- Cinco.
- Oi, Diego - respondeu Five. - Você fica bem de branco.
Diego olhou para a mesa, estava em um hospício à quase oitenta dias. Ninguém aguenta tanto sem realmente estar louco.
- Já era hora de aparecer.
- Como sabia que eu viria? - perguntou Five.
- Pois é o tipo de coisa que você faz - respondeu Diego.
- Onde estão os outros? - perguntou Five.
- Não estão com você? - retrucou a pergunta.
- Apenas Nathaniel - disse Five. - Vamos encontrá-los.
- O pirralho está com você?
- Foi o que eu disse - respondeu Five.
- E por que ele não está aqui? - perguntou Diego.
- Apenas uma pessoa por visita, e ele tinha que resolver umas coisas.
[...]
O garoto de cachos suspirou, seus fios sendo bagunçados pelo o vento no alto do prédio.
Ele olhou para baixo, metros de altura. Era uma queda feia.
Depois voltou seu olhar para o céu, os pássaros sobrevoando o local e as nuvens em formatos diferentes.
O céu era uma das únicas coisas bonitas no mundo.
Nathaniel tinha plena consciência disso.
- Ok! É a hora - disse, andando até um pequeno lugar do prédio com sombra.
Ele se sentou, as pernas em borboletas. Ele pôs as mãos nas coxas, viradas para cima.
Olhos fechados.
E deixou o poder fluir.
Conseguiu ouvir o canto dos pássaros, os carros passando pelas ruas, as folhas de algumas árvores caindo pelo o chão.
O vento andando ao redor dele.
E no outro segundo que ele abriu os olhos, não estava mais no prédio.
Ele respirou, se adaptando ao novo ar.
O garoto olhou ao redor, parecia uma cidade totalmente diferente de antes.
Mas ele reconhecia o local.
Andando mais alguns minutos, ele chegou onde queria. Sua antiga casa, onde várias tragédias aconteceram, mas muitas coisas boas também.
Ele caminhou até a casa, pronto para abrir a maçaneta. Quando ouviu um barulho na cas da árvore.
Ele a olhou, parecia como sempre. Continuava linda e aconchegante, era pra onde fugia com seu irmão.
Não que seu pai não soubesse, ele apenas não tinha interesse em subir ao local.
Mas Nathaniel, sim. Ele subiu um por um dos degraus. Abrindo a portinha silenciosamente e entrando.
O garoto sorriu com a visão em sua frente.
- Theo? - chamou o irmão mais velho, olhando para o mais novo brincando com carrinhos. - Você... Você acordou...
O garoto menor de cachinhos o olhou, sorrindo animado logo em seguida.
- Neil! - ele levantou e correu até o irmão, o abraçando quando Nate se pôs de joelhos. Ficando na altura do garoto. - Você voltou!