Cinco já estava bastante tempo em seu quarto, tentando espairecer fazendo equações em sua parede.
— Ok, acho que consegui algo, Dolores — disse ao manequim. — É tênue, mas promissor.
Passos foram ouvidos por Cinco, um resquício de si, queria que fosse Nathaniel.
Mas no final, era apenas Luther.
— Com quem está falando? Não vejo Nathaniel aqui — ele olhou para as equações. — O que é tudo isso?
— É matemática de probabilidade — respondeu.
— Probabilidade de quê? — perguntou Luther.
— De cuja morte poderia salvar o mundo — respondeu como se fosse óbvio. — Eu reduzi para quatro.
— Quer dizer que uma dessas quatro pessoas causa o Apocalipse? — fez outra perguntou.
— Não, quero dizer que a morte delas pode impedir — disse o garoto.
— Não estou entendendo — sussurrou Luther.
— O tempo é instável, Luther. A menor alteração em eventos pode levar a resultados massivamente diferentes no tempo contínuo — Cinco respondeu, exasperado. — O efeito borboleta. Tudo que tenho a fazer é achar as pessoas com maior probabilidade. De impactar a cronologia, onde quer que estejam, e matá-las.
— Nathaniel poderia ajudar, com a proteção, por que não pedimos sua ajuda? — Luther deu um passo atrás, pronto para seguir até a porta.
— Não, não — respondeu Five. — Ele está fora do nosso alcance no momento.
— Five, se ele ajudar — Luther tentou.
— Não, eu posso resolver isso sozinho — disse, travando a mandíbula.
O garoto pulou da cama, e Luther seguiu para mais perto da parede. Se redendo.
— Milton Greene. Quem é ele, um terrorista ou algo assim? — perguntou o Número Um.
— Acho que é um jardineiro — Five escrevia algo em um pequeno livro.
Luther o olhou, surpreso.
— Não está falando sério — disse. — Isso é loucura, Cinco.
Five pegou uma bolsa grande e pôs em cima da cama.
— Onde conseguiu isso? — Luther perguntou.
— No quarto do papai — respondeu Cinco. — Acho que ele usou para atirar num rinoceronte. É como o modelo que eu usava no trabalho. Encaixa bem no ombro e é muito confiável.
— Mas não pode... Esse Milton é só um homem inocente — Exasperou Luther.
— É matemática básica — respondeu Five. — Sua morte pode salvar potencialmente a vida de bilhões. Se eu não agir, morrerá em quatro dias de todo modo. O Apocalipse não poupará ninguém.
— Poético — disse uma voz.
Five reconheceu, Nathaniel estava parado, encostado na parede, com as mãos nos bolsos.
A blusa de gola preta, e a calça cargo com correntinhas presa dos lados.
Absurdamente e fodidamente gostoso — Era isso que Five pensou, quando se virou para ele.
— O que está fazendo aqui? — perguntou, mantendo o orgulho.
Mas isso não pareceu atingir Nathaniel.
— Temos um mundo pra salvar, como você disse. Matemática básica, Hargreeves — respondeu, mantendo os cinismo.
Luther não sabia o que tinha e o que estava acontecendo, mas ele sabia que toda aquela tensão no ar, não era normal.