Era um dia frio, os flocos de neve caiam por toda a parte e deixava o ar cada vez mais tenso.
Nathaniel observou o lugar, o parquinho.
Seu irmão mais novo, de apenas dois anos. Descia no escorregar, enquanto a mulher de cabelos cacheados e escuros estavam em seu alcance. Para que não deixasse cair.
Neil estava no balanço, sozinho. Não que ele realmente se importasse, só estava ali por causa de seu irmão e de sua mãe.
Uma rajada de vento passou por seus fios de cabelos, cada vez que balançava.
"— Nathaniel! — sua mãe o chamou, segurando a mão de Theo. — Vamos, filho."
O garoto sorriu, desceu do balanço e correu até a mãe.
"— O que eu disse sobre não correr na neve? Você pode cair — a mulher de belos fios escuros disse."
O menor a olhou com seus tão chamativos olhos cor de avelã, se desculpando pelo o ocorrido.
"— Desculpe, mãe — pediu em um sussurrou."
A mulher sorriu em compreensão, pegando a mão de Nathaniel e Theo estava em seus braços. Parecia cansado, e provavelmente estava dormindo, já que não se mexeu até chegarem em casa.
Neil pôs os pés no primeiro degrau da escada de madeira, quando foi interrompida por sua mãe.
"— Nathaniel, quero que você fique no quarto, Ok? — disse a mais velha, preocupada. — Seu pai está chegando, foi um dia muito bom para termos brigas. Entende?"
O cacheado entendia, alguém como seu pai. Não era fácil de lidar.
"— Sim, mãe — disse e subiu"
Bateu na porta do quarto do irmão, sem resposta.
Nate entrou e o viu, dormindo embolado. Parecia uma largata, ele se aproximou do garotinho e puxou seu lençol até a altura do ombro — o cobrindo.
Segundos depois, ele ouviu. Uma gritaria ao andar de baixo.
Só podia ser seu pai.
Ele caminhou pela a surdina e tentou não pisar nas tábuas que rangiam. Se escondendo entre o corredor da escada, e se abaixando para que não fosse visto.
"— Onde está o inútil daquele garoto? Mande que ele vá trabalhar, não temos que o sustentar a vida toda! — O homem disse em voracidade."
"— Como você quer que ele trabalhe? Nathaniel só tem apenas seis anos! Deveria agradecer por ele ser pelo menos inteligente — a mulher disparou."
"— Na idade dele, eu já estava trabalhando por aí — ele bateu na mesa. — Se ele é tão inteligente, vai conseguir arranjar algo."
"— MAS ELE NÃO É VOCÊ! — Melissa gritou."
O homem a olhou com desdém, ele levantou de onde estava e chegou perto da mulher.
"— Tem razão, ele não sou eu — o mais velho passou por sua esposa, indo até a escada. — Então acho que temos que ensiná-lo a ser."
Nathaniel, a essa altura. Já havia entrado em desespero, ele levantou e tentou seguir seu caminho até o quarto sem fazer barulho.
"— O quê você pensa que vai fazer com o meu filho, Micael? — a mulher pulou em sua frente, tentando o fazer não continuar a subir os degraus. — Ele é só um garoto."