A Perdição - Série Família Bellini I

Capítulo 6

Scarlett Beaumont

O que pensar sobre está noite? Foi bem agradável, confesso... Conheci quase todos os irmãos do Lorenzo, e todos foram bem receptivos comigo, principalmente Isabella e Andrei. Mas, confesso que o que mais passa em meus pensamentos é aquele beijo, a forma como os seus lábios me beijaram cheio de desejo, de como as suas mãos me puxavam para ele. Foi bom, aliás, mais que bom. E é isso que me preocupa, porque sei que não posso beijá-lo novamente, mas quero.

Quando ele me pediu para falar o que achava dele, não hesitei, nunca tive medo da sua presença, o que me preocupava era o meu emprego, infelizmente nem todos podem se dar ao luxo de responder ao seu chefe e ser demitida. Mas agora, bom, ele sabe o que penso sobre ele.

Confesso que penso como será na segunda, se voltará a ser aquele tremendo arrogante. Provavelmente. Passo o resto do meu final de semana descansando, aproveitei o domingo para assistir alguns filmes, pela noite enviei a agenda da segunda para o Lorenzo, e o que mais me surpreendeu foi que ele respondeu o e-mail, agradecendo. Isso nunca tinha acontecido.

No outro dia, acordo cedo e já vou para a academia fazer meu treino, depois volto para casa e me organizo para ir ao trabalho. Como sempre, chego antes dele e aproveito para preparar todos os papéis das reuniões de hoje.

— Bom dia, Scarlett. -Levo um susto e levanto a cabeça. Estava tão focado nos papéis que não escutei o elevador chegando. — Desculpe assustá-la.

— Bom dia, senhor Bellini, não tem problemas... Já estarei levando para o senhor as planilhas do dia. -Digo a ele mas ele ainda permanece em frente a minha mesa. — Precisa de alguma coisa, senhor? -Ele sorri.

— Preciso de muitas coisas, Scarlett... Mas, primeiramente, o que lhe falei sobre me chamar assim? -Ele questiona e franzo a testa.

— Achei que deveria o chamar de Lorenzo apenas no dia da festa, aqui estamos em local de trabalho.

— Quando estivermos a sós aqui, me chame apenas de Lorenzo. Não gosto do tom formal que sai da sua boca.

— Desculpa? -Questiono sem entender. — Mas o senhor é meu chefe, preciso tratá-lo formalmente.

— Não mais, Scarlett. Não mais. -Diz e segue para a sua sala.

Ok, não era essa a reação que esperava dele hoje, acreditava que ele iria me tratar da mesma forma de sempre. Estranho. Volto a minha atenção para o meu trabalho, Lorenzo sai por algumas horas para algumas reuniões, depois termino de formular alguns papéis e vou até a sua sala vazia para já deixar lá. Aproveito um pouco para olhar para a vista do seu escritório, é uma bela vista. Existe tanta calmaria ali

— Uma boa vista, não é? -Questiona ele e me viro assustada. Ele ri. — Tudo bem, eu preciso parar de chegar te assustando.

— Me desculpe, parei alguns segundos para olhar a vista e me distrai.

— Entendo, esse foi uma das razões para escolher esse prédio. A vista é realmente bonita. -Fala me olhando. — Muito bonita.

— É sim. -Respiro fundo. — Os relatórios da reunião com o senhor Vallez está em sua mesa. -Digo o olhando. Estamos a poucos passos de distância.

— Esse seu olhar transmite tanto mistério, o que aconteceu com você, Медовый? (Querida?) -Pergunta e me surpreendo.

— Nada. Nada aconteceu comigo. -Estremeço — E do que você me chamou? -Questiono sem entender qual língua ele estava falando.

— Não minta para mim, Медовый. Eu conheço esse olhar, sei que algo te aconteceu. O que fizeram com você? -Fala se aproximando, congelo no lugar. Começo a ficar um pouco assustada e fecho minhas mãos em punhos. Ele percebe.

Não gosto de falar sobre, não gosto de falar sobre como quase fui vendida e tudo o que precisei fazer para escapar daquilo tudo, daquilo e de todas as pessoas que estavam envolvidas. A questão é que não vim para cá apenas pelo trabalho, precisava deixar meu país e ir para o lugar mais afastado possível.

