Capitulo 73

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Felipe

Faz exatamente uma hora que cheguei no apartamento.

Hoje era pra ser um dia feliz!
Mas por minha culpa acabou não sendo.

Poxa, Patrícia estava tão feliz antes de Amanda aparecer. Nós estávamos tão feliz.

Eu não queria isso.
Eu não queria mágoa — lá.

O pior é que não foi só ela que eu magoei.

Magoei meus pais, minha irmã.
Quando os pais dela descobrirem então...

Eu devo ser muito azarado mesmo.

Ouço a companhia tocar e caminho em direção a entrada.

Quem seria uma hora dessas?

Vitor talvez?

— Pai?

— Posso entrar?

— Olha...

— Trouxe um refresco. — diz levantando a mão com uma garrafa de whisky.  Que só agora notei.

— Ok. — falei dando passagem.

Fechei a porta atrás de mim e caminhei atrás dele.

Fui até a cozinha e peguei dois copos para levar até a sala de estar a onde encontrei ele abrindo a garrafa.

— Como se sente? — pergunta.

— Um merda.

— Já me senti assim muitas vezes.

— Mas com certeza não foi porque descobriu que vai ser pai de uma mulher que não é sua noiva.

— Então quer dizer que se fosse a Patrícia estaria tudo bem? — ele pergunta pegando os copos de minha mão.

Eu nunca falei sobre essas coisas com o meu pai e até acho meio estranho estarmos falando sobre isso agora,mas preciso conversar com alguém.

— Eu quero ser pai. Pai de um filho na qual a mãe seria a Patrícia.

— Hum...vocês já falaram sobre isso?

— Ela não queria no começo. — Sou sincero. — Mas evoluímos. Pensávamos em ter um daqui uns anos. Mas agora...

— Agora?

— Agora eu vou ser um pai de uma criança que não será filho dela. Acho que ela não vai querer ficar comigo.

— Felipe...se ela não quisesse já teria terminado com você essa noite mesmo. Mas olha só  estão juntos,certo?

— Ela pediu um tempo pra pensar.

— Patrícia é uma moça inteligente,tenho certeza que irá dar tudo certo.

— Eu tô com medo. — confessei.

Meu pai sorri ao me entregar o copo cheio da bebida.

— Estaria surpreso se não estivesse.

— Eu a amo. Não sei se posso viver sem ela. Entende?

— É claro que entendo. Mas você também vai ser pai, Felipe.

— Eu sei, eu sei. Mas eu não sei se essa criança é minha.

— Ás contas...

— Sim, elas batem, mas...e se a Amanda não se envolveu com mais alguém?

—  Iremos fazer o exame de sangue.

— Até fazermos...

— Até lá você irá cumprir o papel que um homem faria.

— E se eu fizer e no final eu não for o pai?

A peça que faltava  no meu quebra- cabeça.Onde histórias criam vida. Descubra agora