Preocupação

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Opa!
Tá mó frio aqui, mas eu não reclamo pq prefiro muito mais assim, só tô meio fodido por causa da rinite nesse clima, mas enfim!

Como cês tão?

Tão prontos? Porque esse capítulo vai ter gatilho sim...
Gatilho: agressão, menção de abuso psicológico. 

Pois então é isso!

Boa leitura! 

***

Mina Sharon Myoi

Assim que entrei em casa coçando o olho por ter tirado um pouco os óculos - as hastes já estavam me machucando por ter passado o dia inteiro lendo instruções com um fone cancelador de ruído por conta dos sons -, um cheiro amargo, raivoso, até mesmo... rancoroso, me atingiu, mas além disso, nada, nem mesmo um som, nem mesmo de Ray andando pela casa ou meu irmão em andando pelo seu quarto. Antes, já estava nervosa, mas aquilo foi apenas um sinal da merda que estava por vir.

- Pai! O senhor me chamou? - Deixei minha chave no bolso, pronta para uma fuga se precisasse.

- Mina, cozinha. - A voz dele estava tensa, qualquer um poderia ouvir, respirando fundo, segui até o comodo.

Minha ansiedade estava nas alturas, sentia meu coração querer sair pela boca, e a forma que meus pais estavam posicionados não me ajudou em nada. Minha mãe andava de um lado para o outro, passando as mãos no cabelo, o cheiro que senti, com certeza vinha dela, estressada, raivosa, seus olhos quando pararam em mim estavam vermelhos e cheios de ódio, parecia que tinha passado algum tempo chorando, mas meu pai apenas parecia cansado. Apoiado na bancada da cozinha, ele apertava as têmporas com a mão, com certeza já tinha brigado por um bom tempo com ela, dava para ver perfeitamente pelos cabelos loiros grisalhos bagunçados e olhar completamente cansado.

- Isso foi ideia sua, não é, garota? É sempre culpa sua, Sharon! Você sempre quer estragar tudo para mim! Você quer estragar a minha vida! Desde antes de nascer você estraga tudo para mim! - Sem mais nem menos, ela veio para cima de mim, me encolhi com o primeiro impacto, de palma aberta e forte o suficiente para me fazer sentir gosto de sangue, agradeci por ter deixado os óculos no carro ou teria outra armação quebrada e nesse impacto, com certeza cacos de vidro no rosto. Mas diferente do normal, o segundo não veio. Abri os olhos apenas para encontrar meu pai a segurando. - Me solta Yato!

- Não! Chega disso, Emi! Chega. Você não entende que é exatamente por isso que ela quer sair daqui? - Nunca, absolutamente nunca tinha ouvido meu pai gritar, isso foi algo que puxei dele, por isso foi instintivo tampar meus ouvidos assustada. Minha mãe, claramente abalada, deu um passo para trás. - Mina, filha. Me desculpe por te fazer ver isso. Não foi para ver isso ou te pedir para parar sua mudança e voltar para casa que te chamei aqui. Foi para pedir pra você terminá-la. Não mexi nas suas coisas, sei que não gostaria. Ray está no veterinário, achei que seria bom um check-up e limpeza antes de um lugar novo. - A última parte me fez respirar aliviada, ao menos, a falta de som do meu garotão não era algo ruim.

- Você realmente concorda com essa idiotice, Yato? Você concorda com como ela vai estragar a porra da nossa reputação? Como vocês vão estragar todo o trabalho que eu tive para encobrir... isso! - E simplesmente apontou para mim.

- Eu não me importo, Emi! Não me importo! Eu já passei dezoito anos, dezoito anos privando minha filha da própria vida por você! O suficiente para a única coisa que ela me pediu de aniversário foi a liberdade dela! E eu não vou negar isso! Eu não vou deixar mais de cuidar da minha filha para andar em ovos por você! Eu já fiz isso por muito tempo!

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