Nathaniel entrou no quarto em que seu irmão estava, sendo surpreendido com uma presença inesperada.
— Allison? — perguntou, cruzando os braços e verificando Theo. — O que faz aqui?
A mulher se levantou, passando as mãos pelas as roupas.
— Eu queria mesmo falar com você — retrucou.
Neil arqueou uma sobrancelha, desconfiado.
— Não — respondeu, indo até o Bloom mais novo e tocando em seu rosto. — Tudo bem?
— Sim — sorriu. — Tia Allison me fez companhia.
— Eu aposto que fez — sussurrou o mais velho para si mesmo.
— Nathaniel, eu queria me desculpar — a morena interrompeu, fazendo com que o garoto se virasse para ela.
— Acho que você me confundiu com o bonitinho magrelo — rebateu. — Viktor está no outro quarto.
— Não! — exclamou, impedindo que a atenção saísse de si. — Eu realmente quero me desculpar.
Certo, estranhamente fora do normal.
— Escuta ela... — pediu Theo, mostrando sua feição de cachorrinho pidão. — por favor.
Nate revirou os olhos, seguindo para fora e fechando a porta atrás de Allison.
— Prossiga — mandou.
— Eu tenho sido muito rude com todos, principalmente com Viktor e você — começou. — Eu gosto de passar tempo com Theo, não é um desperdício. Ele é quase um filho pra mim, e eu faria qualquer coisa por ele.
— Você não se sentindo culpada, Allison. Você só está com receio de que eu te ponha contra Theo, talvez aconteça — respondeu. — Acabamos? — voltou a andar, precisava encontrar Five.
— Theo é uma criança muito boa! — argumentou. — Não vou deixar nada acontecer com ele.
— Temos a mesma convicção, então — sorriu ladino. — Porque eu também não vou.
...
Ótimo!
Five o obrigou a participar da reunião patética de salvar o mundo, essa da qual Neil já tivera desistido.
— Os noruegueses tinham sete adormecidos — começou Sr. Reginald. — Os Blackfoot, sete estrelas. Quando criança, ouvi a lenda dos setes sinos — segurou um livro em seus braços. — Todas essas histórias são iguais. A vila está ameaçada por uma enchente, pelo fogo, pela noite que nunca termina.
Cinco continuou com seus dedos nos cachinhos do namorado, seu braço em volta dele.
— Um xamã leva os discípulos para uma caverna sagrada — prosseguiu o homem. — Ele conta que, se puderem tocar os setes sinos mágicos, a vila será salva e que tudo vai voltar a ser exatamente como era.
— Reggie? — Lila ergueu a mão.
— Hum?
— A gente pode falar menos dos irmãos Grimm e mais do que isso tem a ver com a gente? — perguntou a morena.
— Existe uma verdade nesses mitos — argumentou ele. — Nenhum de vocês pode negar o que está acontecendo ao nosso redor. Toda a existência será destruída no fim do dia.
— De novo — murmurou Nate, sua voz sarcástica.
— Mas quem ou o que tenha juntado o espaço e o tempo deixou um jeito de ajeitar as coisas — retrucou. — Se o universo um dia encarasse a aniquilação total.