Capítulo 21

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Oii! Eu voltei com mais um capítulo.

Esse tem um pouco mais de explicação sobre o que aconteceu em Illyria, então os gatilhos são os mesmo do capítulo anterior.

Peçoperdão pelos erros ortográficos e de digitação.

 Leia com cuidado! Boa leitura!

Lucien

Azriel ficou sozinho com Eoghan na ala hospitalar por um tempo inquietante. Lucien se apavorou quando viu todos os cortes nos braços, peito e sabe-se lá onde mais no encantador de sombras, que parecia extremamente aterrorizado enquanto se mantinha enrolado de qualquer jeito em um lençol.

Em uma parte pequena de sua mente, ele já imaginava o que tinha acontecido e desconfiava fortemente de Denzel, apesar de não saber exatamente o motivo. Apesar de nunca ter visto uma interação entre os dois machos, Lucien percebia a mudança no mestre-espião quando o outro macho era apenas citado em uma conversa casual no jantar e as constantes viagens dele à Velaris quando Denzel jantava na casa.

Mas o encantador de sombras não falaria com ele. O orgulho illyriano o mataria antes de admitir que algo estava errado e que alguém tinha feito algo terrível com ele.

Os diversos cortes nos braços, pernas, asa e provavelmente pernas eram uma distração. Eoghan demoraria a ver o que realmente estava acontecendo com Azriel, se é que chegaria a descobrir. Ninguém choraria de desespero por cortes quase superficiais na pele, nem sangraria tanto por esse motivo.

Lucien queria entrar na ala hospitalar e contar suas suspeitas, mas Azriel ficaria ainda mais nervoso e acabaria piorando sua própria situação. Mas uma intervenção não foi necessária, o curandeiro saiu preocupado ainda com as mãos sujas com o sangue do outro macho. Lucien não estava muito diferente, mas a diferença é que o sangue em suas roupas tinha secado.

-O que aconteceu com ele, Lucien? -Eoghan perguntou baixo, com a voz vacilando. -Não... não foi você, certo?

-Não, claro que não -ele arregalou os olhos. -Eu cheguei em casa e ele estava assim, não quis me contar o que aconteceu.

-Você tem que conversar com ele. Não sei exatamente onde, mas ainda tem um ferimento aberto que ele não me deixa examinar de maneira alguma.

-Ele não vai querer falar comigo, Eoghan.

-Penso o contrário. Ele pediu para falar com você. Sozinho.

O macho assentiu, apreensivo, e suspirou. Abrir as portas duplas e encarar o macho novamente foi a parte mais difícil. Azriel não estava em seu estado normal, não tentaria debochar, irritar ou provocar Lucien. O mestre-espião mal conseguia parar de chorar.

-Quer falar comigo? -Lucien perguntou, fechando a porta com cuidado e se mantendo a uma distância segura.

-Eu sinto muito –ele sussurrou.

-Não peça desculpas, isso não foi culpa sua.

-Não estou pedindo desculpas por isso –ele gesticulou. Azriel ficou em silêncio e encarou o teto. -Fui péssimo com você e mesmo assim você me tirou de lá imediatamente.

-Você teria feito o mesmo por mim.

-Não teria, não -murmurou. -Deixei o meu ódio por você afetar o meu trabalho e a minha vida, e sabe o que é pior?

-Hum?

-Eu não sei por que eu te odeio –ele soltou uma risada triste e dolorida, seguida de um soluço. -Eu já fiz muita merda na minha vida, irritei muita gente, odiei muitas pessoas..., mas nunca por motivo nenhum. E agora você me odeia, também, e mesmo assim me ajudou. Você é melhor do que eu, talvez seja por isso que eu tenho inveja.

-Eu não odeio você. Ódio é uma palavra muito forte.

-Odeia, sim. Mas está com pena de mim e só por isso não admite –ele voltou a encarar o macho, com lágrimas novas escorrendo em seu rosto.

Aquilo não era verdade. Lucien guardava seu ódio para direcioná-lo a quem realmente merecia: Tamlin, Beron e Lorna. Azriel podia tirá-lo do sério, sim, mas isso não chegou a afetar o modo como ele via o mestre-espião. Não que gostasse dele como um dia chegou a gostar do que ele poderia ser, mas ainda sim sabia que sentiria falta caso o encantador de sombras sumisse de vez da sua vida.

-Eoghan disse que você tem mais um ferimento e que você não deixou que ele examinasse –Lucien mudou de assunto antes que confessasse tudo o que se passava em sua mente.

Azriel suspirou e baixou o olhar.

-Eu não quero que ninguém veja, vou ficar bem.

-Azriel, eu vou te fazer uma pergunta bem direta. Você foi estuprado?

O macho illyriano engoliu seco e abriu a boca para responder diversas vezes antes de realmente falar alguma coisa.

-Eu mereci isso. Não foi... não foi culpa dele.

Lucien sentiu um tipo diferente de ódio passando por suas veias.

-Quem fez isso com você?

-Não foi culpa dele, eu já disse. Se quiser punir alguém, que seja eu –ele suspirou, se encolhendo. -Eu fiz uma coisa que não deveria ter feito, alguns séculos atrás.

-Denzel fez isso? -Lucien sussurrou, saindo da distância segura em que estava e se aproximando do outro macho.

-Olha, por que não mudamos de assunto?

-Responda.

-Eu não quero responder,

-Por que o está protegendo?

-Não pode ter certeza que foi ele.

-Posso e tenho, mas quero ouvir você dizendo.

-Por que quer me machucar ainda mais?

-Acredite em mim quando digo que não é você quem eu quero ferir nesse momento.

Azriel fungou e prolongou seu silêncio por algum tempo.

-O que vai fazer com ele? -perguntou, a voz tão baixa que mal podia ser ouvido.

-Nada que te envolva. O que ele fez com você?

-Já fez essa pergunta. Não vou responder.

-Você pediu pelo que ele fez com você?

-Bem, não, mas...

-Então eu já tenho a minha resposta –Lucien grunhiu.

-Por favor, Lucien, não faça isso.

Azriel agarrou o pulso do outro macho, puxando-o para perto.

-Me prometa que não vai machucá-lo.

-Infelizmente essa é uma promessa que não posso fazer –Lucien sussurrou. -Há apenas dois crimes imperdoáveis nesse mundo: estupro e traição. Denzel vai sofrer as consequências.

-Em illyria não é um crime fazer isso com quem já esteve envolvido com prostituição, então eu pedi sim para que isso acontecesse. Não é culpa dele.

-Não interessa o que aconteceu no seu passado, Azriel. O seu direito de dizer sim ou não foi retirado de você e só o Caldeirão sabe o que ele fez com você.

-Não machuque ele –Azriel choramingou. -Por favor.

-Vou buscar as nossas coisas em Illyria e vou voltar, está bem assim?

O mestre-espião assentiu e soltou o braço de Lucien, o qual esteve apertando desde que conseguiu agarrá-lo.

Lucien deu um passo para trás e atravessou, sabendo que faria bem mais do que só buscar suas coisas. 


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Opiniões e comentários sobre o capítulo:

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Até a próxima atualização!

-MoonieWhite

Corte de Fogo e Escuridão (Lucien × Azriel)Onde histórias criam vida. Descubra agora