A Perdição - Série Família Bellini I

Capítulo 31.

Scarlett Beuamont

Amanhã será o dia da minha viagem, tenho tentado passar o máximo de tempo sem pensar nele e em tudo que aconteceu, apesar de ser difícil. Não o vi desde a última vez que estive na empresa, no dia que comuniquei que estava saindo. E acredito que após a viagem de amanhã, não nos veremos mais.

Estou em meu apartamento, terminando de organizar todas as coisas, escuto a campainha tocar e vou atender.

- O que está fazendo aqui? -Indago ao abrir a porta.

- Está indo embora? -Me pergunta.

- Como você sabe disso? -Questiono.

- O que aconteceu com você, filha? O que aquele filho da puta do Lorenzo fez com você? -Ele está um pouco nervoso.

Respiro fundo.

- Petrov, por favor... -Ele recai os olhos.

- Scarlett, por favor, me deixe conversar com você. Você não imagina quanto tempo espero para podermos nos falar, foram anos filha, anos que eu quis ter contato com você.

- Só alguns minutos. -Falo abrindo mais a porta, ele entra e o aponto o sofá, ele senta.

- Obrigada, filha. -Ele pega algo do bolso. E sorri para o pedaço de papel. - É você bebezinha. -Me mostra a foto, realmente sou eu pequena. - Você realmente está indo embora?

- Estou, vou amanhã.

- É por conta do Lorenzo? Se for, eu posso resolver isso, Scarlett. Eu dou um jeito nele.

- Não, não é. Estou indo embora porque recebi uma oferta de emprego, o Lorenzo não tem nada a ver com isso. -Respiro fundo. - Não faça nada com ele.

- E como vocês estão? Estavam tendo algo, certo?

- Não temos mais nada. -Olho para ele. - O que realmente você quer, Petrov?

- Me aproximar de você, quero que me conheça e que eu conheça os seus gostos, quero fazer parte de sua vida, mesmo que seja pouco.

- E por que isso agora? Você ainda continua sendo mafioso...

- Porque eu quase te perdi para aquele desgraçado do Leon, foram dois anos horríveis a sua procura, não quero deixar mais nada me afastar de você, filha. -Ele me olha, sinto verdade em seu olhar.

- É difícil isso para mim... Depois de tanto tempo, saber que meu pai está vivo.

- Eu sei que é, não espero que sejamos melhores amigos em uma semana, estou apenas pedindo que me dê um pouco de espaço... Quero fazer parte da sua vida, quero poder perguntar se está bem, quais seus planos... Quero estar mais presente. -Ele me diz.

- Tudo bem. -Falo após alguns minutos o olhando. - Aos poucos vamos nos conhecendo. -Ele abre um sorriso e se levanta.

- So quer te pedir uma única coisa, um abraço, por favor. -Sem muita demora me levanto e ele me abraça.

É um pouco esquisito, mas ao mesmo tempo reconfortante.

- Eu amo você, filha. Me perdoe por ter te deixado. -Sussurra em meu ouvido. E depois me dá um beijo na testa. - Qual país você está indo?

- Estados Unidos.

- Ok, irei te procurar, não se preocupe. Darei um jeito de estar perto. -Ele da um sorriso que retribuo.

Passamos mais alguns minutos conversando, tomamos café, ele se mostrou bem agradável e por incrível que pareça, gostei de sua presença.

Termino de organizar minhas malas, e já vou dormir, a viagem vai ser pela manhã. Acordo e já vou me organizar, coloco uma calça, blusa longa, faço uma maquiagem, tomo café e apenas espero.