Capítulo 27

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Oii, eu voltei com mais uma atualização

Eu estou voltando rápido esses dias, mas hoje temos uma cena luriel de verdade! Finalmente!

Peço perdão pelos erros ortográficos e de digitação.

Boa leitura!

 Azriel

Não havia um lugar onde quisesse estar, também não queria dormir. Não conseguia pensar em ninguém que quisesse ver ou algum lugar para onde fugir. Azriel só não queria estar no meio de pessoas, nem mesmo em meio ao Círculo Íntimo, o qual não via há semanas.

O mestre-espião andou por todos os andares do castelo de Helion, mas era tarde e quase nenhum empregado passava pelos corredores. Os convidados e família de Helion não estavam do lado de fora do aconchego de seus quartos.

Depois de uma longa caminhada pelo castelo, ele achou uma sala que o interessava. Não tinha visitado muito aquele cômodo, mas parecia o mais interessante de todos eles: a sala de treinamento.

Socar um saco de areia nunca tinha sido tão reconfortante. Havia muito peso sobre seu peito, mesmo antes de tudo acontecer. Azriel não conseguia se lembrar de um momento sequer em sua vida onde não carregasse algum peso, mas, com o passar dos anos, o peso aumentava e a única coisa que lhe restava era se acostumar.

Na infância, era elogiado por ser um menino quieto e então falar era uma dificuldade para ele. Antes de fugir de casa, mal conseguia unir palavras o suficiente para formar uma frase, já que obtinha pouquíssimo contato com outras pessoas. Sabia o idioma das sombras, mas ninguém entendia aquelas palavras estranhas e sua voz sempre lhe pareceu estranha na garganta, odiava se ouvir falar.

Depois de fugir de casa, Azriel aprendeu a falar. Mas falava do mesmo jeito com o qual falavam com ele: de maneira grosseira e com palavras nada gentis. Até os dezessete anos foi espancado, drogado e fodido constantemente por machos nojentos e cruéis que nada ajudaram com sua timidez e seu medo de outras pessoas.

De certa forma, ele nunca tinha realmente se acostumado com afeto, não o recebia. O Círculo Íntimo se cansou de tentar uma aproximação mais afetiva, mas o mestre-espião não os culpava, não poderia culpá-los por se afastar de um macho que se tornava agressivo com qualquer aproximação repentina.

Tinha vivido cinco séculos sem saber o que era sentir amor ou carinho de alguém e estava vivo, poderia viver outros quinhentos sem isso também, mas queria sentir ao menos uma vez. Estar na Corte Diurna, uma corte onde sentimentos são extremamente encorajados, era estressante e muito esquisito.

O peso em seu peito não diminuiria, mesmo que tentasse, mas se mantivesse o corpo ativo e a mente ocupada, o encantador de sombras não poderia se lembrar de sentir o que parecia uma tonelada comprimindo seus pulmões e seu coração.

A adrenalina aliviava todas as dores de seu corpo, físicas ou não. Seria capaz de quebrar todos os ossos de seu corpo se fosse garantido que nunca mais sentiria nada do que vinha sentindo.

-Eu realmente pensei que estivesse ouvindo coisas –Lucien disse, anunciando sua entrada.

Azriel parou de socar o saco de areia e suspirou, encarando o macho ruivo.

-Precisa mesmo gritar quando soca algo?

-O que veio fazer aqui, Lucien? Não deveria estar fodendo o seu prostituto ou algo do tipo?

-Não consegui dormir, imagino que o mesmo tenha acontecido com você.

-Foi.

-Mas não é o pior momento para isso acontecer. Poderíamos treinar juntos, sabe, combate corpo a corpo.

Corte de Fogo e Escuridão (Lucien × Azriel)Onde histórias criam vida. Descubra agora