Oii! Eu voltei com mais um capítulo.
Esse tem um pouco mais de explicação sobre o que aconteceu em Illyria, então os gatilhos são os mesmo do capítulo anterior.
Peçoperdão pelos erros ortográficos e de digitação.
Leia com cuidado! Boa leitura!
Lucien
Azriel ficou sozinho com Eoghan na ala hospitalar por um tempo inquietante. Lucien se apavorou quando viu todos os cortes nos braços, peito e sabe-se lá onde mais no encantador de sombras, que parecia extremamente aterrorizado enquanto se mantinha enrolado de qualquer jeito em um lençol.
Em uma parte pequena de sua mente, ele já imaginava o que tinha acontecido e desconfiava fortemente de Denzel, apesar de não saber exatamente o motivo. Apesar de nunca ter visto uma interação entre os dois machos, Lucien percebia a mudança no mestre-espião quando o outro macho era apenas citado em uma conversa casual no jantar e as constantes viagens dele à Velaris quando Denzel jantava na casa.
Mas o encantador de sombras não falaria com ele. O orgulho illyriano o mataria antes de admitir que algo estava errado e que alguém tinha feito algo terrível com ele.
Os diversos cortes nos braços, pernas, asa e provavelmente pernas eram uma distração. Eoghan demoraria a ver o que realmente estava acontecendo com Azriel, se é que chegaria a descobrir. Ninguém choraria de desespero por cortes quase superficiais na pele, nem sangraria tanto por esse motivo.
Lucien queria entrar na ala hospitalar e contar suas suspeitas, mas Azriel ficaria ainda mais nervoso e acabaria piorando sua própria situação. Mas uma intervenção não foi necessária, o curandeiro saiu preocupado ainda com as mãos sujas com o sangue do outro macho. Lucien não estava muito diferente, mas a diferença é que o sangue em suas roupas tinha secado.
-O que aconteceu com ele, Lucien? -Eoghan perguntou baixo, com a voz vacilando. -Não... não foi você, certo?
-Não, claro que não -ele arregalou os olhos. -Eu cheguei em casa e ele estava assim, não quis me contar o que aconteceu.
-Você tem que conversar com ele. Não sei exatamente onde, mas ainda tem um ferimento aberto que ele não me deixa examinar de maneira alguma.
-Ele não vai querer falar comigo, Eoghan.
-Penso o contrário. Ele pediu para falar com você. Sozinho.
O macho assentiu, apreensivo, e suspirou. Abrir as portas duplas e encarar o macho novamente foi a parte mais difícil. Azriel não estava em seu estado normal, não tentaria debochar, irritar ou provocar Lucien. O mestre-espião mal conseguia parar de chorar.
-Quer falar comigo? -Lucien perguntou, fechando a porta com cuidado e se mantendo a uma distância segura.
-Eu sinto muito –ele sussurrou.
-Não peça desculpas, isso não foi culpa sua.
-Não estou pedindo desculpas por isso –ele gesticulou. Azriel ficou em silêncio e encarou o teto. -Fui péssimo com você e mesmo assim você me tirou de lá imediatamente.
-Você teria feito o mesmo por mim.
-Não teria, não -murmurou. -Deixei o meu ódio por você afetar o meu trabalho e a minha vida, e sabe o que é pior?
-Hum?
-Eu não sei por que eu te odeio –ele soltou uma risada triste e dolorida, seguida de um soluço. -Eu já fiz muita merda na minha vida, irritei muita gente, odiei muitas pessoas..., mas nunca por motivo nenhum. E agora você me odeia, também, e mesmo assim me ajudou. Você é melhor do que eu, talvez seja por isso que eu tenho inveja.
-Eu não odeio você. Ódio é uma palavra muito forte.
-Odeia, sim. Mas está com pena de mim e só por isso não admite –ele voltou a encarar o macho, com lágrimas novas escorrendo em seu rosto.
Aquilo não era verdade. Lucien guardava seu ódio para direcioná-lo a quem realmente merecia: Tamlin, Beron e Lorna. Azriel podia tirá-lo do sério, sim, mas isso não chegou a afetar o modo como ele via o mestre-espião. Não que gostasse dele como um dia chegou a gostar do que ele poderia ser, mas ainda sim sabia que sentiria falta caso o encantador de sombras sumisse de vez da sua vida.
-Eoghan disse que você tem mais um ferimento e que você não deixou que ele examinasse –Lucien mudou de assunto antes que confessasse tudo o que se passava em sua mente.
Azriel suspirou e baixou o olhar.
-Eu não quero que ninguém veja, vou ficar bem.
-Azriel, eu vou te fazer uma pergunta bem direta. Você foi estuprado?
O macho illyriano engoliu seco e abriu a boca para responder diversas vezes antes de realmente falar alguma coisa.
-Eu mereci isso. Não foi... não foi culpa dele.
Lucien sentiu um tipo diferente de ódio passando por suas veias.
-Quem fez isso com você?
-Não foi culpa dele, eu já disse. Se quiser punir alguém, que seja eu –ele suspirou, se encolhendo. -Eu fiz uma coisa que não deveria ter feito, alguns séculos atrás.
-Denzel fez isso? -Lucien sussurrou, saindo da distância segura em que estava e se aproximando do outro macho.
-Olha, por que não mudamos de assunto?
-Responda.
-Eu não quero responder,
-Por que o está protegendo?
-Não pode ter certeza que foi ele.
-Posso e tenho, mas quero ouvir você dizendo.
-Por que quer me machucar ainda mais?
-Acredite em mim quando digo que não é você quem eu quero ferir nesse momento.
Azriel fungou e prolongou seu silêncio por algum tempo.
-O que vai fazer com ele? -perguntou, a voz tão baixa que mal podia ser ouvido.
-Nada que te envolva. O que ele fez com você?
-Já fez essa pergunta. Não vou responder.
-Você pediu pelo que ele fez com você?
-Bem, não, mas...
-Então eu já tenho a minha resposta –Lucien grunhiu.
-Por favor, Lucien, não faça isso.
Azriel agarrou o pulso do outro macho, puxando-o para perto.
-Me prometa que não vai machucá-lo.
-Infelizmente essa é uma promessa que não posso fazer –Lucien sussurrou. -Há apenas dois crimes imperdoáveis nesse mundo: estupro e traição. Denzel vai sofrer as consequências.
-Em illyria não é um crime fazer isso com quem já esteve envolvido com prostituição, então eu pedi sim para que isso acontecesse. Não é culpa dele.
-Não interessa o que aconteceu no seu passado, Azriel. O seu direito de dizer sim ou não foi retirado de você e só o Caldeirão sabe o que ele fez com você.
-Não machuque ele –Azriel choramingou. -Por favor.
-Vou buscar as nossas coisas em Illyria e vou voltar, está bem assim?
O mestre-espião assentiu e soltou o braço de Lucien, o qual esteve apertando desde que conseguiu agarrá-lo.
Lucien deu um passo para trás e atravessou, sabendo que faria bem mais do que só buscar suas coisas.
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Opiniões e comentários sobre o capítulo:
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Até a próxima atualização!
-MoonieWhite
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Corte de Fogo e Escuridão (Lucien × Azriel)
Fanfiction' "O fogo real e o fogo falso irão fazer as pazes e esse será o começo para o Sol tomar coragem para encontrar a Escuridão." Azriel se esticou na cadeira enquanto encarava fixamente as palavras gravadas no papel. Elain teve uma visão pela manhã e...