Uma música irlandesa tocava solenemente no local. Os clientes conversam alegremente, enquanto Nathaniel, Five e Luther encontraram o Cinco mais velho.
— Olha eu ali — disse Five.
Os três olharam, escondidos. O Cinco mais velho estava sentado enquanto anotava algo em seu papel. A maleta logo aos seus pés.
— Por que a gente não pega a maleta e corre? — perguntou Luther.
— Resposta óbvia, você respondeu, Five — Neil disse.
— Luther, eu nunca deixaria isso acontecer. Somos treinados pra proteger as maletas com nossas vidas — explicou.
— Tá.
— E esse é o paradoxo real. Onde a coisa se complica, estou arriscando minha existência só por estar no mesmo ambiente comigo — Five respondeu.
— Como assim? — perguntou Luther, e Nathaniel se perguntou se ele fazia de propósito.
— Tenta acompanhar, se o eu velho não viajar pra 2019 como eu fiz, a história toda vai se desfazer. Eu deixo de existir, entendeu? — repetiu Five.
Neil suspirou, realmente não estava gostando do plano. Corria risco demais pra Five.
— Entendi.
— Então a nossa melhor chance é conversar com ele. Convencer ele — comentou o Hargreeves de uniforme. — Ele vai entender. Acredita. Eu me conheço melhor do que... eu me conheço.
Ele coçou o pescoço.
Nate levantou a sobrancelha, era o segundo estágio da psicose.
— Você coçou o pescoço. É o estágio dois da psicose do paradoxo — apontou Luther.
— Não cocei, não. Não cocei o pescoço — respondeu Five.
— Coçou, sim! — Nathaniel retrucou.
— Negação é o estágio um — argumentou Luther.
— Eu tô bem, tá legal? — respondeu Five. — Vamos nos concentrar, pode ser?
Ele deu dois passos em direção ao seu outro eu mais velho. Mas Luther o puxou.
— Espera!
— Que é?
— É melhor eu ir primeiro — respondeu Luther.
— Por quê?
— Porque você vai assustar ele — respondeu Luther. — Encontrar sua cópia adolescente? Ele vai surtar. Deixa que eu quebro o gelo.
— Ele tá certo — comentou Nate.
— Tá bem. Tá bem — Five suspirou.
Luther expirou, se preparando. Ele foi até o outro Five.
— Cinco — chamou.
— Do que você me chamou, grandão? — perguntou o velho.
— Cinco, sou eu. O Número Um — disse, cauteloso.
— Luther? Como foi que você...
— Tá tudo bem — respondeu Luther. — Tá tudo beleza. Eu posso explicar. Mas primeiro eu preciso te apresentar a alguém. Só... prometo que não vai surtar.
— Do que você está falando?
— Não surta — ele abriu espaço, mostrando o outro Five.
— E aí, estranho — disse o Five mais novo.
Nathaniel apareceu logo depois, mas não resolveu falar. Apenas se encostou na parede.
[...]
— Isso é bacana, né? — perguntou Luther, tentando quebrar o clima. — Nós quatro, juntos assim.