Lila cuidava do ferimento de Diego, na sala da casa de Elliott.
Enquanto Five e Nathaniel estavam na cozinha. O Hargreeves tinha acabado de terminar o curativo na barriga do garoto.
Só faltava enfaixar.
Por sorte, a faca era pequena. Como uma lâmina, não perfurou tanto quanto deveria.
E o processo de cura do garoto estava ajudando muito.
— Ai! Poderia fazer isso com um pouco mais de cuidado, idiota? — perguntou Nate, mordendo o lábio.
— Você prometeu que iria voltar vivo e inteiro para que eu pudesse aproveitar do seu corpinho — Five repetiu as palavras. — E adivinha só, não posso usar o seu corpinho se estiver arrebentado.
— Não seja cruel, foi seu pai que fez isso comigo! — argumentou Neil, com os cachinhos bagunçados na testa.
— Pronto! Tá enfaixado — disse. — Vai melhorar.
O garoto baixou a camiseta preta e balaçou as pernas no ar.
— O que você tem? — perguntou, apoiando as mãos onde Nathaniel estava sentado.
— Não gostei do seu pai, e acho que é recíproco — respondeu, olhando para Cinco.
— Ele não gosta de ninguém, nem dos próprios filhos — disse, tentando retirar a gravata.
O machucado que Pogo fez em seu pescoço não ajudava muito.
Nathaniel deu um tapinha em sua mão, puxando o garoto para mais perto. Fazendo-o com que ficasse entre suas pernas.
Já que o Bloom ainda estava sentado no balcão.
— Pode causar uma infecção — disse, retirando a gravata corretamente e abaixando a gola do uniforme. — Não tá tão feio, vai melhorar.
Ele pegou um algodão, com uma pequena compressa, e começou a limpar o arranhão antes de causar algo mais grave.
Nathaniel não percebeu, mas Five estava quieto demais. Apenas admirando os cuidados do garoto de cachos.
Os cachinhos rebeldes na testa, os olhos avelãs em concentração. As bochechas vermelhas por conta do frio da noite.
Destacava muito na pele pálida do garoto.
Os lábios vermelhinhos, e como ele tinha a bela mania de morde-los quando ficava nervoso, ou quando ficava animado.
Parando pra pensar.
Nathaniel tinha várias manias fodidamente fofas.
Ele costumava tentar tirar os cachinhos da testa, mas acabava bagunçando ainda mais.
Ele pendia a cabeça para o lado quando não entendia algo.
Ele revirava os olhos quando tinha que responder alguma pergunta estúpida ou óbvia.
Ele sorria ladino quando flertava.
Ele...
Ele...
Ele...— Pode parar com isso? — perguntou Nathaniel, tirando Five de seus pensamentos.
— Parar com o que? — perguntou.
— De me olhar, tô começando a achar que fiz algo errado — ele sorriu, nervoso.
Outra mania.
— Você fez — disse, e Nathaniel o olhou, preocupado. — Meu arranhão dói, acho que vou acabar morrendo.
Neil olhou, pronto para realmente mostrá-lo como é morrer.
— Você é muito dramático — colocou um curativo simples em seu pescoço. — E um arranhão não vai te matar, no máximo, vai te transformar no Luther.