HOTEL OBLIVION—
Um casamento.
Estava tendo um casamento na porra do fim do mundo.
Nathaniel manteve a expressão neutra, entretanto, ainda suave.
Luther e Sloane estavam se casando, nesse exato momento.
Depois que tiveram saído da Sparrow, antiga Umbrella, eles vieram diretamente para o hotel em que se hospedavam.
O apocalipse iria acontecer, de novo.
Fei estava morta, e com ela, Christopher.
— Estamos aqui reunidos pra um momento feliz, não um momento longo, então vamos ter um momento feliz, tá? — começou Klaus, fazendo o papel de padre. — Porque o sol não pode brilhar todo dia. Eu ouvi um amém?
— Amém! — disseram os noivos em uníssono.
Diego assobiou, alegrando a situação.
— Se anima — mandou Nate, se apoiando em Five.
— Amém! — ele atendeu ao pedido, ou tentou.
— Luther, você aceita essa supergata como sua esposa? — perguntou Klaus.
— Aceito — sorriu.
— Sloane, você promete amar e cuidar desse desgraçado peludo pelas próximas 24 ou 48 horas? — apontou para o irmão.
— Mais ou menos um dia — comentou Cinco.
— Quieto — sibilou Neil, beijando sua bochecha.
— Eu vou tentar — disse a Sparrow, contente.
— Então... Ai, desculpa — murmurou Klaus, se emocionando. — Eu os declaro casados pra caramba! Viva o apocalipse!
Eles se beijaram, enquanto os outros comemoravam com palmas.
...
Era a hora da dança, nada extravagante.
Nate segurou a mão do namorado, o guiando para a varanda.
— Aqui é melhor — comentou o cacheado.
— E o que deveríamos fazer aqui? — perguntou Five, um sorrisinho ladino em seus lábios.
O Bloom revirou os olhos, se desvencilhando dele e subindo no parapeito.
— O que tá fazendo? — o Hargreeves voltou a perguntar, uma sobrancelha erguida.
— Se a gente realmente vai morrer, acho que deveríamos aproveitar — brincou, girando no parapeito de pedra largo.
— Acelerando o processo? — rebateu Five, seguindo os passos dele.
Os dois agora estavam nas alturas, contemplando o momento. Cinco não estava dando importância aos céus, quando uma ventania percorreu o lugar entre eles.
E nesse instante em questão, ele sabia que realmente estava perdido.
Nathaniel tinha os cachinhos bagunçados por conta da brisa, o sorrisinho mais lindo e realmente estampado em seu rosto como uma criança.
Seus olhos brilhavam mais que as estrelas, e suas covinhas aparecendo nas bochechas.
O garoto estava com os braços levantados, se equilibrando. Ele girava suavemente, seus passos majestosos a cada risadinha gostosa e jogada de cabeça para trás.
— Eu amo você — sussurrou Five, pela a primeira vez em toda sua vida, sua boca sendo mais rápida que seus pensamentos friamente meticulosos.