"Bora ser feliz". Capítulo 32

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Patrícia

21:45

Desligo meu computador e me levanto de minha mesa.

Editei tanta foto hoje.
Que a hora voou.

— Boa noite! — Diz Felipe entrando na sala.

— Você ainda não foi embora?

— Não estressadinha, eu ainda não fui.

— Pois eu já estou indo. — falo pegando minha bolsa.

— Um minuto.

— Diga.

— Eu já falei como você está linda hoje?

Deixo um sorriso surgir em meus lábios, mas rapidamente fico seria. E digo:

— Eu sei, obrigada.

Ele sorri e diz:

— Fica mais linda ainda quando age assim.

— Se você acha que me elogiando...

— Eu não estou te elogiando para te convencer a ir ao evento. — ele diz se aproximando de mim. — Mas acho que seria bom irmos juntos. Somos uma equipe. — ele diz colocando às mãos no bolso da calça.

— Eu não quero ir.

— Vai ser interessante.

— Não acho.

— Ah, mas eu acho, você pode ir como fotografa, que tal ?

— Tudo isso para mim ir?

— É, eu quero que você vá.

— E se eu não for? — pergunto acabando com o espaço que havia entre nós.

Ele sorri e responde:

Então eu não irei.

Ergo meu rosto para olha - ló e respondo:

— Vou pensar.

— Isso é melhor que um não. Então tá afim de comer alguma coisa?

— Na verdade estou morrendo de sono e quero ir logo embora.

— Abriu uma pizzaria aqui perto...achei que você gostaria de ir comigo.

— Você está de carro, certo?

— Sempre

— Então bora, antes que eu mude de ideia.

Momentos depois...

— Você falou com a Manuela?

— Quero dar um pouco de tempo pra ela.

— Fez o certo.

— Sério ? — ele pergunta surpreso.

— Sim, pela primeira vez na vida, você fez algo certo.

— Claro tava demorando.

— Se quiser eu também posso falar com ela.

— Sério ?

— Sim, talvez pelo fato de eu ser mulher...ela se abre comigo.

— Ok, obrigado.

— Eu que agradeço pela pizza.

— Eu fiquei surpreso pela forma que você falou com o seu avô. Hoje mais cedo.

— Acho que eu passei do ponto. Eu não fui nada profissional, A verdade é que hoje eu estou estressada.

— Só hoje ?

— Mais do que o costume. — falei revirando os olhos e ele sorriu.

— Eu vou pagar a conta, você quer mais alguma coisa?

— Não, obrigada.

Patrícia e Felipe estão dentro do carro em silêncio. Quando Felipe resolve acabar com o silêncio que havia ali.

— Então você já pensou?

— Não.

— Qual é, vai ser tipo tirar férias.

— Férias ?

— Sim, vamos ficar em um hotel, piscina, restaurante, sauna, entre outras coisas.

— Você leva tudo a brincadeira, né ?

— E você leva tudo a sério, assim não tem graça, você tem que se divertir, sorrir mais. Sei lá. Bora ser feliz.

Patrícia cai na gargalhada.

— Oquê?

— Desculpa, sério ? Bora ser feliz ?

— É, eu posso te mostrar como é bom ser feliz, por exemplo.

— Eu sou feliz.

— Com essa vida sem graça que você leva ?

—  Desculpa, por não ser irresponsável como você.

— Olha se ser irresponsável significa ser feliz, então eu sou com muito orgulho.

— Hum.

— Qual é, vai ser legal, vamos a esse evento.

— Não acho que vai ser legal.

— Se eu for vai ser legal! Vou mostrar a você como é ser feliz.

— Não me faça rir.

— Você tá com medo.

— Medo? Do que eu estou com medo ?

— Medo de perceber que não tem nada demais ser irresponsável de vez enquanto. E que é bom.

— Eu não sou mais uma adolescente, Felipe.

— Mas também não é uma idosa. — ele diz estacionando o carro em frente a minha casa.

— Ok, você venceu! Eu vou.

— Isso! É assim que fala.

— Mas — falo levantando um dedo.

— Mas oquê?

— A hora que tivermos trabalhando eu não quero nada de brincadeira.

— Ok, sem problemas.

— Ótimo!

— Pode deixar que eu aviso o seu avô.

— Ok, boa noite então. — falo fechando a porta do carro.

— Boa noite.

A peça que faltava  no meu quebra- cabeça.Onde histórias criam vida. Descubra agora