Prólogo

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"O fogo real e o fogo falso irão fazer as pazes e esse será o começo para o Sol tomar coragem para encontrar a Escuridão."

Azriel se esticou na cadeira enquanto encarava fixamente as palavras gravadas no papel. Elain teve uma visão pela manhã e as sombras não pararam de repetir as palavras usadas até que o illyriano as escrevesse. O que aquilo queria dizer? A primeira parte estava fora da compreensão de Azriel, mas a segunda... Helion era o Sol. O grão-senhor iria morrer? Iria encontrar sua parceira na corte noturna?

As sombras se agitaram como se numa risada conjunta. Elas sabiam o que significava, mas não queriam contar para Azriel, que apelou para algo que ele não fazia tinha tempo.

-Como seu senhor, ordeno que me revelem a verdade.

As sombras se calaram e foram embora. O macho se sentiu quase nu por não as ter por perto e se sentiu patético pela tentativa. Poderia ser "O Senhor das Sombras" como elas mesmo sussurravam, mas não poderia obrigá-las a falar o que não era relevante. Foi inútil e patético.

E então um cheiro que ele detestava entrou pela fresta da porta. Lucien estava na casa do rio. Feyre tomou uma péssima decisão ao se aproximar dele após o solstício.

O encantador de sombras se levantou bruscamente e foi até a sala de estar. Elain estava num canto e Lucien estava no outro, encarando a parceira.

-Feyre não está -Azriel grunhiu.

O encantador de sombras era a única proteção de Elain no momento. Os sifões brilharam assim como o ódio nos olhos do illyriano.

-Não vim por Feyre. Vim por Elain -a atitude do grão-feérico mostrava que ele ainda achava que era melhor do que todo mundo. Ele era um canalha.

-Caso não tenha percebido, ela não quer ver você.

Lucien rosnou, único sinal de que ele não era um riquinho extremamente educado que decorou a droga do livro de etiqueta, mas se recompôs logo em seguida. Babaca. Não servia nem mesmo para ser ameaçador.

-Sei que ela é educada demais para me rejeitar e não quero machucá-la, por isso encontrei um jeito de quebrar a parceria de um jeito indolor. Quero saber se Elain aceita tentar esse método.

A feérica pousou as mãos nos ombros de Azriel e se colocou na ponta dos pés para encarar o grão-feérico ruivo. O macho illyriano não conseguiu ver seu rosto ao dizer:

-Podemos tentar, apenas me diga quando.

Azriel estava confuso demais para saber o que aconteceu em seguida, mas em algum momento confortou Elain enquanto ela chorava de alegria ou tristeza quando Lucien se foi.

Mais tarde naquele dia, algo começou a se transformar no illyriano. As sombras não pararam de sussurrar o nome de Lucien até que pegassem no sono. 

Corte de Fogo e Escuridão (Lucien × Azriel)Onde histórias criam vida. Descubra agora