Cap 30

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Patrícia

Coloquei uma calça jeans uma blusa branca. Calcei um tênis e peguei minha bolsa.

Desço do meu carro no estacionamento de Felipe e subo pelo elevador.
Não sei se foi uma boa ideia.

E se eu voltar embora?

A porta do elevador se abre e eu dou o primeiro passo e caminho até o corredor.

Se eu for embora ele vai insinuar alguma coisa depois.

Mas eu não me importo, certo? Certo!

Quando eu ia dar meia volta para voltar ouço ele me chamar.

- Tá indo pra onde ?

Me viro para olha - ló.

- Eu acho que esqueci a minha blusa no carro. - Menti.

- Achei que você iria embora, quer quê eu te acompanhe?

- Não, pensando bem...nem está tão frio assim.

- Ok, então venha, meu risoto nos espera.

Momentos depois...

- Então me diz se não está perfeito?

- Sim está. - concordei.

- Você concordando comigo? Que surpresa.

- Parece que você leva jeito para a cozinha. - falei revirando os olhos.

- Quando se mora sozinho é necessário.

- Você mora com o Vitor.

- Sim, mas passei um tempo morando sozinho em Londres.

- Entendi.

- E você ?

- Oquê tem eu ?

- Qual é a sua especialidade na cozinha ?

- Hã...

Ele me encara esperando minha resposta.

- Eu sou péssima na cozinha. - respondo e ele me encara por mais alguns segundos.

- Qual é? Deve ter alguma coisa que você leve jeito.

- A única coisa que eu sei fazer é brigadeiro de panela. - respondi envergonhada.

- Sério ?

- É

- Não acredito! Você realmente é uma patricinha. - ele diz rindo.

- Tava demorando. - respondi ao me levantar para levar meu prato até a pia.

- Qual é, é engraçado.

Coloco meu prato na pia e o encaro.

- Engraçado?

- Pra mim - ele diz fazendo uma careta.

- Exatamente.

- Olha pode deixar a louça aí se quiser. - ele diz rindo.

- Felipe eu sei lavar louça,tá legal ?

- Vai saber, né.

- Idiota.

- E então você pode fazer o brigadeiro de panela ? - ele pergunta me olhando fixamente.

- Agora ?

- É, vamos ver se é realmente bom.

- Não sei.

- Eu tenho todos os ingredientes.

- Ok.


Felipe

- Realmente é o melhor brigadeiro de panela que eu já comi na vida! - falo ao dar mais uma colherada.

- Obrigada.

- Tá sujo o seu rosto.

Ela passa a mão, mas não no local aonde está com chocolate.

- Mais pra baixo.

- Aqui? - ela pergunta passando o guardanapo.

- Espera. - passo um dos meus dedos no canto de sua boca e tiro a pequena gota de chocolate que havia. - Pronto.

- Obrigada.

Sorrio em resposta.

- Posso te perguntar uma coisa ?

- A vontade

- Oquê pretende fazer ao assunto de hoje mais cedo?

- Eu não sei, se eu falar para os meus pais...vai ter uma grande confusão lá em casa. E se eu não falar...

- Você estará ajudando ela se prejudicar.

- Isso.

- É mais complicado do quê parece.

- Sim, Oquê você faria se estivesse no meu lugar ?

- Isso é um pedido de conselho?

- É

- Tentaria conversar com a Manuela mais uma vez.

- E se ela não quiser?

- Você sabe Oquê tem quê fazer. - ela diz sorrindo.

- Falar com os meus pais, certo?

- Também, mas você já pensou na possibilidade de ela fazer terapia?

- Ela fazia antes de voltarmos para o Brasil. Mas ela melhorou então achamos que devíamos parar.

- Acho que seria uma boa ela voltar.

- É...eu concordo.

- Bom já está tarde, eu preciso ir.

- Tem certeza que não quer que eu te leve, é perigoso você ir uma hora dessas.

- Já tô acostumada, não se preocupe.

- Sendo assim, eu te acompanho até a porta.

Patricia foi embora há alguns minutos agora estou deitado em minha cama, sinto que ela já me vê como amigo, Oquê é bom pra falar a verdade.
Esse é o primeiro passo, agora só falta... fazer ela se apaixonar por mim. Como um bom galã que eu sou, irei conseguir, sei que irei.




Patricia

Ao entrar em casa sou recebida por minha mãe.

— Posso saber aonde você estava ?

— Boa noite pra você também, senhora Safira.

— Aonde você estava querida ?

—  Jantando.

— Jantando? Porque não foi com a gente para a casa da Maísa?

— Porque eu não quis.

— Patrícia

— Oquê?

— E preferiu ir jantar sozinha ?

— Isso não seria um problema ao meu ver, mas não, eu não fui.

— Como não ?

— O Felipe me chamou para experimentar um risoto que ele fez, e eu fui.

— Felipe ? O Felipe da Maísa?

— É mãe o Felipe da Maisa. — Falei revirando os olhos.

— Você estão juntos ?

— Que ? Não.

— Pode falar querida.

— Somos amigos

— Você não disse que vocês estavam longe de serem amigos ?

— Disse, mas às coisas mudaram, tá bom? Agora eu vou subir para o meu quarto. Boa noite!

Ela aceita que foi derrotada e apenas me deseja boa noite.

A peça que faltava  no meu quebra- cabeça.Onde histórias criam vida. Descubra agora