■Capítulo 54■

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No fim das contas, a fé é uma coisa engraçada. Ela aparece quando você não está realmente esperando por ela

Ayla

eu vou te amar até a última rosa secar.

...

— Acorda vadia — recebo um tapinha na cara e acordo tonta. Estava suada, com os cabelos horrorosos, o cheiro horrível. Estava aqui a dias, eu sabia disso.

Estava sentindo minha perna pulsar e estava doendo demais, eu precisava de um médico, estava perdendo muito sangue e estava fraca. Eu tinha levado uma flechada na minha perna.

Acordo meio que lembrando de tudo.

— Peguem ela — Ana diz enquanto estou fraca no cadeira, percebi que estava por mim mesma.

— Acorda, temos muito o que fazer — era Ana dizendo e eu abro os olhos aos poucos e ainda estava tudo meio embaçado — Come isso — ela dá um prato na bandeja perto da minha cadeira.

— Eu não vou comer nada, sua vadia de duas caras, manipuladora — digo em um fio de voz.

— Está muito fraquinha — ela diz chegando perto de mim, olhando dentro dos meus olhos — Não vai conseguir correr assim, vamos, coma.

— Por que fez isso? Por causa do L7? A porta estava aberta pra você, já tínhamos terminado — digo fraca.

— Sabe, um dia depois que terminaram fui até a casa dele para me oferecer como consolo, talvez ele esqueceria você — ela se abaixou em frente a cadeira, onde estava uma flecha grande nas minhas coxas — mas na hora que ele estava no ápice dele, sabe qual nome ele gritou? — ela diz furiosa tirando a flecha da minha coxa. E eu dou um grito alto e doloroso, minha coxa começou a sangrar e ela estancou com um pano amarrando ela.

— Eu infelizmente não posso fazer nada com isso, ele me ama, não ama você — toco na ferida dela.

— Vai te amar sim, mas no caixão, morta — ela diz me desamarrando e eu não estava entendendo nenhum pouco — Te dou 40 minutos para sair daqui senão um dos meus amigos vai te caçar como um animal.

— O que você tá dizendo? — digo fraca.

— É uma caçada as vadias, meu anjo — ela diz — Acho melhor você ir mais rápido.

— Você tá blefando, não vai me deixar sair, só quer me ver lutando pela minha vida para depois tirar ela — digo cansada, fraca, fedendo, suando, toda descabelada, cheia de sangue e com a cara vermelha de tanto tapa que eu levei.

— Então não lute, você vai morrer mesmo assim — ela diz e sai.

As janelas estavam abertas, exatamente como ficou da vez em que saímos. Mas agora eu estava sozinha.

Não fazia ideia de onde eu estava, não tem nenhum celular por aqui, mas eu preciso me levantar e tentar sair daqui pela minha irmã e por mim mesma.

Comecei a comer, eu precisava de energia para correr, ela é tão burra que estancou o ferimento da flecha e está me dando comida, ela deve me subestimar muito. Mas eu sou filha de um policial, enquanto ela pinta o 7, eu venho com o 14 pronto.

O mais engraçado é que eu nunca me perguntei o porquê dela ter sido sequestrada, achei que era um mero acaso.

Enquanto eu comia, eu estava começando a me sentir bem, não tão bem quanto, mas eu estava bem para fugir, eu quero viver. Eu tenho só 23 anos, eu tenho muito o que viver ainda, pode ser que ela me pegue mas pelo menos eu lutei.

Me apoiei na cadeira e me levantei, dei o primeiro passo mancando, literalmente, eu precisava de um médico mas aqui não tinha médico, então tive que procurar alguma coisa pra estancar de verdade, só um pano não iria adiantar muita coisa.

Do Teu Lado - L7NNON (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora