— Não! Não! Me solta. MÃE! — o garoto gritou, desesperado enquanto era arrastado para fora do quarto. — MÃE!
— Cala a porra da boca! Sua mãe não tá aqui pra ajudar dessa vez — disse Micael, arrastando o garoto pelo o corredor até a escada.
Theo chorava no cantinho do quarto, querendo que tudo acabasse rápido.
O garoto menor, tomou coragem e foi ao corredor. Gritando para que o pai parasse de arrastar Nate.
— PAI! Para! — Theo tentou agarrar o braço livre do homem, o puxando para trás, mas falhando no processo. — ... por favor...
Micael desferiu um tapa no rosto do garotinho, fazendo o cair no chão. Nathaniel conseguiu se soltar do aperto e pulou nas costas do mais velho, agarrando seu pescoço com força.
— Não machuca ele! — Neil gritou.
— Saí de mim, agora! — ele tentou o tirar de suas costas, mas o garoto não desistiu. Micael empurrou os dois contra a parede, fazendo com que Nate levasse toda a força de seus corpos.
O garoto soltou, caindo esparramado no chão.
— Eu vou cuidar de você depois! — apontou para Theo, o pegando pelo o braço e o trancando no quarto mais próximo. — Agora, somos apenas eu e você.
Nathaniel tentou levantar — tentativa falha — seu pai tinha desferido um chute em seu estômago, fazendo o ficar sem ar.
Ele o agarrou pelos cabelos cacheados e o arrastou até a escada. Nate gritou, sua mãe estava jogando lá embaixo. E ela não se movimentava.
O garoto pisou no pé do mais velho, o fazendo xingar e correu o mais rápido até a mulher.
— Mãe? Mãe! Acorda! Mãe! MÃE! — o garotinho sacudiu o corpo da mais velha. — Acorda, por favor! Não me deixa aqui! Mãe...
Havia muito sangue, manchando todo o carpete de vermelho carmesim.
Sem resposta, Nathaniel virou seu corpo. Notando que Melissa não estava mais respirando, tinha seu pescoço quebrado e uma de suas pernas também.
Era a pior visão que uma criança poderia ter visto em toda a sua vida.
— ... Mamãe... — sussurrou baixinho, sentindo seus olhos inundarem.
Micael desceu as escadas, soltando uma risadinha lunática e olhou para seu filho, se abaixando.
— Foi você... você quem fez isso, Nathaniel — sussurro para o garoto, Nate o olhou. Dor transbordava de seus olhos. — Você é o culpado, mas acho que já sabia disso, não é. Meu filho?
Nate congelou, sua voz presa na garganta. Ele queria gritar, gritar pra caralho.
Mas naquele momento, ele não fez isso. Ele não fez nada, não gritou, não falou ou até mesmo respirou.
Ele ficou quieto e imóvel.
Viu quando Micael se distanciou, ele tinha saído de casa. Batendo a porta no processo.
Como se fosse um dia qualquer.
E mesmo depois de segundos, minutos e horas. Nathaniel não tinha saído da mesma posição em que foi deixado.
O garoto ainda olhava para Melissa, suas mãos com sangue — por ter tentado acordar sua mãe — seus olhos tremiam e sentia uma raiva crescer em seu peito.