Capítulo 41.

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Scarlett Beaumont

Esse último mês com o Lorenzo só me fez ainda melhor, ele tem cada dia ficado ainda mais carinhoso, não é mais tão arrogante com os outros, só é um pouco, ok, muito possessivo.

Mas eu tento mantê-lo na linha, porque realmente não há motivos para isso.

Decidi que essa será uma boa hora para contar ao Lorenzo tudo, tudo sobre meu passado e tudo sobre o Petrov. Confesso que demorei a cogitar falar sobre isso porque tenho medo da sua reação, sei como eles são inimigos, e o pouco que escutei há muito ódio nisso.

Não sei muito bem o porquê, mas o Petrov disse que contaria em breve, então eu resolvi conversar com o Lorenzo. Estamos em um momento bom, e acho que essa é a hora certa.

O Petrov também voltou essa semana para a Bélgica, eu pedi para que ele não voltasse até que contasse ao Lorenzo sobre tudo, mas ele disse que não tinha medo, que podia se defender. Mas a verdade é que realmente temo pela vida dele.

Espero que dê tudo certo.

Lorenzo Bellini


- Eu o achei. -Ele sorri mais, se é que posso chamar aquilo de sorriso. - Eu finalmente o achei.

- Está falando sobre o Petrov? -Pergunto.

- Sim. -Ele diz. - Recebi algumas informações de alguns homens hoje e fui averiguar, ele realmente está no local informado.

- Quando vai pega-lo?

- Agora a noite, irei apenas repassar o plano com todos e vamos atrás dele, deixei já alguns homens escondidos o observando.

- Tudo bem, então vamos organizar tudo e ir atrás dele. Fico feliz que tenha o achado, irmão. -Comento.

- Não ainda, ele ainda vai sofrer muito e depois finalmente o matarei. -Diz e vejo o ódio em seus olhos.

Seguimos para a sala de armas, e começamos a nos equipar, colete, pentes, algumas armas.

- Tem cerca de trinta homens por lá, vai ser uma grande matança. -Fala ele com um sorriso diabólico.

Nunca vi meu irmão daquele jeito, ele parece transtornado e não percebe, ele realmente esperou por esse momento.

- Tudo bem, sem contar os homens que estiverem do lado de dentro.

- Precisamos fazer uma varredura para saber se existe a possibilidade de fugas por outros locais.

- Já fiz isso, e há sim, uma rocha, passei por ela de primeira e não percebi a importância, até depois observar minuciosamente o local. Com certeza o Petrov tentará fugir por lá.

- Ok, então mandaremos a maioria dos homens pela entrada principal, e então iremos para o outro caminho. -Aviso.

Sigo para o grande salão e chamo meus homens.

- Quero todos vocês na linha, lembrem-se que por estar de noite fica tudo pior, mas avancem e me informem de tudo o que estiver acontecendo.

- Sim senhor. -Dizem juntos.

- Vá com o grupo, Jacob. Eu, Nikolai e
Andrei estaremos com mais três homens para a outra entrada, você e o Henri estão à frente do grupo.

- Tudo bem, vê se não morre, senão tua mulher te mata. -Puta que pariu, a Scarlett! Não consegui falar com ela, e provavelmente agora também não conseguirei. Lembro que ela me disse que queria conversar comigo hoje, mas não conseguirei cumprir com isso.

- Vamos todos! -Digo e já saímos todos em nossos postos.

- Avisou a Scarlett? -Andrei pergunta.

- Não consegui. -Digo e continuo dirigindo.

- Ela vai ficar puta por tentar falar com você e não ver sua resposta. -Eu tenho a total certeza disso.

Paramos o carro bem antes do local que eles estão escondidos, é no meio da mata mesmo, e fora da cidade e por isso estava difícil o localizar.

Ligo os microfones e agora consigo me comunicar com minha equipe.

- Dividam-se em grupos menores e sigam em silêncio, logo podem rodear a casa principal. -Comunico.

E carrego minha arma mantendo em minha mão, junto aos óculos noturnos, seguimos em pequeno grupo em silêncio por outro caminho.

Logo escuto os tiros e sei que não dá mais para voltar atrás, agora é hora de conseguir o que vim fazer aqui.

- É por aqui, vamos! -Nikolai sussurra e seguimos com ele guiando. Um tempo depois ele aponta para a rocha e cada um se esconde em um tronco. Todos a postos e atentos para cada pequeno movimento.

Escuto passos e me aperto ainda mais.

- Vamos, senhor! -Escuto uma voz e sei que não é nenhum de meus homens.

Logo vejo seis homens saindo da pequena passagem e me coloco em posição, faço um sinal para todos que compreendem e começam a atirar.

Eles não retribuem porque obviamente não esperavam por aquilo, depois de alguns tiros, cinco homens estão no chão, e apenas Petrov Ivanov está de pé, olhando para nós.

- Te peguei, Petrov. -Nikolai fala. Ele não responde nada. - Agora deita no chão. -Todos nós estamos com a mira para ele.

- Vai se arrepender disso, Nikolai. -Petrov diz.

Aos poucos ele vai se abaixando e se deita no chão, é uma ótima visão. Vejo quando Nikolai se aproxima e o chuta forte, ele geme baixo de dor.

- Me arrepender, filho da puta? -Outro chute. - Achou que poderia fugir de mim para sempre? -Outro chute. - Nos últimos dez anos eu desejei ver esse momento todos os dias, e hoje é o dia que finalmente eu te encontrei. -Ele se agacha e logo prende os braços dele com uma corda.

Logo após o prendermos, saímos em direção aos carros, minutos depois de caminhada logo chegamos, colocamos ele na parte de trás e seguimos para a academia.

Eu não participarei da tortura, sei que o Nikolai o quer todo para ele, e deve ter repensado esse momento várias vezes.

Logo chegamos e alguns homens o leva para a sala de tortura.

- Esse momento é seu, Nikolai. -Digo a ele.

- Esperei tanto por isso, Lorenzo. -Vejo em seus olhos um ódio incomum.

- Eu sei, irmão. Sei que esperou por isso, não consigo imaginar o quanto deve ter sofrido com tudo, Niko. -Coloco a mão no seu ombro, ele se afasta.

- Não preciso disso, Lorenzo. Não preciso de sua pena, irei cumprir o que vir fazer aqui e logo estarei de volta ao Brasil. -Isso eu tenho certeza.

Chegamos a sala de tortura e logo vejo algumas bandejas preparadas, Petrov sentado no meio em uma cadeira, e Nikolai começa a levantar as mangas da camisa.

- Você não faz ideia de tudo que preparei para nós essa noite, Petrov. -Fala com seu sorriso diabólico. Ele nunca sorri, e aquilo está de longe de ser um sorriso... saudável.

Vejo quando ele segue por entre a mesa de facas e pega uma pequena, logo o afundando um pouco acima do joelho do Petrov, e escuto o grito de dor.

- Que isso, mas já? -Ele ri. - Nem comecei nada ainda, Petrov. Isso é só o aquecimento.

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Eita! Capítulo tenso... 😳

G.L

A Perdição - Série Família Bellini IOnde histórias criam vida. Descubra agora