■CAPÍTULO 14■

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O futuro é o lar dos nossos medos mais profundos e de nossas esperanças mais loucas.

Ayla

Olhava pra ele dentro de um Caixão, cheio de flores com um terno branco e só com a cabeça pra fora, as pessoas chorando, a mãe dele debruçada em cima do Caixão chorando pelo filho morto, Tainá agarrada comigo, os parceiro dele se despedindo.

- Porque ele teve que ir? - Tainá lamenta chorando.

- Ele está em um lugar melhor - digo abraçando ela de lado.

- Você tá bem? Digo, vocês eram quase namorados - ela me olha.

- Eu vou ficar bem, porque eu sei que ele está em um lugar bem melhor...

...

- Ayla, acorda - alguém me cutucar e eu acordo no susto - Desculpas, te assustar - Era Aurora, fiquei sentada a noite toda depois que ele saiu da Cirurgia, a médica disse que ele estava bem.

- Tudo bem - digo prendendo meu cabelo enquanto vejo ele todo entubado.

- Você ficou aí sentada a noite toda, vai comer alguma coisa, filha - a mãe dele pede e eu estava com fome mesmo e eu assenti - E muito obrigado por ter ficado com ele a noite, filha, Deus te abençoe por isso.

- De nada, Dona Silvana, ele é meu amigo, meu melhor amigo - Olho para ele e saio do quarto, indo atrás de um café, minha cabeça estava estalando de tanta dor de cabeça.

- Ayla - Alguém me chama e eu me viro para olhar para trás.

- Sim? - pergunto porque uma mulher de cabelos longos em rabo de cavalo, estava toda elegante e com um distintivo na calça, tinha por volta de 40 a 50 anos.

- você é Ayla Garcia? - ela pergunta.

- Sim, sou eu, por que? - pergunto

- Queríamos te fazer algumas perguntas - saquei tudo, logo de primeira.

- Não, não sem meu pai ou meu advogado - me nego.

- Quem é seu pai? - ela pergunta.

- Sérgio Garcia, Delegado 012° DP do Rio de Janeiro - digo e vejo meu pai entrar no hospital.

- Ela já acabou - ele me abraça, meu pai, careco, era preto, ele é o meu maior exemplo de que um preto consegue sim subir na vida, fazer seu nome, subir no Hall da fama.

- Você sabe quem é ela? - pergunta a mulher presunçosa.

- Ela é minha filha - ele diz e me tira perto deles nos sentamos em um banco.

- É a terceira vez, pai, a terceira vez que acontece a mesma coisa, a diferença é que ele não morreu - digo passando a mão pelos meus cabelos nervosa.

- É por isso que você tem que ficar calma - ele diz - O que aconteceu? Você lembra qual dos policiais fizeram isso?

- Sim, era um 115 e ele tinha ido me buscar no Aeroporto e estávamos indo pra um lugar pra comer e a polícia nos parou por que ele não ligou a seta para mudar de pista, ele discutou um pouco com o policial mas ele fez todos os procedimentos que o policial pediu e quando ele ia ligar para a irmã para vir me buscar porque achou que ficaria enquadrado, o policial atirou, deu dois tiros, dois tiros pai - digo limpando as minhas lágrimas.

- Fica calma, fica calma - ele diz e eu respirei fundo.

- Ele atirou por que ele era preto pai, a única pergunta que eu queria fazer, era se ele queria atirar em mim também - digo com raiva e triste ao mesmo tempo.

Do Teu Lado - L7NNON (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora