseguia sentir o cheiro de seu perfume de onde estava, mas quando parei em sua frente, senti meu corpo inteiro se arrepiar. 

Foi isso que fez minha coragem aparecer, agradeci por ter colocado sapatos de plataforma, já que, assim, conseguia beijar Tzuyu apenas ficando na ponta dos pés. 

Por alguns segundos, ela ficou chocada e eu tinha certeza que de olhos arregalados, mas ela se deixou aproveitar o restinho do beijo leve que a dava, quando me afastei, Chou tinha o rosto vermelho, eu não sabia se era por raiva ou por vergonha, mas de qualquer forma, como prometi, deixei um último beijo no rosto dela e saí.

Entretanto, claro que depois da burrada que fiz não deixaria apenas por aquilo, tinha que ao menos dar alguma coisa para Tzuyu, por isso, enquanto chamava um uber para me levar para casa, pedi para a dela alguns doces de uma padaria perto de seu prédio, seu chá preferido e alguns remédios para enxaqueca, além de pedir para colocarem um bilhete de desculpas no pacote.

Queria fazer algo certo ao menos uma vez

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