— Nada. -Engulo seco. Ele chega em minha frente e pega uma de minhas mãos fechadas, leva a boca e da um pequeno beijo, aos poucos abrindo a mão que já estavam marcadas por minhas unhas. — Acho melhor eu ir, preciso terminar os outros rel... -Não consigo terminar de falar porque ele me puxa para os seu braços me beijando.

Não deveria retribuir, mas está tão bom... Apenas abro mais minha boca dando mais espaço para ele explorar ainda mais, suas mãos rodeiam minha cintura, me mantendo colada ao seu corpo enquanto eu levo minhas mãos aos seus cabelos macios os puxando levemente.

— Ninguém mais vai te machucar, Медовый. -Diz em meu ouvido me arrepiando. Voltando a me beijar em seguida, ele me levanta em seus braços e entrelaço minhas pernas em sua cintura, enquanto começa a beijar o meu pescoço, arfo baixo puxando os seus cabelos, ele começa a andar e sinto quando me coloca sentada na sua mesa, ficando no meio das minhas pernas, puxo seu rosto para mim o beijando, nossas línguas parecem travar uma batalha. Ele põe as mãos no meu cabelo e o puxa, descendo os beijos pelo meu pescoço, chegando ao meu colo. Se volta para mim me beijando encostando seu corpo ao meu, e sinto sua excitação encostar em mim, o que rapidamente me desperta. O empurro.

Nós dois nos olhamos ofegantes.

— Isso não deveria acontecer. -Digo descendo da sua mesa e ajustando minha roupa. — Estamos confundindo as coisas, você é meu chefe. -Droga!!

— Não deveria, eu sei. -Fala passando as mãos pelo cabelo. — Me desculpe, não vai mais se repetir.

— Eu acho uma pena, vocês têm tanta química. -Arregalo os olhos virando para a porta.

— O que faz aqui, Andrei? Não sabe avisar que vem? -Pergunta Lorenzo irritado. Andrei ri.

— A Isabella pediu para buscar a Scarlett para fazer alguns testes de filmagem. Mas acho que não é uma boa hora, já vou indo.

— Espera! - Digo quando ele ia se virando. — Vou sim, só preciso organizar minha mesa e posso ir. -Olho o horário, já estou liberada. Me viro olhando para o Lorenzo, tento falar alguma coisa, mas apenas sigo para fora de sua sala.

Respiro fundo ao sair da sala, acho que preferia quando ele não olhava na minha cara e me tratava mal, pelo menos não fazia essa bagunça na minha mente.

Por que é tão errado o querer?

Começo a organizar minha mesa, termino tudo e pego minha bolsa e vejo os dois saindo da sala.

— Irá comigo. -Lorenzo fala.

— O Andrei não vai? - Questiono sem entender.

— Prefere ir com ele que comigo? - Pergunta ríspido.

— Ele veio aqui para me levar até lá, não quero atrapalhar seus afazeres. -Digo e entramos no elevador. Os três.

— É mano, pode ficar tranquilo, vou adorar levar ela. -Fala risonho. Parece que tudo para ele é uma piada.

— Não me irrite, Andrei. -Lorenzo afirma e Andrei ri. — Irá comigo. -Reviro os olhos. — Revirou os olhos para mim? -Questiona.

— Revirei, e daí? Vai fazer o que? -Pergunto irritada. — Você tem que parar de ser tão mandão, pode me dar ordens no trabalho, mas fora dele você não tem poder para nada. -Digo ficando em frente a ele. Ele vai se aproximando e vou me afastando, acabo encostando na parede.

— Você é muito atrevida, Медовый. (Querida) Deveria castigá-la por isso. -Fala colocando as mãos ao lado da minha cabeça. Fico encarando o seu rosto, vejo quando o mesmo desvia o olhar dos meus olhos para minha boca.

— Se querem se pegar, ao menos deixem eu sair daqui. -Fala Andrei divertido encostado no outro lado do elevador. Nos afastamos. A porta se abre e sou a primeira a sair, desejando ficar o mais longe possível do seu corpo.

Seguimos para o local que a Isabella indicou onde fará as fotos, sigo o caminho inteiro calada enquanto os dois parecem brigar em uma língua que não conheço. Não vejo a hora de chegar em casa e poder refletir sobre isso tudo.

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G.L