Eu não! Você! capítulo 28

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Felipe

Estamos todos nós dentro do carro indo para o parque.

Sobre a ajuda de alguns minutos atrás, me senti acolhido com o abraço dela, de uma maneira que eu nunca senti com ninguém.

A Patrícia é tão diferente às vezes, é como se ela tivesse construído uma capa para não se machucar ou algo assim.
Porque a Patrícia de alguns minutos atrás é completamente diferente.
E sinceramente eu gosto dessa Patrícia sensível.

Estaciono no outro lado da rua e desço do carro, abro a porta de Pátricia que me olha Surpresa.
Vou até a porta do passageiro e abro a porta de Sofia que está sentada em uma daquelas cadeirinhas de criança.

— Chegamos — falo a descendo no chão.

— Eu posso comprar algum doce ?

— Claro.

Ela me encara por alguns segundos.

— Oquê foi ?

— Tô esperando o dinheiro. — ela diz cruzando os braços.

Patrícia sorri.

— Ah...claro...esqueci que você não tem dinheiro. Toma falo entregando a ela uma nota de 100 reais.

— Posso ficar com o troco?

— Oquê você vai fazer com o troco ? — pergunto.

— Comprar chocolate para a minha mãe. A vovó me disse uma vez que toda vez que ela ficava triste meu pai comprava chocolate.

Olho para Patrícia e ela faz um gesto com a cabeça.

— Ok, depois na volta a gente passa em uma loja para comprar chocolate, pode ser ?

— Sim.

— Vem — falo segurando em sua mão.

Alguns minutos depois:

— Desculpa te arrastar para cá

Estamos sentados em um dos bancos do parque enquanto Sofia está no balanço ao lado de outras crianças.

— Você não me arrastou, eu vim porque eu quis. — ela diz.

— Achei que não gostava de conviver comigo.

— Às vezes, mas hoje é diferente.

— Por quê estou frágil?

— Você vê dessa maneira? — ela pergunta.

— Você vê como ?

— Vejo que um cara brincalhão até demais. Também tem sentimentos, ele também se preocupa com o bem estar da familia, vejo que você não pensa só em si mesmo. E se para você, ser frágil significa isso, então você é realmente frágil.

— Temos uma filósofa aqui.

Ela sorri

— Sou apenas uma pessoa que gosta de ler. É diferente.

— Você quer me indicar algum livro? — pergunto.

Ela me olha com um olhar de surpresa.

— Você não parece curtir livros.

— E não curto, mas se você me indicar, eu irei ler.

— E por que?

— Porque você é interessante, você sabia que às pessoas que lê são bem atraentes?

— Atraente? Tá querendo me dizer que eu sou atraente porque eu leio e não por causa da minha beleza ?

— Calma, não foi isso que eu quis dizer, Patricinha. — falo e ela me dá um tapa no ombro.

A peça que faltava  no meu quebra- cabeça.Onde histórias criam vida. Descubra agora