Sentimentos Guardados

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Opa!
Vim atualizar no meio da madrugada porque 'tô com insônia, amaram?

Vou ser rápido aqui para ir ver uma série até dormir.

Boa leitura!

***

Chaeyoung Son

A coisa mais normal para mim era estar ali, no quarto de Dahyun, onde já tinha várias das minhas coisas.

Ela estava em cima da cama tocando violão, e eu sentada no chão de seu quarto, com o caderno sem pauta apoiado em meus joelhos enquanto a rabiscava.

Nos conhecemos desde sempre, somos como carne e unha, mas havia uma pequena coisa que nem ela poderia imaginar: e essa coisa era o motivo de eu nunca a deixar ver meu caderno. Se o visse, imaginaria que já havia algum tempo que o sentimento de irmandade que eu tinha por ela sumiu, restou apenas a paixão e admiração.

Céus...

Era difícil admitir até para mim mesma que eu estava cansada de ser vista como a irmã que Dahyun nunca teve, queria ser vista como sua namorada.

Era demais pedir aquilo?

- Bro? Está pensativa, aconteceu alguma coisa? - Arregalei os olhos, ela estava ali, a centímetros do meu rosto parecendo preocupada.

O barulho das páginas do caderno batendo a assustou e me impediu de descer os olhos para os lábios rosados, a proximidade era ainda mais difícil.

- O que é isso? Endoidou?

- Não! É só que... o desenho estava ficando feio, não queria que você visse.

- Você nunca me deixa ver eles mesmo. O que tem demais aí? Está apaixonada e não me contou? - Meu silêncio foi tudo o que ela precisava saber, e seu rosto indignado me deixou com um pouco de medo. - Katarina!

- Não me chama assim!

- Chamo sim! Por que você não me contou?!

- Porque eu... não sei... é só que nem eu conseguia digerir, é difícil admitir em voz alta.

- Por quê? O que tem de tão difícil?

- Dahyun... essa garota que eu estou apaixonada é incrível, e eu só... sou eu, sabe? Ela toca, canta, compõe, dança, às vezes até se arrisca a pintar comigo. Além do mais, é a alfa ser mais gentil e carinhoso que eu já conheci, tudo o que ela faz apaixonadamente, eu vejo o brilho no olhar dela quando faz algo que gosta, quando eu a dou algo que gosta.

- Nossa... - Piscou algumas vezes, parecia processar o que eu disse. - E... por que você não conta isso para ela? Do jeito que você me disse, se falar com essas exatas palavras, com certeza ela vai se apaixonar por você. Isso se já não estiver.

- Aí que está. Não posso contar porque ela é a pessoa mais importante do mundo para mim, minha melhor amiga, é ela quem eu desenho todos os dias nesse caderno.

- Nossa... fiquei chateada, achei que eu era a sua melhor amiga.

- Aí que está, Dahyun... - Nossa... eu não fazia ideia de onde estava achando forças para aquilo, mas folheei o caderno até encontrar algo que tinha feito há alguns dias, um desenho dela escrevendo algo na sala do conselho estudantil com a luz do sol batendo no rosto pálido. - Você é minha melhor amiga, você também é a pessoa que sou apaixonada.

O choque em seu rosto me fez saber que eu tinha feito uma grande merda.

Minatozaki Sana

A semana foi longa e estranha, definitivamente não entendi absolutamente nada do que aconteceu.

Jeongyeon estava estranha, Dahyun e Chaeyoung ainda mais, Tzuyu e Jihyo estavam de boiolagem - e eu muito feliz por elas -, Nayeon já estava há dias completamente irritada por nada - o que já estava me estressando e muito por levar gritos aleatórios durante o trabalho - e Momo... eu sei lá!

Acho que até eu estou estranha.

Acho que o único traço de normalidade que tive foi, depois de dias, ver um na mensagem de Mina em meu celular no domingo de tarde, ela pedia desculpas por não ter mandado mensagem mais cedo, mas estava morrendo de fome e exaustão.

Não a respondi, preferia falar com ela pessoalmente.

E só a vi na segunda de manhã, já na sala e parecia meio nervosa enquanto vinha se sentar do meu lado - ainda sem óculos novos e usando, reparei.

- Oi, eu fui buscar vocês de manhã e a senhora Hirai disse que vocês já tinham ido, por que não me esperou?

- Jeongyeon e Tzuyu buscaram a gente. - Não sabia o que sentia, estava confusa, um pouco brava, morrendo de saudade e o cheiro dela estava forte demais mesmo com o perfume de sempre.

Eu queria pular em cima dela, mas precisava me conter.

- Eu estava com saudade... - Meu corpo inteiro arrepiou com a voz dela perto do meu ouvido, eu sabia como ela sentiu minha falta nessa semana, mas me fingi de sonsa. - Você poderia pelo menos me abraçar, não é?

- Não, Mina, sai de perto, por favor.

- O que eu fiz? Eu... te liguei semana passada...?

- Não, você não fez nada! É exatamente por isso que estou brava! Você não ligou, não mandou mensagem, aliás, mandou uma falando que não ia vir, tive que descobrir que você estava no cio pela Jihyo! Se você não queria passar comigo, era só me dizer, mas pelo menos me falasse o que estava acontecendo! Eu sou sua namorada poxa... - Minha voz ia abaixando o tom a cada frase, no final, tenho certeza que ela só me escutou por estar perto.

- Desculpa... é, você é. É que... a gente está junta a pouco tempo, eu achei que você não iria querer passar comigo ainda, principalmente porque você cortou o seu, achei que não se sentiria confortável.

- Isso não tem nada a ver! Olha... a gente conversa depois, okay? - Pedi ao ouvir o sinal e ver Jihyo correr para dentro com um sorriso tão besta que eu sabia bem com quem ela estava.

- Mas...

- Depois, Mina!

As duas me olharam de olhos arregalados, Myoi com certeza assustada com a facilidade que eu tinha ficado estressada e Jihyo por já saber como eu me sentia.

Inferno! 

Fake OmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora