— Você devia mastigar um pouquinho pra tentar sentir o gosto — disse Klaus, para Luther.
Five foi até a mesa, com um roupão, junto aos outros quatros.
— Eu não comia há dias — respondeu Luther.
— É, da pra perceber — comentou Nate.
Cinco sentou ao lado do Bloom, entregando seu drink.
— O que foi? — perguntou Luther, para Five. — Você parece feliz.
— Eu tô super feliz. Tirei um cochilo e fui na sauna — comentou o Hargreeves mais baixo. — Do que mais eu preciso?
Nathaniel o olhou, sugestivo e flertivo.
Five sorriu, cínico. Colocando a mão na coxa do garoto.
— Talvez tenha apenas uma coisa... — corrigiu Cinco, bebendo seu drink.
— Talvez de irmãos que não comam feito animais? — perguntou Klaus.
E Luther e Diego pararam de comer na mesma hora, sentindo-se ofendidos.
— Eu andei pensando no nosso pequeno caos temporal e fico feliz em informar que, na minha opinião profissional e especializada... — Five começou.
— O que não vale muito — brincou Nate, e sentiu um aperto na parte inferior da coxa.
Mordendo o interior da bochecha pra não emitir nenhum som, ele olhou para Five. Acusativo.
Mas o Hargreeves continuou com seu olhar cínico, voltando a falar:
— Nós estamos totalmente numa boa — terminou ele.
— Sensacional! Show!
— É? — perguntou Luther.
— É.
— Então tá tudo super bem? — perguntou o Número Um.
— Mais ou menos — respondeu Five.
— Viu? Eu disse — brincou Neil. Sentindo outra aperto proposital na parte interna da coxa. E logo depois um carinho desejoso.
Nathaniel o olhou, xingando todas as possíveis gerações de Five. Colocando as mãos em cima mesa e estalando os dedos.
O que podia fazer? Estava nervoso.
— Olha, tem só uma... coisinha — ele riu. — Mas nada que a gente não possa resolver.
E ele se calou.
— Então fala logo, seu boomer! — disse Diego, sem paciência.
— É, reaja! — brincou Nathaniel, e Five o olhou.
O Bloom realmente estava o testando?
— Tá bom, Diego. É o seguinte — Five voltou ao irmão, impaciente no outro lado da mesa. — O papai não nos adotou quando éramos bebês. Mas esses bebês ainda existem por aqui.
Klaus gemeu, descontente.
— Nós só crescemos em lugares diferentes com gente diferente — explicou Five.
— E daí? — perguntou Diego.
— E daí que onde eles estão agora? — perguntou Five, como se fosse o óbvio. — Existe uma chance de cada um de nós ter uma versão idêntica andando por aí. Vivendo vidas totalmente diferentes.
Luther exclamou, surpreso.
— Os nossos doppelgängers! — exclamou o Número Um.
— Tá inventando palavra agora? — perguntou Klaus.